16 de novembro de 2013

Futebol: negócio, esporte e arte


Como sabem os poucos, mas fieis e valorosos seguidores do blog, acompanho com interesse o futebol na Europa.

Atualmente, mais especificamente os campeonatos inglês, alemão e espanhol. O alemão tem a maior média de público. É impressionante a presença e a vibração das torcidas. E agora com elencos recheados de africanos, latinos e de outras escolas europeias, evoluiu muito na parte técnica.

Mas dou uma espiada, se calhar, nos jogos dos campeonatos italiano e holandês. O francês está começando a melhorar, com o dinheiro que está chegando do mundo árabe e dos russos. Agora já são dois bons times, o PSG e o Monaco, com caro e famoso elenco.
O italiano está em baixa e continua muito calcado na defesa.

Na Inglaterra tenho até um time de preferência para o qual torço, desde quando não tinha televisão a cabo e acompanhava apenas pelas notícias nos jornais. Trata-se do Arsenal, sediado em Londres.

O futebol na Europa, seja como negócio, muito bem administrado, seja como esporte de competição, não encontra paralelo aqui na América do Sul e muito menos dn Ásia e na África.

A Liga do Campeões da Europa é, disparado, o melhor torneio de futebol interclubes do planeta.

Querem pequenos exemplos do que me encanta? Começo pela educação e disciplina do público (como regra geral e poucas exceções). Não há invasões de campo, volto a afirmar, com raríssimas exceções, porque existem punições severas.

Não há policiamento dentro dos estádios. São os stewarts, particulares, que fiscalizam o comportamento do público, retirando os que transgridem as regras. Em alguns países eles são sumariamente julgados e ficam impedidos de entrar nos estádios durante algum tempo. O controle é simples: são obrigados a comparecer ao Distrito Policial nos dias e horários do jogos de seus clubes, lá ficando um pequeno período. Se não comparecem, cana.

Emocionante o comportamento, sobretudo na Inglaterra, durante homenagens a atletas ou datas e acontecimentos nacionais. Nesta época do ano, por exemplo, durante todos os jogos, das três principais divisões, são enaltecidos os heróis da pátria, que lutaram pela liberdade.

O minuto de silêncio é tumular, na plateia e dentro do campo onde os atletas, mesmo os estrangeiros, se comportam como pessoas educadas e civilizadas. Imóveis e concentrados. E o minuto dura sessenta segundos, cronometrados.

São vendidas pequenas flores, feitas em cartolina adesiva, que jogadores e técnicos estampam, coladas, em seus uniformes. A renda deste símbolo é revertida para programas sociais. Isso há anos.

Os estádios estão sempre com suas lotações esgotadas e a venda de carnês, no início de cada temporada, é significativa.

Os clubes exploram muito bem todas as possíveis fontes de renda. A receita anual do Bayern, de Munique, por exemplo, divulgada esta semana, foi da ordem de um bilhão e trezentos milhões de reais. Vocês leram certo, 1 bilhão e 300 milhões.

Manchester United e Real Madrid têm receitas parecidas, neste patamar.

Os direitos de transmissão são vendidos para mais de oitenta países, inclusive o Brasil (através dos canais ESPN, FOX Sports e SportsTV). As pré-temporadas são feitas mundo a fora e rendem muito aos clubes. Na Ásia - Japão e Coreia  principalmente - vendem horrores de camisas. Seus ônibus são perseguidos nas ruas durante a permanência nas cidades. E os amistosos preparativos lotam as arenas.

Observem que, espertamente, os maiores clubes têm atletas orientais em seus elencos. Até na Alemanha. É evidente que alguns têm até certa habilidade, mas a jogada é de politica de marketing.

Naming rights rendem verdadeiras fortunas. E a empresa aérea Emirates é a campeã de estádios com seu nome. Aqui no Brasil o Corinthians estava negociando este patrocínio, batizando seu estádio novo, por enquanto chamado Itaquerão.

Os estádios, os maiores, têm lazer para toda a família, restaurantes, creches e lojas. Sim, têm estacionamento, mas a maioria vai mesmo é de metrô.

Os campos (gramados), salvo no rigoroso inverno, são impecáveis, e os estádios confortáveis. Mesmo os do século XIX, na Inglaterra, como o St. James’ Park, do Newcastle United, fundado em 9 de dezembro de 1892,  são muito charmosos, embora mais acanhados.

