Durante muito tempo só tomava conhecimento de técnicos estrangeiros nas equipes de futebol no Brasil.
Poucos foram bem-sucedidos. Lógico, a habilidade inata do jogador brasileiro compensava eventuais deficiências técnicas e a indisciplina tática. Não precisávamos de técnico. Mesmo o sonolento Feola, na seleção de 1958; ou o treineiro Lula, no Santos de Pelé, Coutinho & Cia. resolviam o caso.
Os campos de peladas existentes em cada bairro e que foram berços de vários jogadores que se consagraram nos cenários nacional e internacional, e a grande quantidade de clubes (a maioria com campos próprios para treinamento e competição), que disputavam animados campeonatos municipais, tornaram o Brasil "o pais do futebol".
Só para exemplificar, lembro muito bem dos campeonatos de Niterói, disputado pelo Manufatura, pelo Niteroiense, pelo Fonseca, pelo Sepetiba, pelo Byron, pelo Ypiranga e outros, e o de São Gonçalo, com o Tamoio, o Carioca, o Metalúrgio, o Videira, o Mauá e outros. Todos tinham os seus "estádios".
Um caso isolado talvez tenha sido o do paraguaio Fleitas Solich que fez sucesso dirigindo o Flamengo. Também pudera, o futebol daquele tempo privilegiava as características de um Evaristo, um Dida, um Henrique e um Babá, que vi atuando, em 1957, contra o famoso esquadrão do Honved, da Hungria, que encantava o mundo com sua máquina comandada pelo lendário Puskas.
Em outros esportes, se houve técnicos estrangeiros que agregaram técnica e nos trouxeram suas experiências nunca tive notícia.
Minto, houve um técnico sul-coreano que muito acrescentou ao nosso vôlei masculino, embora nosso xenofobismo, somado a reserva de mercado defendida por brasileiros não admitissem o fato.
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O coreano Sohn |
Young Wan Sohn, o citado coreano, introduziu muitos conceitos valiosos e defendeu uma tese que se revelou válida e por isso adotada em todo o mundo: o jogador de vôlei precisa ter boa estatura. Tirante o levantador, homens pequenos não irão se criar no esporte.
Saibam mais sobre ele em :
De um tempo a esta parte, entretanto, o país importou muitos técnicos especialistas em outros esportes e que estão trazendo suas experiências seus conhecimentos técnicos, sobretudo nos esportes olímpicos.
Só para pegar um caso concreto de êxito, menciono o técnico espanhol da canoagem. Não haveria Isaquias Queiróz sem um Jesús Morlán, técnico espanhol.
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Jesús Morlán, técnico da canoagem
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Outros técnicos estrangeiros atuando no Brasil:
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Laura Flessel, francesa, da esgrima |
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Iryna Ilyashenko, ucraniana, da ginástica feminina |
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Morrten Soubak é dinamarquês, e treina o handbol feminino |
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Ratko Rudic, croata, do polo aquático |
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Ruben Magnano, argentino, do basquete |
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Jordi Ribera, do handbol masculino, é espanhol
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Deve ter outros que não ouvi falar ou li a respeito.
Notas do autor:
1) Fui ao Maracanã para assistir o Honved, considerado um dos maiores times de futebol na época, base da seleção húngara, vice-campeã na Copa de 1954. Acabei vendo o Flamengo (homessa!).
2)Isaquias conquistou 3 medalhas olímpicas numa mesma edição, num esporte pouco divulgado: a canoagem de velocidade.
3) Em tempos mais recentes vários treinadores argentinos e uruguaios foram contratados, sobretudo no futebol paulista, mas sem grandes resultados. E o Paulo Bento, português, contratado pelo Cruzeiros (MG), nem esquentou o banco.
22 comentários:
Espero que continuemos investindo nos esportes, menos para ser potência olímpica e sim porque a prática esportiva faz parte da educação.
Vou torcer pela sétima medalha de ouro, mas cá para nós o vôlei da Itália está melhor neste momento.
A medalha dourada no vôlei, se vier, não alterará nossa colocação no ranking.
Riva, para encerrar o debate sobre educação do brasileiro, destaco o seguinte:
Você viu um inglês mijando na rua? Ou um alemão? Você já viu um japonês atirando binga de cigarro na via pública?
Aplaudir a seleção alemã, no pódio, não significa coisa alguma. Queria ver se eles tivessem vencido a partida e ganhado o ouro. Certamente teriam seu hino vaiado durante e execução. Quero ver ser educado na adversidade.
Carrano, os 3 exemplos que vc deu se enquadram no que chamei de educação universal.
Vaia - foco do debate - é cultural, nada a ver com educação.
Por falar nisso, o Temer não vai hoje no Maraca com medo de uma ..... vaia .... rsrsrs.
A dúvida fica por conta de se o Eduardo Paes (no Twitter se escreve Edu Paspalho) será vaiado ou ovacionado. Eu, particularmente, aplaudiria. Afinal, sou cidadão de uma cidade sem prefeito, um cara omisso, invisível e incompetente.
