16 de agosto de 2021

Sexo e violência

 



Depois de praticamente esgotar as séries históricas ou de época (Downton Abbey, Roma, The Crown e outras),  e as policialescas, inclusive as produzidas nos países nórdicos Finlândia e Islândia (Deadwind, Borderliner, Trapped e outras), e sem indicação/sugestão de filhos e noras, restou-me rastrear o menu da Netflix em busca de uma série interessante, inspirada ou calcada em fatos reais.

Achei “Marco Polo”, cuja vida, em minha memória residual, foi de aventuras. A história transcorre nos anos 1200.

Mosaico de Marco Polo existente no Palazzo Doria-Tursi,
 em 
GênovaItália

Resolvi arriscar já sabendo que a série era composta de duas temporadas, com 10 episódios em cada uma delas.

Ao fim do primeiro episódio quase desisti por conta de cenas de sexo e extrema violência. Nada tenho contra sexo e muito tenho contra violência. Ambas as atividades humanas devem estar, como se dizia antigamente, inseridas no contexto. Se forem gratuitas perdem significado.


Retrato póstumo feito em cerca de 1600,
parte do acervo da 
Galleria de Monsignor Badia, em Roma

Mas persisti e fui adiante. Aí comecei a verificar que haveria, sim, uma parte dramática, um fio condutor histórico, e da região asiática.

A filosofia chinesa, o comportamento e as ambições mongóis. Na série são expostas, cruamente, a ambição humana pelo poder, a inveja pelo sucesso alheio, a traição e a lealdade de perfis humanos.

A produção é impecável. Indumentárias, armamentos, locações; a fotografia por vezes encanta aos olhos e por vezes retrata a miséria e a falta de dignidade.

Elenco afiadíssimo e sem nomes consagrados, pelo menos para mim. Algumas interpretações são muito convincentes, demonstrando as emoções dos personagens.

As cenas de batalhas são tão realistas, tão contundentes, tão selvagens, tão chocantes que muitas vezes é melhor desviar o olhar.

Em compensação as lutas (kung fu) entre oponentes diretos, inclusive entre mulheres, são duetos de enorme plasticidade, muito bem coreografados.

O custo, como não poderia deixar de ser altíssimo, resultou em prejuízo para os produtores e consequente cancelamento da terceira temporada. Pena, pois haveria ainda o que narrar.

Acabei por adotar e torcer por lados e personagens.  Alguns conceitos e atitudes são censuráveis ética e moralmente, ou não. Depende de você.

O personagem – Marco Polo – é real. Existem registros sobre sua existência e aventuras. Gengis Khan e o Papa são referenciados com frequência.

2 comentários:

Jorge Carrano disse...


Assisti a dois episódios por noite.

Agora é achar outra série que valha a pena, por alguma razão que seja, assistir de cabo a rabo.

Riva estranho disse...

Ando bloqueado para qqer coisa em episódios. Estranho mesmo é que eu lia 2 livros por mês, e na pandemia toda até agora só li 1 livro !!!!!

Também não tenho tocado violão nem piano ........ isso não é um bom sintoma.