St. James' Park, localizado em Newcastle upon Tyne


O Aston Vila (estádio abaixo), time da predileção do príncipe William, futuro rei da Inglaterra (Harry torce pelo Arsenal), foi fundado em 1874.

Villa Park, em Birmingham
 
Termino, por hoje, este assunto, com um comentário de ordem técnica-tática. Impressionante como alguns jogadores impõem seus estilos aos clubes de tal sorte que fica difícil para os técnicos mudar a tática de jogo.

Exemplos: O Barcelona, com Neymar, que parte para cima com a bola, está alterando o toque de bola que o Barcelona priorizava. Já o Bayer de Munique, agora dirigido pelo Guadiola, que era técnico do Barcelona na era da posse de bola, tem o Ribéry (eleito o melhor da UEFA na temporada) de estilo parecido com o Neymar, que está dificultando ao técnico impor seu padrão.

Pessoalmente acho que o Bayer ficará com mais opções podendo jogar tanto em velocidade (com Ribéry e Robben),  como cadenciadamente como gosta o Pepe.
 
As imagens estão na Wikipedia

29 comentários:

Jorge Carrano disse...

O Freddy, cavalheirescamente, alertou-me, via e-mail, que grafei de forma errada o nome do time alemão Bayern. Poderia tê-lo feito aqui e todo mundo ficaria sabendo do erro. Foi gentil e educado. As always.
Aliás que este time do Bayern, sediado em Munique, no ano passado ganhou tudo que tinha direito: foi campeão alemão, da Copa da Alemanha e da Liga dos Campeões da Europa. Tríplice coroado.
Interessante é que a final foi disputada entre duas equipes alemãs (Bayern e Borussia Dortmund), mas em Wembley, em Londres, porque a UEFA sorteia a cidade e o estádio das finais de forma antecipada. A curiosidade está no fato de que no ano anterior (Chelsea campeão), foi disputado na Allianz Arena, casa do Bayern München", em Munique, Alemanha.
Esta semana já foi decidida a sede na final de 2016. Será em Milão, na Itália, casa da Internazionale e do Milan, que poderão, ou não, estar na final.
Para os interistas o estádio se chama Giuseppe Meazza, mas os milanistas o chamam de San Siro.

Anônimo disse...

Não vi erro nenhum no post. Nós podemos escrever Munique nume boa.
Alguém ai não gosta de minhas alfinetadas, mas eu me divirto espetando. Tem gente que prefere ser espetada. No bom sentido.

Riva disse...

Tb não vi erro na grafia. Meu teclado está sempre me sacaneando, comendo letras. Acho que foi o que aconteceu com vc, que escreveu Bayer ao invés de Bayern .... foi isso ?

Se foi quanto à forma de escrever Munique, aí é que não entendi mesmo ... New York ou Nova Iorque ? San Francisco ou São Francisco , Philadelphia ou Filadélfia ?

Agora, desafio a escrever direitinho o nome daqule vulcão da Islândia, que acabaram apelidando de Antonio !!! kkkkkkkkkkkkkkk

Acho que vou fazer um post sobre ALFINETES ! kkkkkkkkkkkkkkkk (no bom sentido, claro).

Jorge Carrano disse...

Anônimo, ou devo chama-lo Fernandez, agora protegido pelo anonimato? Se é você, assume cara, o pessoal aqui sacaneia mas gosta de você. Tanto que nunca mandamos você tomar coisa alguma em lugar nenhum.
O erro estava na grafia do Bayern, como supunha o Riva em seu comentário. Já corrigi desde que alertado pelo Freddy.
E, creiam, foi desatenção. Não revisei, como de resto raramente o faço. Escrevo “no correr da pena” como se dizia antigamente. Agora seria digitado direto.
Em outras oportunidades, e foram muitas, escrevi corretamente.

Riva disse...

E qual o nome daquele vulcão ?? kkkkkkkkkkk

Jorge Carrano disse...

Fácil, fácil, caro Riva. Chama-se Grimsvoetn. Gostou da pronúncia? (rsrs)
Ah! O que seria de nós em o Google?

Freddy disse...

Eu acho que o Riva queria dizer o Eyjafjallajökull, não?
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Esse eu chamaria de "ejaculação".

