Por
Jorge Carrano
Diretor da Tau Virtual
www.tauvirtual.com.br
Não importa de qual ângulo você olhe um cubo, somente poderá ver três dos seus seis lados. Pode tentar. Essa imagem me remete ao trabalho do comunicador, seja ele jornalista, publicitário, cineasta, webdesigner ou qualquer outra atividade.
Nunca poderemos ter, de fato, uma visão completa dos fatos. O cubo da notícia sempre esconde metade de suas faces.
Pessoas e empresas, no entanto, têm dificuldade de aceitar esse fato. Querem ter controle de tudo. Querem conhecer tudo. Isso não é possível.
O imponderável e o desconhecido fazem parte da vida, da natureza e, por extensão, também dos negócios.
Você pode considerar que, sendo um cubo, é possível saber exatamente como são as “faces ocultas”. Talvez, mas não deixa de ser um exercício de projeção e, portanto, de ficção. Mesmo aceitando uma fórmula geométrica que assegure uma informação “exata”, há que se considerar que não existem tais equações para os fenômenos humanos.
Talvez aí resida a “magia” da nossa profissão: sabemos que é um cubo, mas suas faces sempre ocultas são ao mesmo tempo um alerta e um estímulo a conhecermos mais os nossos públicos, meios e mensagens.
Crédito imagem: http://blaahblog.wordpress.com/2009/07/08/cubo-redondo/ Original publicado em http://www.cavernaweb.com.br/?p=2462 |
7 comentários:
Carranos
Esse texto me lembra frase que ouvi pela primeira vez de um chefe meu, na Embratel: "todo fato tem 3 versões: a minha, a sua e a verdadeira"
Abraços
Carlos
Tema intrigante ...
Qualquer objeto observado pelo olho humano mostra exatos 50% do que realmente é.
Mas quanto mostra uma pessoa observada pelo olho humano ?
Quanto você mostra de você, a uma pessoa, num 1º encontro, seja de negócios, ou social ?
Muito bem colocado, Paulo.
Teu chefe andou lendo Nietzsche, Carlos, e parafraseou, usando versão de fatos, invés de verdade.
Abraços para ambos.
E eu jogo com as palavras. Cubo remete a Cuba e a íncubo. Veja as acepções léxicas de íncubo:
a.
1 Que se deita ou se coloca por cima de algo.
2 Diz-se de ave que choca ovos.
3 Segundo a crença popular, diz-se de demônio que surge à noite para copular com uma mulher adormecida, causando-lhe pesadelos: "Explicava o padre às mulheres o que era a corja dos demônios íncubos. Contava casos de algumas que ficaram grávidas desses devassos..." (Camilo Castelo Branco, A brasileira de Prazins)
4 P.ext. Que exerce as ações atribuídas aos demônios íncubos.
sm.
5 Demônio, ou espírito mau, que surge à noite para copular com uma mulher adormecida.
6 Fig. Pesadelo
[F.: Do lat. tard. incubus, i. Hom./Par.: incubo (a.sm.), incubo (fl. de incubar), encubo (fl. de encubar).]
E você pode incubar no cubo ou em Cuba. Seria o cúmulo do cubo da galinha. Mas os ovos não são cúbicos; somente nesta observação surreal, onde Picasso transformaria um ovo num poliedro. E a dona-de- casa, a mulher comum,que adora churrasco na laje, incubada, encucada, faria uma série de perguntas sobre cubo e íncubo. Além de o poeta concretista, concretino, verbovisualizar :
cubo
cunhado
íncubo
incubato
incubado
incubador
incuba
a dor no
incubatório
laboratório
de ovos.
Aliás,o que sugerem de trocadilhos essas palavras que têm cubo no meio...
Como disse no inicio, jogo com as palavras. Com as loucuras das palavras. Palavras e loucuras nossas de cada dia, de cada hora, sejam ou não sonoras. Ora, ora!!!
E sabem onde descanso agora? No divã da minha casa, sentado na
marquesa de palhinha, mas com almofadas, embora eu não seja um almofadinha.
Bem, chega! Daqui a pouco todo esse blablablá vira texto pseudoliterário para gozo próprio e não dos amáveis "ouvintes" deste generoso e general blog do ilustríssimo ilustrado e lustroso mecenas vascaíno, Sr.Dr. Jorge Carrano.
Tô começando a ficar preocupado com esse blog... Tem poeta, escritor, pós-graduado, doutor... O pessoal anda lendo Nietzsche, Marx, Kirkegaard, Kant...
É obscurantismo pra lá, iluminismo pra cá, e eu aqui no meu achismo...
Não demora, minhas toscas opiniões acabarão relegadas ao ostracismo...
<:o)
Carlos
Ah, Carlos, liberte o poeta, o artista que vive em você. Ou então espere chegar à idade provecta, quando tudo é possível, até mesmo o impossível. Sem amarras. Faça como Nietzsche,ou Dostoievski, não seja tão escravo do superego, da autocensura, necessária, reconheço, para frear ofensas extremas. Por isso digo "não seja tão escravo",tão exigente consigo, e nem se deprecie achando "toscas" suas opiniões, seus comentários. Que, pelo que observo, são bem acatados pelo proprietário do blog e por todos nós.
SAUDAÇÕES TRICOLORES!
Carlos Frederico,
O Ricardo se antecipou, no que laborou bem, e fez o comentário que eu faria sobre autodepreciação. Peço venia ao poeta para subscrever a opinião externada.
Não se acanhe. Mantenha-se livre, leve e solto.
Aqui cabem ostras, com limão e um bom espumante, não ostracismo.
Abraço
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