Vizinhos, convivendo lado a lado na penúltima página do
primeiro caderno de O Globo, em suas edições dominicais, além de vascaínos
assumidos e ilustres, João Ubaldo Ribeiro e Aldir Blanc, abordaram (em 2/6/13) aspectos da
vida política e social do Brasil, sobre os quais já tratamos aqui no blog.
Antes, porém, um reparo para os desatentos. Ubaldo povoa a
página do Globo todos os domingos, ao passo que o Aldir só a frequenta vez ou
outra, com uma periodicidade a qual não me acostumei.
No que concerne à política, fico com o Ubaldo e não abro. O
Aldir é meio chegado à esquerda festiva. Uma pena!
João Ubaldo tocou em um ponto nevrálgico do Judiciário: a
Justiça do Trabalho. Uma vergonha! Mercado persa ou de peixe, perde. Verdadeiro
leilão, onde se disputam valores de indenizações, comandados pelo magistrado.
Mas o aspecto mais humilhante, para tantos quantos advogaram sempre de boa-fé, seguindo os mandamentos éticos do estatuto legal que disciplina o exercício da atividade profissional, e têm que ouvir, ler e calar, diz respeito ao assédio a cidadãos que podem, ou não, ter direitos a postular no judiciário.
O cronista fala de advogados de porta de xadrez. Para chegar
ao que ele chama de “advogado de porta de cozinha”, numa alusão aos absurdos
que estão sendo suscitados por causa da legislação trabalhista que agora alcança
aos trabalhadores domésticos.
Imagina que devem existir talvez umas vinte quadrilhas de
advogados (pilantras), pelo Brasil afora, porque, segundo ele e com toda a
razão, a Justiça do Trabalho nunca dá razão ao empregador.
A quadrilha mencionada daria gorjetas aos porteiros de
prédios para saber quem demitiu empregada recentemente. Aí, procuram-nas e
prometem muita grana, pois contam com a notória boa vontade, espirito tutelar
da justiça especializada, e com um arsenal de leis, decretos, portarias e
ordens de serviço, vão arrancar bons trocados, senão as calças, dos infelizes
patrões que tiveram a necessidade de demitir sua empregada doméstica pela total
impossibilidade de cumprir as leis agora em vigor para ela.
O pior é que não se pode contestar, pois o que para o Ubaldo
é um exercício de ficção, pode ser constatado aqui na cidade, defronte a
Delegacia do Trabalho, onde alguns elementos (remunerados a base de comissão),
abordam os que se dirigem àquele órgão, para consultar se teriam algum direito
a reclamar, e recebem os cartões de visita de alguns advogados, que já
dividiram seus feudos por atividade profissional do empregado: ou seja, se o
ex-empregado trabalhava em empresa de ônibus, o doutor fulano é o indicado; se
trabalhava em condomínio aí já é com o doutor sicrano, e assim sucessivamente.
Isto nas barbas de todo mundo, inclusive de dirigentes da OAB
que em seu código de ética proíbe esta pratica.
Já o Aldir criou uma maneira adequadíssima de nomear o abominável
Renan Calheiros. Ele o chamou de Réu-nan. Poderia ser mais adequado?
Mas a critica mais pertinente, feita pelo vascaíno, parceiro
de João Bosco, está relacionada aos hidratantes não transparentes, assim como
colírios e pomadas que só vêm com dois terços do conteúdo indicado na
embalagem.
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