Riva disse...

Freddy acertou ! E a imprensa mundial passou a chamá-lo de Antonio, diante da total impossibilidade de pronunciar o nome ao vivo nas TVs ! kkkkkkkkkkkkkkk

Freddy disse...

Como vivi em Munique, ficou fácil perceber o erro na grafia. Afinal, a gente cruzava com a horda de torcedores o tempo todo! Sim, eles são como aqui, desordeiros e passam por cima de tudo e de todos, bêbados como gambás (gambá bebe?). Antes mesmo dos jogos.

Lá tem dois times: O Bayern München e o TSV 1860 München. Na época o TSV ainda "apitava" alguma coisa, de modo que às vezes a gente tinha de sair da frente quando tinha jogo entre os dois... Como explicar a um bêbado (no meio de uma turba) que você não torce por nenhum deles, ainda mais falando inglês?

Cheguei a ter um copo padrão de cerveja (500ml) do Bayern assinado pelos craques, mas quebrou... Pena... Era uma boa lembrança.

<:o) Freddy

Riva disse...

Mas voltando ao foco do post ...futebol ...

Estamos morrendo, aos poucos. Com a ajuda da FIFA, que não sossegará enquanto não atingir o objetivo de tornar um país africano campeão mundial ... Nigéria o maior candidato.

Nós contribuímos para nossa morte também, sem saber como enfrentar a globalização, o mercado, sem saber como adequar nossa agenda à agenda européia, que prevalesce.

Muita coisa poderia ser feita em termos de legislação interna e gestão.

O futebol é apenas o retrato fiel da situação do país, assim como é a infraestrutura, o trânsito, a educação e a saúde.

Um bom exemplo é o projeto de modernização do aeroporto de Seul ... o noso mais moderno, quando ficar pronto, estará atrasado 1000 anos em relação ao deles.

O BRASIL ACABOU .... momento de transição horrível, do mais ou menos para o péssimo, em tudo. O mais assustador é o aumento da criminalidade, em progressão geométrica (Anônimo deve manjar disso).

Estima-se que em 2050 teremos uma população carcerária em igual número à não carcerária. Isso sem falar que os presos no Brasil não têm recuperação para retorno à sociedade.

#prontofalei ...não estarei aqui em 2050. Me contem lá em cima depois, se acertei !

FLUi, rumo à Série B

Jorge Carrano disse...

Freddy,
Com todo respeito a sua opinião e impressão por ter vivido na Alemanha, ouso discordar, parcialmente, de seu comentário.
A discordância é parcial porque a cerveja , ainda bem, rola a vontade mesmo naquele país.
O muro caiu, o país é outro. O muro influiu muito também no futebol (veja o Hertha Berlin)
Além de acompanhar as partidas pela TV, estive na Alemanha, acho que mais recentemente, passeando pela Bavária e pela Saxonia. A liga alemã (Bundesliga) é recordista na média de público. E, diferentemente de outros países, pelo menos no momento o time mais vencedor não é da capital. Tirante o Ertha Berliner, que teve muitos problemas financeiros, quedas para a 2ª divisão e não ganha nada expressivo há muito tempo, não existem outros clubes fortes na capital.
Bem, no Brasil ocorre o mesmo, mas por outras razões histórico/culturais.
Obrigado pela contribuição, como sempre valiosa.

Riva,
Que otimismo é esse? Contar lá em cima? (rsrsrs)

Jorge Carrano disse...

Uma diferença visível, é a atual composição da equipe da Bayern. O técnico é espanhol. E na equipe principal tem dois brasileiros (não esquecer o Rafinha), um espanhol, um austríaco (negro), um francês, um holandês, um croata, e um meio-alemão, meio-ganês, que é o Boateng (Jérôme). O irmão do Jérôme, (o Prince Boateng) optou pela nacionalidade ganesa, jogando pela seleção daquele pais africano.

Freddy disse...

