Leiam só o que ouvi de um amigo e conto só para vocês.
Caminhando pelo calçadão ao lado da praia principal da cidade onde mora, ele flagrou uma dondoca e seu
cãozinho. Até aí, nada de anormal. Centenas de pessoas fazem o mesmo. O fato
que chamou a atenção de meu interlocutor/delator, é que em dado momento a madama
faz com que seu “filhinho” descesse para a areia, onde defecaria tranquilo. Desta
forma, ficou a “mamãezinha” liberada de recolher as fezes. Isso na visão dela.
Não lhe passou pela cabeça - dela a madama - recheada de excremento por certo, que daqui
a pouco uma criança poderia estar brincando ali, ou qualquer outro banhista
estaria caminhando em direção ao mar e pisando naquela areia.
E enquanto não ficasse coberto pela própria areia, atrairia moscas que por sua vez fariam a propagação das bactérias e micróbios contidos no
inofensivo cocô do ‘luluzinho’.
Continuando sua narrativa que parece fantasiosa, ele se confessa
envergonhado com o Congresso de seu país. E é para ficar ruborizado mesmo, a
serem verdadeiros os fatos que me narrou.
Parece que uma boa parte dos membros do congresso nacional (senadores
e deputados) está sendo investigado pela Polícia Federal; uma outra grande
parte já foi investigada e indiciada pela Polícia, faltando apenas a denúncia
do Ministério Público. E um outro não menos significativo grupo já responde a
processo na Corte Constitucional de lá.
Tal como aqui, mudaram também lá a regra do chamado foro privilegiado (foro
decorrente de função), e com isso alguns dos processos baixarão à primeira instância
porque seriam crimes comuns cometidos antes da diplomação para exercício de
função parlamentar ou cometidos após o término de seu mandato, ou ainda porque
o delito praticado não teria relação com o exercício da função parlamentar.
Deixando o campo da política, que provoca urticária no meu
amigo, ele comentou sobre um anúncio veiculado na TV do país onde reside. O
anunciante oferece como promoção que na compra de uma unidade de seu produto,
além de um brinde especial, o comprador receberá, inteiramente grátis, outra
unidade do produto comprado.
Ele se pergunta, porque perguntar para mim seria inútil, se
não seria o caso do produto ser vendido pela metade do preço anunciado. Parece
lógico que se você paga um e recebe dois, é porque o preço está inchado.
Mas os telespectadores não se dão conta do engodo e telefonam
fazendo encomendas. Segundo ele está prática está consagrada porque os anúncios se sucedem.
É pouco mais ou menos como a “Black Friday” na versão
tupiniquim, quando os produtos são vendidos pela metade do dobro.
Voltando o assunto para o calçadão onde caminha regularmente,
contou o seguinte fato inacreditável.
Não muito adiante, na caminhada quando observou o cão defecando
na areia, meu amigo viu um “idiota” – o qualificativo é dele – montado
numa bicicleta, todo paramentado, com luvas, óculos e capacete.
O que tem de anormal ou inusitado neste fato, já que muitas
pessoas andam de bicicleta sobre a calçada que margeia praia, como aqui em
Icaraí? É que o babaca - este adjetivo é
meu – se utilizou de uma campainha, daquelas que fazem “tirrrrim” para que
abrissem caminho para ele.
Ora bolas, os pedestres têm a mania de andar devagar e o ciclista tinha pressa.
Nonsense dirá você caro leitor (alias obrigado por sua
atenção). Sim, total absurdo. Um contrassenso. O calçadão, seja aqui, seja lá noutras plagas, não é uma ciclovia.
Bem, fiz um reparo porque em Berlim tem sim ciclovias sobre algumas calçadas. O piso é diferente na cor e no material. Mas frisei que isto é em Berlim, onde se fala alemão, o povo é civilizado e respeitador das normas.
No país onde vive meu amigo, que não é hipotético, que é real, com CEP e DDI,
o Presidente da República está sendo investigado por corrupção passiva.
Como a Suprema Corte de lá, como fez o STF aqui, só mexeu na
regra relativa ao privilégio de foro dos senadores e deputados, este presidente
do país de meu amigo vai ficar se livrando até prescrever seu crime. Isso se os
próximos inquéritos virarem processos.
Aqui, um pedido de autorização para que Temer fosse processado e julgado no STF foi negado pela Câmara. Vocês se lembram?
Para consolar meu amigo, contei para ele que aqui no Brasil
na cidade do Rio de Janeiro, tem um clube de massa, que teve um goleiro que
achava que ganhar roubado era mais gostoso e um outro fez proposta indecente ao
adversário.
Contei e informei o link onde poderia constatar minha
informação:
https://extra.globo.com/esporte/flamengo/jogador-do-san-lorenzo-diz-que-rever-do-flamengo-sugeriu-empate-para-classificar-os-dois-21358708.html
Ao nos despedirmos, resolvi reforçar que nossos países não se diferenciam muito, e contar para ele uma situação reiteradamente censurada pelo amigo/colaborador Riva, sobre a ocupação indevida, por adolescentes, dos lugares destinados a idosos e grávidas, nos catamarãs.
Entretanto, como não presenciei, mencionei um caso muito semelhante ocorrido no ônibus 47B. Havia uma moçoila sentada num dos bancos amarelos, destinados às pessoas portadoras de necessidades especiais, ou idosos ou grávidas, localizados logo na frente do veículo, depois da borboleta. Ao lado ela colocou sua mochila, ocupando os dois assentos.
Na parada existente na Praça Arariboia embarcou uma senhora bastante idosa, a julgar pela dificuldade para subir no degrau do veículo. A moçoila como estava ficou, entretida com seu celular.
A senhora ia se dirigindo para o final do ônibus em busca talvez de um lugar. Eu a abordei e sinalizei que ela poderia sentar li na frente e indiquei o banco especial. Eu estava sentado logo atrás.
Ele respondeu que estava ocupado, ao que redargui: - pois peça licença e sente-se.
A menina-moça olhou para trás com cara feia, levantou-se, pegou a mochila e ficou de pé. Não precisava esta encenação, bastaria, por exemplo, colocar a mochila no colo. Mas ela precisava deixar clara sua indignação comigo e com a velhinha.
Sabem o que é pior? Ela desembarcou pouco mais adiante, na UFF, campus da Praia Vermelha. Ou seja, era uma universitária. Pode?
Meu amigo ouviu o relato e falou: "incrível mesmo, para nossos países serem considerados ruins para se viver, ainda terão que melhorar muito".
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