Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
Dentre as coisas que me encantam em Gramado o trato pessoal
é uma das mais gratificantes. Está certo, um quê de treinamento influencia. Em
se tratando de uma cidade que sobrevive às custas do turismo, o bem atender faz
parte do processo. No entanto, a gente consegue distinguir quando um desejo de
"-Bom passeio!" lhe é dito mecanicamente ou quando vem lá de dentro,
acompanhado de um belo sorriso.
É preciso esclarecer que essa expressão "-Bom
passeio!" lhe é desejada tenha você comprado ou não, mesmo depois de
baixar uma boa parte do estoque da loja - exageros à parte (rs rs). Jaz aí a diferença!
Eu, como já disse, tenho ido a Gramado com certa frequência,
acho que já conto 15 vezes, quase metade delas na época do Natal Luz. Em geral
uso boina ou boné invertido, sendo o "look" mais usual esse aí da
foto mostrada a seguir. Isso com certeza facilita minha identificação no meio
de milhares de turistas que frequentam a cidade. Para os mais atentos, a foto
do perfil não só do Generalidades Especializadas mas também do Facebook e GMail
é um close do meu rosto extraído dessa imagem!
Sermos abraçados efusivamente pela dona, pela gerente de
manutenção e por empregados quando chegamos no Hotel Ritta Höppner é uma sensação
tipo "cheguei em casa". Será
que é porque sou assíduo? Nem tanto, tem gente que vai todo mês lá. Ou passa
anualmente um mês inteiro, numa mesma suíte que lhe é reservada especialmente.
Eu só fui 5 vezes lá (ref.: abril/2013), antes frequentava outros hotéis.
Creio que faz parte do seu estilo de atendimento. Quando da
mais recente tragédia em Nova Friburgo (12/01/2011), recebi poucos dias depois
um telefonema do Ritta Höppner, para saber se estava tudo bem conosco. Eles
tinham conhecimento de nossa casa na cidade e estavam preocupados com as
notícias que vinham sendo veiculadas.
Mais exemplos: é gratificante quando o condutor da
Jardineira das Hortênsias (o Sr. Dias), cheio de turistas dentro, dá uma meia
parada e acena ao cruzar comigo numa avenida qualquer, o que acontece com certa
frequência. "- Quem é aquela personalidade?", devem pensar os
passageiros.
Continuando, teve um dia em que perambulava com Mary fazendo
comprinhas e um caminhão de entrega que passava deu uma buzinada e uma
meia-trava. Parecia ser comigo. Ao olhar, surpreendi-me com um dos ex-gerentes
do Bistrot Brillat (restaurante que eu mais frequento na cidade) que agora
trabalhava com entregas e me reconheceu na calçada, de relance!
Acho que nosso perfil como fregueses ou clientes também
ajuda. É padrão revisitarmos todas as lojas de nosso agrado nem que seja apenas
para cumprimentar os atendentes - nem sempre compramos. Recentemente um dos
garçons do Divino (que trabalhava antes no Bistrot Brillat e que agora saiu
para tocar negócios particulares) sentou-se à nossa mesa para conversar. Quantos
clientes aceitam um garçon sentado à sua mesa?
A essa altura quem me conhece deve achar que pirei! Tenho
fama de criar caso em lojas e restaurantes, mas como criar caso em Gramado?
Pode até ser, se acontecer algo fora do normal, mas acho difícil. Eu vou lá
justo para espairecer, levar um "banho de civilidade". Sinto-me,
confesso, fora do Brasil.
Decerto há um inevitável aumento de entropia à medida que os
anos passam. Hoje eu elogio, amanhã pode ser que a modernização traga as
mazelas do progresso. No entanto eu guardo na memória situações às quais não
estou mais acostumado. Como ver um casal de turistas colocar uma câmera no
espaldar de um banco em plena Avenida Borges de Medeiros (uma das 2 principais)
com o self-timer ligado e correr para sair na foto à frente de uma atração
qualquer. Já imaginaram cena similar no Rio de Janeiro??
Crédito das fotos: acervo
do autor, com exceção da Jardineira:
www.jardineiradashortensias.com.br
8 comentários:
Freddy,
Tenho uns filmetes feitos no circuito clássico da Serra Gaúcha. Num trecho eu registro uma boa quantidade de escritórios de advocacia em Gramado.
Como eu ainda era advogado militante fiquei curioso e perguntei na recepção do hotel a que se devia o fato, tendo em vista a população da cidade parecer educada, civilizada, de bom nível cultural.
A resposta, que não sei se verdadeira, foi de que existiam conflitos na esfera trabalhista e disputas por posse de terra.
Ou seja, os lojistas são corteses com os turistas, mas são maus empregadores. É isso Freddy?
Sobre a posse de terra, não tenho como opinar.
Quanto a vínculos empregatícios, testemunhei de fato algumas trocas de empregados em locais que frequento com assiduidade. Fiquei sabendo que há alguns abusos. Tem vezes que patrões exigem de seus contratados uma espécie de "parceria" que não tem cabimento em termos de relações trabalhistas.
Alguns trocam de emprego, outros vão trabalhar por conta própria...
Estranhamente continuam parecendo felizes mesmo depois dessas desavenças e desacordos. Deve ser porque a cidade tem um astral muito elevado!
Abraços Freddy
Que prato de bacalhau! Para um só?
