15 de junho de 2013

Impressões de viajante: Natal - 3





Por
Carlos Frederico March
(Freddy)









Eu gosto demais das auroras e dos crepúsculos. Do terraço de meu apartamento em Jardim Icaraí (Niterói)  já fiz centenas de fotos de auroras e crepúsculos em tudo quanto é tipo de situação imaginável: Sol se pondo, Lua nascendo, com ou sem nuvens, com céu azul quase negro, avermelhado de sangue, com avião inserido junto ao Cristo... Já recebi até sugestão de publicar um livro fotográfico temático apenas com essas imagens maravilhosas.

Parêntesis jocoso, tirado de uma tirinha das cobras do nosso estimado Luís Fernando Veríssimo. Duas cobras, uma grande e outra pequenina, admiravam o espetáculo de fim de tarde.

A cobrinha, extasiada, vira-se e pergunta à sua parceira mais velha e experiente:
"- Qual é o plural de pôr do sol?"

Segue um quadrinho de tensa e silenciosa expectativa.
Então a cobra grande responde:
"- Crepúsculos!"

Fecha parêntesis e continuemos. Mesmo mal acomodado em termos da posição de nosso apartamento no Hotel Rifóles (ver post Natal - 1) eu não sosseguei enquanto não flagrei uma aurora integral. Como já disse em relato anterior, a posição da costa brasileira até o Rio Grande do Norte é propícia à observação de auroras, não de crepúsculos. E naquela latitude, próxima do Equador, isso acontece pouco depois das 5 da manhã.

Bem, eu tenho certa idade e costumo ter de me levantar ao menos uma vez para fazer xixi na madrugada e eis que isso me aconteceu justo às 5 horas de uma manhã linda. Não consegui me deitar! Peguei minha câmera e fui para a pequena varanda, torcendo por um bom ângulo. O Sol nasceu oculto pelo prédio, mas ainda assim colhi uma boa sequência, que apresento a seguir.







 Acrescentei uma foto do restaurante banhado pela luz alaranjada da aurora. Apesar do belo visual, o café da manhã só pode ser tomado já com o sol à toda, bem mais alto por conta do horário de início dos trabalhos.

O dia passa e chega a noite. Normalmente eu não fotografaria porque dá trabalho fazer imagens noturnas convencionais. Há que se usar tripé, fazer contas de exposição, etc... No entanto, as modernas e minúsculas câmeras digitais operam maravilhas que me deixam até envergonhado, fotógrafo de formação profissional que sou. Até com um smartphone atual se consegue resultados significativos.

As imagens a seguir foram obtidas com uma Sony DSC-WX80 (montada no Brasil) através do recurso de foto noturna a mão livre. A edição que fiz foi apenas para redimensionar para postagem e ligeiro ajuste de parâmetros usando um programa comum do Windows, nada de fantástico nem sofisticado como um Photoshop. Coisa bem básica.

A primeira foto foi tirada às 17:38, já essencialmente noite. Às 17:42 eu fiz questão de me aproximar da iluminação artificial das árvores, feita com luminárias da rampa de descida para a praia. O efeito foi totalmente diferente.  Na foto da piscina com iluminação subaquática, 2 minutos depois, minha esposa aparece na barraca bem à direita.






4 comentários:

Jorge Carrano disse...

Obrigado por compartilhar conosco estas belas fotos, Freddy.

Freddy disse...

Moro no Rio de Janeiro, estado com latitude moderada, 23º aproximadamente. Estou acostumado a certa lentidão, mas nem se compara à de um nascer ou pôr do Sol no Rio Grande do Sul, onde se desenvolvem ao longo de horas. Dá tempo de admirá-los com bastante calma.

Para quem não está acostumado, a velocidade com que se desenvolve uma aurora ou crepúsculo no Nordeste impressiona. É muito rápido! Se bobear, perde o espetáculo!

<:o) Freddy

Freddy disse...

Parece-me que meu comentário acima ficou mal estruturado, admito. Vamos lá:

Quanto mais perto da linha do Equador, mais rápidos são crepúsculos e auroras. A razão é que a trajetória do Sol é perpendicular à linha do horizonte. O tempo aproximado para que o disco solar cruze essa linha é de cerca de 2 minutos!

Quanto mais para os polos (tanto faz hemisfério norte como sul), mais longo o trajeto que o Sol faz para cruzar a linha do horizonte, bem oblíquo, tornando seu aparecimento ou desaparecimento mais demorado.

Tenhamos em mente que o que denominamos aurora e crepúsculo engloba todo um tempo de aproximação do nosso astro-rei da tal linha do horizonte, não apenas o evento aparecer/desaparecer.

As cores e padrões (do qual fazem parte as nuvens e acidentes geográficos próximos) são decorrentes dessa sua lenta ou rápida aproximação da linha do horizonte. Uma boa erupção vulcânica nas redondezas pode tornar as viagens de avião mais complicadas, mas as cores ficam absolutamente lindas!

Resumindo a velocidade com que se desenvolve uma aurora ou crepúsculo:

- Norte/Nordeste: rápido
- Centro-Leste: mediana
- Sul: lenta
- Extremo sul da Argentina e Chile: passo de tartaruga!

Abraço
Freddy

Gusmão disse...

Além das belas imagens o post é bastante informativo/instrutivo.
Abraços