13 de maio de 2018

Devia, com certeza

A matéria veiculada hoje, na versão virtual globo.com, dá conta de que um motociclista, ignorando a ordem de parar numa blitz militar, acabou alvejado.

O fato teria desencadeado críticas nas redes e, pior, um ônibus foi incendiado como protesto.

Ora bolas, digo sem receio de estar sendo leviano: ele - o motociclista - devia algo a justiça ou a polícia, em suma à sociedade.

Quem pode acreditar que a família de um inocente, homem trabalhador e cumpridor de suas obrigações sociais, numa hora como esta de dor, iria reagir incendiando transporte coletivo?

A preocupação da família e amigos seria protestar queimando um ônibus, o que só prejudica aos usuários e que é um bem patrimonial de quem nada tem a ver com o episódio?

Isso é coisa de bandidos, de comparsas e que têm como objetivo jogar a culpa nas autoridades policiais.

Insuflar a população procedendo como vândalos, predadores, não é coisa de familiares de vitimas inocentes.

E uma vez mais reafirmo que a a imprensa tem uma enorme parcela de responsabilidade por dar espaço e fazer alarde, sem buscar as verdadeiras intenções e a origem de tais comportamentos.

O que interessa é vender jornal e conquistar internautas na rede mundial de computadores.

Leiam em:

Até hoje 49 policiais foram assassinados, somente este ano, no Estado do Rio de Janeiro. As famílias destes agentes públicos foram para as ruas queimar veículos? Ou estão nas redes sociais pedindo vingança?

Nota do blogueiro:
Neste dia deveria estar prestando homenagem as mães. As que cuidam e educam seus filhos para que sejam cidadãos.
Infelizmente algumas mães fazem vista grossa, ou até endossam os comportamentos desvirtuados de seus filhos. Chico Buarque sintetizou a hipótese em "O meu guri":

Quando, seu moço, nasceu meu rebento Não era o momento dele rebentar Já foi nascendo com cara de fome E eu não tinha nem nome pra lhe dar Como fui levando, não sei explicar Fui assim levando ele a me levar E na sua meninice ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí Olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri E ele chega Chega suado e veloz do batente E traz sempre um presente pra me encabular Tanta corrente de ouro, seu moço Que haja pescoço pra enfiar Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Chave, caderneta, terço e patuá Um lenço e uma penca de documentos Pra finalmente eu me identificar, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri E ele chega Chega no morro com o carregamento Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar cá no alto Essa onda de assaltos tá um horror Eu consolo ele, ele me consola Boto ele no colo pra ele me ninar De repente acordo, olho pro lado E o danado já foi trabalhar, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri E ele chega Chega estampado, manchete, retrato Com venda nos olhos, legenda e as iniciais Eu não entendo essa gente, seu moço Fazendo alvoroço demais O guri no mato, acho que tá rindo Acho que tá lindo, de papo pro ar Desde o começo, eu não disse, seu moço Ele disse que chegava lá Olha aí, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri 

2 comentários:

Jorge Carrano disse...

Estou em débito, conforme coloquei num e-mail hoje:

"Minha mãe foi, com certeza, uma grande heroína. Como acho que não lhe dei este crédito em vida, estou devendo ..."

O que fazer além de preces para que seu espírito siga seu caminho, com muita luz ?

Jorge Carrano disse...

Vocês acreditam que teve idiota criticando a ação da policial?


https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/mae-pm-que-matou-ladrao-na-porta-de-escola-e-homenageada-por-governador-de-sp.shtml