Aqui prestei serviço militar obrigatório incorporado na CCAC (Companhia de Canhões Anti-Carros |
Não endereçadas ao blog, mas sim à coluna de cartas dos leitores (O Globo), que leio como praxe, e utilizo como veículo de minhas opiniões, vez ou outra.
Na edição de 20 do corrente, chamou minha atenção a carta escrita por Reinaldo Oliveira, a quem peço vênia para endossar seu teor.
É com tristeza que vejo parte das Forças Armadas, sobretudo do Exército, "envolvidas em aventuras pecuniárias", afastando-se dos princípios que deveriam nortear as históricas instituições militares.
A discromatopsia foi obstáculo para que eu integrasse os quadros de oficiais da Aeronáutica, mas não me isentaram da prestação do serviço militar obrigatório.
Foi uma experiência enriquecedora. Se, por um lado, oriundo da classe média, tinha educação formal, observei como para a maioria daqueles jovens as noções de respeito e disciplina eram importantes.
O cuidado com a aparência pessoal, exigida via corte do cabelo, sapatos engraxados e fivelas dos cintos reluzentes; a limpeza dos uniformes e armamento.
O mosquetão, único item que tangenciava o bizarro, por se tratar de arma ultrapassada (imaginem combate com baioneta no éculo XX), não obstante era limpo (em especial o interior do cano), regularmente.
De certa forma acabava com diferença social/econômica, porque nivelava todos: banho frio pela manhã, comida do rancho, escala de serviço ... inclusive limpeza dos banheiros.
Na formatura matinal ouvíamos os hinos. Como estávamos no 3 º Regimento de Infantaria, a tropa formada ouvia que "os melhores são apenas bons, para a infantaria" ou "o infante morre de pé".
E apresentávamos armas em continência ao "terreno" e ao comando.
A continência é prestada ao posto, à patente; é impessoal. Faz parte da disciplina e respeito.
Lamento o fim das atividades no 3 º RI, em São Gonçalo. Muitos jovens eram retirados das ruas e para alguns o serviço militar obrigatória era porta de entrada para os quadros da Polícia Militar.
Gostaria de ver o oficialato comprometido com sua nobres atribuições constitucionais, afastados da política corrompida e corrompedora.
As Forças Armadas são instituições de Estado e não de governos, e deveriam ter este fundamento aliado aos consagrados princípios de disciplina e respeito à hierarquia.
5 comentários:
A bem da verdade, informo que passados 9 meses fui transferido para a 2ª CR, onde executava serviços burocráticos.
Mas fiz toda a instrução no 3 º RI.
Sim, tinha um primo capitão (ajudante de ordens de um general).
Sim, os soldados ganhavam uma merreca por mês.
Em princípio, não tinham fundamento as alegações de que o serviço militar comprometia os estudos.
Havia o CPOR e, em Niterói, o NPOR, durante as férias e finais de semana, que formavam oficiais para a reserva.
Bastava estar cursando o científico, ou o clássico.
Na carta do leitor, citada na postagem, há referência elogiosa à Polícia Federal, o que endosso.
Do 3º RI, acho que já comentei outrora por aki, tenho 2 lembranças :
- o sargento que fazia a inspeção nos "candidatos".
- eu falando para meu saudoso pai : " Se eu for aprovado, nunca mais sento numa cadeira de faculdade nenhuma". (entrei na faculdade com 17 anos e meio).....não fui aprovado pelo sargento.
PS : contagem regressiva para 5ª feira no Maraca
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