Alguns discursos, ao longo dos tempos e obviamente da história, entraram para os almanaques, os anais.
Até quem não é ou foi operador do Direito ou historiador, conhece as Catilinárias, conjunto de discursos de Cicero, acusando Catilina no Senado romano:
"Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência? (...) Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem?"
Em "Oração aos moços", escrito por Rui Barbosa, paraninfo da turma de 1920 dos formandos de Direito, da Faculdade do Largo de São Francisco, uma das mais, se não a mais importante do país, lido pelo professor Reinaldo Porchat, em face de problemas de saúde de Rui, que não compareceu à cerimônia, um trecho é recorrente em vários contextos:
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, e rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
E o discurso de posse do presidente John F. Kennedy que seduziu os Estados Unidos em sua chegada à Casa Branca?
"Não pergunte o que os Estados Unidos podem fazer por você, mas o que você pode fazer pelos Estados Unidos".
Afirmou Kennedy à multidão reunida no Mall de Washington na gelada manhã de 20 de janeiro de 1961.
"Não tenho nada a oferecer senão sangue, trabalho, lágrimas e suor".
Trecho do discurso de Winston Churchill ao assumir como primeiro-ministro do Reino Unido, em 1940, em plena II Guerra Mundial.
São passagens icônicas, perpetuadas, enaltecidas, partes da oratória de políticos que entraram para a história e não somente por suas falas.
Por falar em políticos e história, acho sensacional a passagem da carta-testamento de Getúlio Vargas, quando de seu suicídio:
"Saio da vida para entrar na história".
Não menos bem colocada a acusação: "À sanha de meus inimigos deixo o legado de minha morte".
Este post sobre oratória tem como motivação a observação do colaborador/seguidor/cliente, tricolor, engenheiro e amigo Riva, sobre o discurso de Lula quando proclamado eleito.
Ele achou chinfrim, demagógico, enquanto eu, admito que exagerando um pouco, achei muito bom, como de um estadista. Cumprimentos ao ghost writer.
4 comentários:
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.”
Charles Chaplin, no filme The Great Dictator (O Grande Ditador) 1940. Discurso final.
Cícero, Rui Barbosa, Kennedy, Churchill, Getúlio, Chaplin ... discursos, frases eternizadas.
Mas Nove Dedos ? Numa galeria dessas ?
Com certeza nem nos meus saudosos Anos 60 regado a muito LSD, cannabis, mescalina, seria capaz de tamanho exagero...rsrs.
Usando o futebol como analogia, seria como achar que Cafuringa deveria ter sido convocado para a seleção junto com Pelé Gerson Rivelino Jairzinho etc !
Por falar nisso, meu Flu deu uma aula de futebol hoje no ex-Maracanã.
Gosto do padrão do Fluminense. Mal comparando lembra o tic-tac do Barcelona de Iniesta, Xavi e Messi.
Estou falando do discurso que ele leu.
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