27 de novembro de 2020

Os chutadores

 

            


         J
orge Carrano

          Carioca, do Andaraí, octogenário, vascaíno.




Os narradores adjetivavam de petardos os chutes mais fortes. Ou bomba. Pepe, jogador do Santos, contemporâneo  de Pelé, tinha uma “bomba” nos pés.

Vi jogar alguns excelentes chutadores. Quando menciono excelentes, quero dizer que o chute era forte, e tinha precisão. Acertavam o alvo, no caso o gol adversário. Caso contrário alguns zagueiros botinudos seriam relacionados entre os melhores.

Pinheiro, zagueiro do Fluminense, chutava com o bico da chuteira, inclusive na cobrança de penalidades.

Aqui em Niterói, no futebol local, havia um chutador que foi lenda. Chamava-se Draga. Atribuíam a ele ter provocado tuberculose num goleiro que ousou agarrar no peito um de seus poderosos chutes.

Um dia fui ao campo do Vianense porque me disseram que ele iria jogar. Perdi meu tempo, nem jogo teve naquele dia citado. Acabei não vendo o chute do Draga.


Chico, ponta esquerda

Jair da Rosa Pinto - Jajá

Silvio Parodi, ponta esquerda

Um dos mais famosos chutadores foi o Jair da Rosa Pinto, apelidado de “Jajá de Barra Mansa”, que integrava o ataque da seleção de 1950.

O Vasco teve um paraguaio chamado Silvio Parodi, que certa feita furou a rede com seu potente chute. Menos pela força e velocidade da bola, e mais porque a rede (de barbante) estava já desgastada pelo sol e chuva.

Chico, também do Vasco e seleção brasileira,  chutava forte.

Nelinho, do Cruzeiro e seleção nacional, chutava forte, com efeito e precisão. Canhoteiro, do São Paulo, também tinha bom chute, além de habilidade para drible.

E Rivelino, ídolo do Corinthians e de boa parte da torcida do Fluminense, campeão mundial em 1970, chutava muito forte. Sobre ele o Riva, nosso confrade, pode falar melhor porque ganhou o apelido em função do profissional.

Chutar forte nem sempre é a melhor opção. Por vezes é melhor jeito. Que o digam Didi, criador da “folha seca”; Gerson, o canhotinha de ouro; Rubens, o “Dr. Rubis”, que antes do Zico, no Flamengo, era o cobrador oficial de faltas, o que fazia à perfeição, com chutes colocados, em curva ou por cima da barreira.

 


Nota: 

1) Claro que foi coincidência colocar fotos do jogadores do Vasco. Rsrsrsrs😁😁😁

2) Pepe, ex-jogador referido no texto, acaba de superar a Covid-19, aos 85 anos.  Que boa notícia.

9 comentários:

Jorge Carrano disse...


Faz muito tempo teve um jogador brasileiro que pelo chute potente e precisão no alvo, foi convidado para integrar uma equipe de futebol americano nos USA. Seu único papel no time seria tentar o Field Goal como kicker.

É engraçada aquele baliza colocada de ponta cabeça como dizem os paulista.

Calfilho disse...

O Botafogo teve dois jogadores que também tinham chute muito forte e certeiro. Um, nos anos 50/60: Quarentinha. Outro, mais recente, que ficou pouco tempo no clube e depois foi para o México: o zagueiro Juninho.

Jorge Carrano disse...


Lembro do Quarentinha.

Jorge Carrano disse...


Acho ética a atitude do São Paulo, que não irá pleitear a anulação da partida contra o Ceará. Havia impedimento claro e o bandeirinha acusou na hora. Depois o VAR validou equivocadamente. Ao autorizar a nova saída (bola em jogo), não poderia haver nova intervenção do VAR. Erro de direito, sem dúvida.

Mas que lambança do VAR. De novo. Agora tem um bocado de árbitros e piorou o nível da arbitragem.

E estragou o espetáculo, a emoção do momento, tira tesão.

Jorge Carrano disse...


Botafogo demite a Viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido.

O tal Ramón Diaz já era.

https://www.terra.com.br/esportes/botafogo/sem-estrear-ramon-diaz-deixa-o-botafogo-e-eduardo-barroca-e-o-novo-treinador,a92bd247b17feea6fb18dcc5a72cc87a7ehdvbaf.html

Calfilho disse...

Isso é falta de comando, de direção. Contrata um cara que, antes de assumir, vai fazer uma cirurgia e o filho é quem assume o comando do time Resultado: três derrotas, sendo duas em casa. Agora, o pai não sabe quando vai ter alta. Não devia nem ter contratado. O Botafogo, infelizmente, está virando a casa da mãe Joana...

RIVA disse...

Dos que vi jogar mesmo, foram o Pepe, o Marinho que veio do RN para o Botafogo, o Rivelino, e o "maldito" Ademar do São Caetano kkkkkkkk.

Sou canhoto, o que já é uma vantagem no chute ...dizem os entendidos. Meu apelido RIVA vem da década de 80, por ser canhoto, chutar muito forte, tricolor, e na época usava um bigodão.

Acreditem, já mandei um goleiro para o hospital, pq infelizmente o chute acertou a cabeça dele.

Mandei também para o hospital, num tumultuado jogo em Caxias, um zagueirão que estava na barreira. A bola acertou o gogó dele, que caiu igual a uma tábua, sem conseguir respirar direito.

Na época eu usava aquela de mandar a primeira mamona na barreira, porque na próxima ninguém queria ficar ali, ou se abaixava quando eu chutava kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

PS: sei não, Botafogo, sei não .......





Jorge Carrano disse...


Exatamente este Adhemer, que jogava no São Caetano e cujo nome me escapou é que foi parar - ou quase - na Liga Americana, a NFL (National Football League).

Chutava muito mesmo.

Riva disse...

Tirou meu FLU da final de 2000 em pleno Maraca ! E não era canhoto.