Esquecer ou desistir de acompanhar o futebol?
Meu coração é vascaino
desde os sete anos de idade. Portanto há 74 anos.
Desde 1950, quando do jogo Brasil
e Espanha, que assisti no Maracanã, levado por meu pai e um amigo dele de nome
Américo, fiquei fissurado na seleção nacional.
Para dar uma ideia do
quanto eu era tarado por futebol, especialmente da seleção, nos preparativos
para a Copa de 1966, num domingo, fui para o Maracanã assistir a duas partidas
consecutivas: Brasil e Peru e Brasil e Polônia.
E ainda chegando em
casa a tempo de ver o tape de uma seleção paulista enfrentando a seleção da
Hungria, que também se preparava para a Copa.
Para quem não lembra ou
nem era nascido, em 1966 tínhamos 4 seleções em treinamento. E nenhuma definida
como titular. E ainda sobravam jogadores para montar uma seleção em São Paulo.
Vínhamos da conquista
em 1962 e éramos só otimismo quanto ao tricampeonato (que só veio em 1970).
Dados os exemplos pego
o fio da meada das decepções, dos momentos para esquecer.
O primeiro, claro, os
7X1 para a Alemanha, em pleno Mineirão.
Os outros dizem
respeito ao Vasco, e sempre no confronto com o Flamengo. O mais recente é do
dia 16 último, na decisão do campeonato brasileiro sub-17.
Na decisão no sistema
ida e volta, o Vasco abriu uma boa vantagem ao vencer a primeira partida por
3X1. Poderia empatar e até perder por um gol de diferença. Se perdesse por dois
gols de diferença ainda restaria a chance nas penalidades.
Pois perdeu de 4X1, uma
vergonha! O time dissolveu. E o quarto gol rubro-negro ocorreu aos 43 minutos do
segundo tempo. A história se repete, vejam adiante.
Outro episódio, mais
antigo, ocorreu em 1978, quando o zagueiro rubro-negro Rondinelli marcou de cabeça, e aos
41 minutos do segundo tempo, o gol que conferiu o título carioca ao clube da
Gávea. O goleiro vascaíno era o Leão (da seleção nacional).
Foi de doer. Tal e qual aconteceu em 2001, também em decisão do campeonato estadual. Petkovic, jogador sérvio, então no Flamengo, em cobrança de falta com perfeição, aos 43 minutos do segundo tempo, conseguiu colocar a bola no ângulo fora do alcance do goleiro Helton.
Assistam ao lance, clicando na imagem.
NOTAS: matérias a respeito nos links a seguir
https://tntsports.com.br/futebolbrasileiro/Flamengo-e-campeao-brasileiro-sub-17-com-gol-do-Pet-aos-43-e-torcedores-enlouquecem-20210816-0029.html
https://denimenezes.com/40-anos-do-gol-de-rondinelli-o-deus-da-raca/
https://tntsports.com.br/futebolbrasileiro/Pet-relembra-historico-gol-de-falta-Me-vinculou-ao-Flamengo-de-uma-forma-especial-20200527-0015.html
4 comentários:
É, Carrano, como já debatemos em comentários anteriores, ficamos mal acostumados... Também acompanho futebol desde a Copa de 50, apesar de meu pai não me ter levado para a final contra o Uruguai, com receio dos tumultos que eram previstos para as comemorações do primeiro título de campeão do mundo para a seleção brasileira. Ele foi e eu fiquei ouvindo pelo rádio. Lembro-me bem da sua expressão de profunda decepção quando retornou do Maracanã.
Depois, já torcedor do Botafogo ficava encantado com a qualidade do meu time, base das seleções brasileiras campeãs mundiais de 58 e 62, celeiro de craques como Nílton Santos, Didi, Garrincha, Quarentinha, Amarildo, Gérson, Roberto, Jairzinho, Paulo César.
O futebol mudou muito nessas últimas cinco décadas, profissionalizou-se de vez, nossas promessas de craques não sonham mais em jogar nos grandes clubes brasileiros: sonham em vestir camisas do Real Madrid, Barcelona, Juventus, Milan, Arsenal, Chelsea, PSG, Manchester...
Meu Botafogo hoje me dá pena... não vejo mais nenhum jogador digno de vestir a camisa alvinegra... tudo jogador de empresário que apenas usam o nome do clube como vitrine para expor seus medíocres produtos e tentarem faturar algum trocado com uma possível boa campanha da sua mercadoria... veja-se o exemplo recente do William Airão...
Quanto ao Vasco, deixo a você a apreciação...
O que falar do Vasco, Carlinhos?
Que vai brigar para permanecer na segunda divisão?
Onde andam os sucessores de Ademir, Danilo, Friaça, Ipojucam, Sabará, Vavá, Beline, Romário ... e mais uma infinidade de jogadores que vestiram e honraram a camisa cruzmaltina.
Meus filhos indagaram no passado porque elegi o Vasco para torcer. Foi fácil explicar, porque na década de 1940 Vasco era um dos maiores e mais respeitados clubes do mundo, por suas conquistas e também pelas ações fora das quatro linhas. Vide a luta pelo fim da discriminação racial. Pela igualdade social.
São Januário era o palco oficial de inúmeros acontecimentos importantes, fossem políticos, fossem esportivos. Anúncios, pelo presidente da República, das leis trabalhistas, do salário-mínimo entre outros eventos.
Desfiles dos Jogos da Primavera e até de escolas de samba.
A primeira formação do Vaso que assisti jogar, ao vivo no estádio, tinha Barbosa, Augusto e Wilson, Eli, Danilo e Jorge, Tesourinha, Maneca, Ademir, Ipojucam e Chico. Que tal?
Disputas políticas internas, há muitos anos, são uma das causas do declínio do Vasco.
Vejam exemplo em
https://ge.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/em-carta-protocolada-na-secretaria-do-vasco-grupo-de-brant-cobra-salgado-inadmissivel-mentir.ghtml
Se as forças políticas se unissem, com a torcida apaixonada e fiel de que dispõe, o clube em pouco tempo voltaria ao seu patamar de glórias, adimplente e respeitado;
Do Botafogo, nem te digo... a convite de um advogado conhecido (Mauro Ney Palmeiro, filho de um antigo presidente do clube) fui conselheiro no início dos anos 90. Fui a algumas sessões do Conselho Deliberativo, mas o que vi ali foram torcedores apaixonados pensando que ainda estavam no tempo do amadorismo e que todos os problemas financeiros (graves, por sinal - o clube havia perdido a sede de Gal. Severiano) seriam resolvidos apenas com dedicação e amor ao clube. Enquanto isso, na Europa, os grandes se fortaleciam, assumiam uma atitude totalmente empresarial, separando completamente a parte social do futebol. E, aí, investiram pesado nos craques brasileiros, levando quase todos pra lá. As discussões nas reuniões do Conselho eram estéreis, que não levavam a nenhum lugar. Acabaram caindo na mão de um poderoso contraventor, que investiu no clube e lhe deu alguns títulos, enquanto lavava o dinheiro de suas negociatas. Por isso, deixei logo de comparecer às outras reuniões, preferindo torcer de longe.
Pouca coisa diferente deve acontecer com os outros clubes brasileiros. O Cruzeiro é mais um exemplo dessa decadência.
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