Sábado frio e griséu

Neste frio e cinza sábado de julho sai para minha  caminhada no calçadão, remoendo  minhas dúvidas e tentando racionalizar, para controlar,  minhas ansiedades.

O sol é o dínamo que carrega minha bateria, logo, a falta dele me deixa meio chué, como diz o outro, com os pneus arriados e farol baixo. Em palavras mais objetivas, sem muito ânimo, raciocínio lento e preguiça até mesmo para falar.

Quando acontece isto numa segunda-feira é horrível, mas há um sistema interno de freio e contrapeso que minora o problema: a responsabilidade pelo trabalho a executar.

Já no final de semana, sem esta censura, sem a cobrança das obrigações por cumprir o prazer do ócio fala mais alto.

Então estava neste torpor, quando quase ao chegar em casa deparei-me com uma manchete estampada na banca de jornal: “CENÁRIO PIORA PARA DILMA NAS GRANDES CIDADES”.

Caramba! Isto é animador. Mesmo o jornal em questão sendo "O Globo", com o qual ando incompatibilizado porque além de anúncios comerciais também vende sua alma, seu espírito, bastando pagar, acabei comprando para saber detalhes de tão alvissareira notícia, dada em manchete acanhada, mas ainda assim de primeira página.

Com o jornal já em mãos, e tomando a caipirinha que Wanda prepara divinamente (mas não bebe), verifico que não só a matéria da chamada de capa, mas também articulistas como Jorge Bastos Moreno e Merval Pereira, focam suas  matérias  nas dificuldades que a presidente Dilma está enfrentando no caminho rumo a reeleição.

O titulo da coluna do Jorge Bastos é ainda mais animadora, porque informa que “Aécio passou Dilma no ABC paulista, meca do PT”.

Não, não sou um convicto eleitor de Aécio Neves e aproveito para dissipar, de vez, esta ideia que alguns têm que sou correligionário, simpatizante ou militante em favor da candidatura dele.

O que torço para que aconteça e contribuirei para que ocorra, até mesmo votando no Aécio se for inevitável, é que Dilma não se reeleja. E mais, que o PT não consiga a maioria nas casas do congresso.

Isto, não elegermos deputados e senadores que se vendem por trinta dinheiros, cargos públicos para familiares ou cabos eleitorais, ou liberação de verbas para instituições privadas ou ONGS sob seus controles, é tão importante quanto apear da presidência a incompetente  que ocupa o palácio do governo.

Para não me empolgar muito sobre as razões que me fazem ter um certo asco, um certo desconforto, náuseas, por causa da presidente e seu partido, fico apenas nas duas seguintes razões:  não sou adepto do socialismo retrógrado que ela e seu partido tentam nos impor; a outra é o absurdo, descontrolado, nível de corrupção de seu governo e no de seu antecessor e mentor, apedeuta e fanfarrão conhecido pelo apelido que é o  nome de um molusco.

Gosto de lula, em anéis à milanesa, ou no arroz e numa paella.