PS: não convidem quenianos para esse tipo de competição. Não tem graça ,,,, rs
Sensacional a virada dos americanos sobre os russos no vôlei, disputando o bronze. Perdendo por dois a zero, virou para três e dois.
E que jogão!
Mega vitória no volley !!!!
Esta vitória me empolgou mais do que a de ontem. Pelo conjunto da obra.
Sensacional. É para comemorar muito.
Não vi a final do vôlei. Estava descansando na cama. Mary, que gosta, disse que foi empolgante.
Até agora as Olimpíadas só têm gerado elogios - no geral. Os pequenos deslizes são decorrentes de eventos desse porte. Vamos ver como o povo tratará a Paralimpíada... Creio que passaremos vergonha.
Permita-me um aparte quanto à questão de educação. Quando estive morando em Munique, ao chegarmos a primavera estava acabando, o verão dava as caras. A cidade estava um brinco, podia-se comer no chão. Contudo, à medida que os turistas - a maioria americanos, pude testemunhar - invadiram a cidade, tinha lata de coca-cola jogada pra tudo quanto é canto, junto com sacos de snacks. Estranhei e comentei com colegas alemães.
A explicação que me deram foi: os americanos são uns porcos. De que adianta limparmos hoje se eles sujarão de novo? O normal é aguardarmos o fim da época turística para voltarmos a cuidar da cidade e colocá-la um brinco de novo. De fato, no início do outono, apesar da queda das folhas, a "sujeira humana" já estava novamente sob controle.
É como se diz por aí: yankees stay home! Fecha o pano!
Ah, sim, para não dizerem que sou anti-americano de todo: os piores turistas do mundo são os brasileiros. Isso de longa data. E nesse ponto os americanos (por necessidade, pois precisam faturar) têm uma paciência de Jó conosco em Orlando. Palmas para eles!
E já que o assunto é técnico, palmas para o nosso Micale. Teve uma paciência budista com os dois Gabriel, mas acabou tirando-os de campo! O tal do Gabigol se acha! Neymar quase teve um enfarte com ele, fominha de bola!
Os dois são blefe mesmo Freddy. Mas numa pelada, na hora do par ou impar, eu escolheria o Gabigol. O Jesus, além de tudo, tem cara de bebê chorão.
O herói improvável foi o goleiro, que nem na lista preliminar de 40 estava.
População grande não é sinônimo do muitas medalhas, haja vista a Índia que ficou no 67º lugar com apenas duas medalhas uma de prata e uma de bronze.
Com essa premiação, eu, mais Riva, meus filhos e os filhos dele também ganharíamos a medalha.
Eu, claro, o gol.
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/08/1805561-conquista-inedita-rende-r-500-mil-para-cada-campeao-no-futebol.shtml
Até que é barato conseguir um "patriota" que tem orgulho de ser brasileiro.
Parabéns a Speedo:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/natacao/noticia/2016/08/apos-polemica-na-rio-2016-lochte-perde-o-primeiro-patrocinio-oficial.html
Não gostei da cerimônia de encerramento.
Baixaram o nível com vontade - mostraram o que somos na realidade.
Também não gostei, Freddy, mas verdade seja dita, todas as cerimônias de enceramento são de nível inferior, em todo o mundo e em todos os eventos.
Não tem uma que tenha ficado em minha memória, ao contrário das aberturas, algumas das quais lembro até hoje.
No YouTube você encontra várias. No link a seguir está a de Londres, que não é a minha preferida.
https://www.youtube.com/watch?v=ij3sgRG5sPY
A de Pequim, abaixo, foi ótima.
https://www.youtube.com/watch?v=JsDY1Ha83M8
Até os comunistas da União Soviética fizeram uma bem interessante.
https://www.youtube.com/watch?v=xuopw84Ozok
E a de Barcelona com o truque da flecha atirada para acender a pira?
Adorei o apelido que arranjaram para o Isaquias, medalhista da canoagem: Índio de Gumex.
A melhor cerimônia de encerramento foi, sem dúvida, a de Moscou.
A Olimpíada de 1980, em Moscou, na União Soviética, ficou celebrizada por causa da cena do choro do ursinho Misha, com aquela lágrima escorrendo (belo efeito).
Õpinião:
http://calfilho.blogspot.com.br/2016/08/sonho-meu.html
Recordes quebrados:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/08/thiago-braz-ledecky-schooling-os-recordes-mundiais-e-olimpicos-no-rio.html
A Grã-Bretanha credita boa parte da melhoria de seu desempenho (conseguiu a segunda colocação), a contratação de técnicos estrangeiros.
E o Bernardinho hein?! Que dizer dele como técnico.
Tem competência e tem estrela: é um vencedor.
Não restava outra alternativa.
http://globoesporte.globo.com/atletismo/noticia/2016/08/fabiana-murer-anuncia-fim-da-carreira-e-vira-dirigente-eu-nao-compito-mais.html
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