O Freddy tem apetite. Será o clima de Gramado? Ou a água?
Abraços
Segundo experts, melhor que esse só em Portugal!
<:o)
Freddy
.....tem certeza que o Freddy desse post é o Freddy de Nikity ?
Ou Gramado, esses anos todos, está em contato com algum clone do Freddy ? rsrsrs
Não reconheci .... kkkkkkkk
E o bacalhau do Bistrot Brillat ...sim, não conheço nada tão bom no Brasil !! Sem exagero !
Mas Gramado é assim mesmo, diferenciada em beleza, educação e cortesia. Uma pérola no Brasil caótico. Incrível sua sobrevivência.
Talvez Riva, convivendo comigo desde que nasceu, estranhe que em algum lugar do planeta eu, que sou dado a explosões com prestadores de serviço os mais variados, tenha angariado tantas manifestações de carinho e reconhecimento como acontece em Gramado.
É verdade em ambas as versões. Sou irascível com prestadores de serviço sim, mas quando sou por eles enganado, desrespeitado, lesado. No entanto costumo ser fiel aos que me servem bem, aos que me agradam com a qualidade do atendimento. E não é só em Gramado, acontece em Niterói, no Rio de Janeiro ou em Friburgo, para citar aqueles dos quais lembro.
Frequento o La Bamba em Friburgo desde 1984 e já ganhamos presentes, tanto da casa como de garçons (Celso). Numa oportunidade, a conta de nossa mesa no Bon Vivant (bistrô maneiro no Cônego) não veio, já estava paga. Era o Hugo, dono do La Bamba e que o frequenta de vez em quando, que resolvera nos fazer um agrado!
No Rio, frequentei o Solar do Tâmega (excelente restaurante comercial com viés português na Rua Senador Pompeu, 106) por mais de 25 anos e cansei de ouvir seu dono dizer ao pessoal da cozinha "- É para o Dr. Carlos". Há quem diga que o prato vinha cuspido, mas o fato é que a qualidade do que vinha pra mim era sempre excepcional.
Em Niterói, sou super bem tratado por donos e garçons da Torninha, que frequento desde sua fundação. Uma vez, já faz anos, ao terminarmos um belo jantar comemorativo de anos de casado, recebemos a notícia que havia sido por conta da casa. Sério! Ah, se eu soubesse...
No Da Carmine, determinado dia com música italiana ao vivo, casa cheia, o Carmine (um dos donos junto com o Bruno) soltou a voz no salão, mantendo-me de pé a seu lado. Era em minha homenagem que ele cantava! Ao terminar, pegou minha mão, elevou-a ao ar e disse aos presentes: "- Esse é o Dr. Carlos, senhores!"
Sim, esse é o outro Freddy, que Riva talvez não conheça.
<:o) Freddy
Talvez Riva, convivendo comigo desde que nasceu, estranhe que em algum lugar do planeta eu, que sou dado a explosões com prestadores de serviço os mais variados, tenha angariado tantas manifestações de carinho e reconhecimento como acontece em Gramado.
É verdade em ambas as versões. Sou irascível com prestadores de serviço sim, mas quando sou por eles enganado, desrespeitado, lesado. No entanto costumo ser fiel aos que me servem bem, aos que me agradam com a qualidade do atendimento. E não é só em Gramado, acontece em Niterói, no Rio de Janeiro ou em Friburgo, para citar aqueles dos quais lembro.
Frequento o La Bamba em Friburgo desde 1984 e já ganhamos presentes, tanto da casa como de garçons (Celso). Numa oportunidade, a conta de nossa mesa no Bon Vivant (bistrô maneiro no Cônego) não veio, já estava paga. Era o Hugo, dono do La Bamba e que o frequenta de vez em quando, que resolvera nos fazer um agrado!
No Rio, frequentei o Solar do Tâmega (excelente restaurante comercial com viés português na Rua Senador Pompeu, 106) por mais de 25 anos e cansei de ouvir seu dono dizer ao pessoal da cozinha "- É para o Dr. Carlos". Há quem diga que o prato vinha cuspido, mas o fato é que a qualidade do que vinha pra mim era sempre excepcional.
Em Niterói, sou super bem tratado por donos e garçons da Torninha, que frequento desde sua fundação. Uma vez, já faz anos, ao terminarmos um belo jantar comemorativo de anos de casado, recebemos a notícia que havia sido por conta da casa. Sério! Ah, se eu soubesse...
No Da Carmine, determinado dia com música italiana ao vivo, casa cheia, o Carmine (um dos donos junto com o Bruno) soltou a voz no salão, mantendo-me de pé a seu lado. Era em minha homenagem que ele cantava! Ao terminar, pegou minha mão, elevou-a ao ar e disse aos presentes: "- Esse é o Dr. Carlos, senhores!"
Sim, esse é o outro Freddy, que Riva talvez não conheça.
<:o) Freddy
Que música o Carmine cantou pra vc ? rsrs
Obs : lembro da 1ª vez que Freddy foi no Carmine, então uma casa em Itaipu, especializada em pizzas (bem no começo do negócio).
Foi a 1ª e única vez na minha vida que vi um cliente (Freddy) recusar um vinho ao garçon .... motivo : não trouxe a rolha para ser vista e cheirada ...kkkkkk .... veio com a garrafa já aberta ....com certeza Carmine não esqueceu ! nem o garçon. rsrsrs
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