Carrano, não creio que você tenha jamais presenciado uma passeata da torcida do Bayern ou do TSV em direção às estações de metrô. Turista não vê isso e, quando o faz, é de longe e não estando, mesmo que acidentalmente, no caminho da turba. Geralmente quem tem condição de saber o cotidiano de uma cidade é quem mora, não quem vem a passeio.
A unificação da Alemanha não melhorou as coisas, muito pelo contrário. A vida lá ficou mais austera para dar lugar a toda uma massa oriunda do lado leste que o governo se empenhou em realocar, apesar das dificuldades encontradas em termos de qualidade de mão de obra.
Eu já colhi informações de que Munique hoje é uma cidade bem pior que quando lá estive, pois a violência cresceu como em qualquer metrópole moderna - assim vem caminhando a humanidade. Mesmo assim, a Alemanha continua sendo, na minha modesta opinião, o país mais poderoso da Europa. Seu povo continua essencialmente o mesmo: trabalhador, honesto, respeitador de leis e da ordem, mas também apaixonado por futebol!
Portanto, não imagino que o comportamento dos jovens torcedores tenha mudado tanto assim. A repressão à desordem sempre existiu - e forte, é da índole alemã - mas jovem é jovem em qualquer lugar, ainda mais torcedor e, como todo bávaro, afeito a uma (força de expressão) cerveja.
<:o)
Freddy

Riva disse...

Carrano, o Freddy está falando de uma torcida de Munique de 1977. Avisa a ele que estamos em 2013. Pede pra ele ligar a TV .... rsrsrs (espetadas, como diz o Anônimo).

Jorge Carrano disse...

Acho que insinuei isto. Fui quase explícito.
Mas ele tergiversou, caro Riva, como se pode ver em seu (his) comentário. (rsrsrs)

Riva disse...

Carrano, onde está todo mundo ? Ultimamente só tem vc, Freddy, eu e às vezes o Anônimo .....

Precisamos escrever algo mais, digamos, cruel ? rsrs

Jorge Carrano disse...

É verdade. Mas ontem minha nora Erika deu um pitaco, e a Helga vez ou outra comenta um pouco. Alias que pensei que ela entraria nesta história da Alemanha, tendo em vista que ela é neta de alemães que vieram para o Brasil e se estabeleceram na Serra Gaúcha. É capaz de estar viajando que é o que ela mais faz pelo que já nos informou.
Minha irmã está sem internet, acesso muito precário em Marica, para onde se mudou. Parece que há promessas de melhoria. Vamos ver.
Os assuntos amanhã serão verão e natal. Por sinal faço remissão a um post seu do ano passado sobre o Natal, que acabou rendendo uma consulta sobre onde adquirir um certo tipo de lâmpada. Lembra?

Riva disse...

Claro que lembro. Coloquei um comentário para a leitora com o link para compra da lâmpada. Não quis mandar por email.

Estou em Friburgo, e focado em .... Coritiba x Criciúma .... acredite !! Vai começar !

Riva disse...

errata ... jogo é 21h

Anônimo disse...

Quem é o negro austríaco do Bayern?

Jorge Carrano disse...

Chama-se Alaba e é um ótimo lateral esquerdo. Joga ofensivamente ao estilo do Marcelo.

Helga Maria disse...

Estava viajando mesmo. Vocês tratam a Alemanha sempre com muito respeito e gosto disso.
Helga

Jorge Carrano disse...

Isso é respeito ao torcedor, isso é ter caráter:

http://espn.uol.com.br/noticia/449856_apos-levar-8-a-0-goleiro-quer-que-elenco-do-sunderland-reembolse-torcedores

Jorge Carrano disse...

Times mais ricos:

http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2015/01/pelo-decimo-ano-consecutivo-real-madrid-lidera-lista-de-clubes-mais-ricos.html

Jorge Carrano disse...

Negócio lucrativo:
http://espn.uol.com.br/noticia/483236_premier-league-negocia-direitos-de-transmissao-por-r-22-bilhoes

Jorge Carrano disse...

Popularidade de jogadores na Inglaterra:

http://espn.uol.com.br/noticia/543654_sabe-quais-sao-os-jogadores-mais-odiados-e-mais-amados-do-futebol-ingles

Jorge Carrano disse...

Os preços no Emirates causam polêmica:

http://espnfc.espn.uol.com.br/arsenal/arsenalismos/6426-ninguem-aguenta-os-precos-do-emirates

Jorge Carrano disse...

Os clubes mais ricos:

http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-espanhol/noticia/2016/01/real-segue-na-ponta-do-ranking-dos-mais-ricos-e-barca-sobe-para-segundo.html