Por
Ana Maria Carrano
Há 50 anos, para ser mais precisa, no dia 07 de junho de 1963 faleceu, em Niterói, aos 57 anos um homem incrível que, por sorte minha , era meu pai.
Ana Maria Carrano
Há 50 anos, para ser mais precisa, no dia 07 de junho de 1963 faleceu, em Niterói, aos 57 anos um homem incrível que, por sorte minha , era meu pai.
Fernando da Motta Carrano era um sujeito decente . Oriundo de família de classe média
, filho de um tipógrafo e uma dona de casa, foi uma menino suficientemente
rebelde para merecer matrícula no Colégio Salesiano de Niterói em regime de
internato.
Assustado com a morte de colegas de quarto, atingidos pela Gripe Espanhola, pediu ao pai para ir para
casa. Com a recusa deste, não hesitou em fugir do Colégio para se refugiar na
residência de tios. Pouco tempo depois, notando que sua presença interferia na
relação dos tios com seu pai, arranjou emprego e colocou o pé na estrada.
A partir daí, fez da vida sua escola . Creio que foi bem
sucedido, pois conheci um pai honrado, batalhador e admirado por seus pares.
Na minha infância, não foi um pai presente. Seria difícil
para um homem que trabalhava em dois empregos durante a semana além de, durante
bom período, empenhar-se em garantir uns trocados, nos fins de semana, como
baterista em uma Gafieira no centro de Niterói.
Quando entrei na adolescência e estando ele com menor carga
de trabalho, pude usufruir de sua companhia e com ele aprender boa parte do que
me tornei.
Fernando da Motta Carrano |
Era carismático e vivia cercado de amigos . Gostava de festas
e reuniões familiares. Ficava feliz ao proporcionar aos filhos, passeios em
locais sofisticados.
Foi autodidata . Tinha excelente redação e o dom da oratória.
Sua morte, ainda novo, deixou uma enorme lacuna no núcleo
familiar.
Eu perdi mais que o pai. Perdi o amigo e o herói.
O mundo perdeu um homem de valor.
4 comentários:
Estimo que o espírito dele continue seguindo o seu caminho com muita luz.
Abraços
AMEM!!!
Obrigado Gusmão.
Ele foi um homem íntegro, com virtudes e defeitos humanos.
Foi bom pai, bom marido e um cidadão de bem.
Seu espírito, esteja onde estiver, há de ter a luz que você mencionou.
Bacana. Lamento mesmo não tê-lo conhecido.
Obrigada, Gusmão. Espero firmemente que ele continue seu caminho de evolução, cada vez mais iluminado.
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