23 de novembro de 2020

PAIS E FILHOS... NO FUTEBOL...

      


Calfilho

Carioca de Olaria, botafoguense de coração, niteroiense por adoção, copacabanense por predileção, parisiense e europeu por admiração ... 78 anos de idade, tentando chegar aos 80, se Deus ajudar.

 

Em talvez oitenta por cento das hipóteses, os filhos seguem os caminhos que os pais já desempenharam em suas próprias vidas. 

Assim, muitos médicos também se formam em medicina porque seu pai ou sua mãe foram médicos. O mesmo ocorre na advocacia (com suas variantes para a magistratura ou Ministério Público, mesmo Defensoria), engenharia, odontologia e outras carreiras de nível superior...

Não porque, necessariamente, já tinham vocação para seguir a mesma profissão,  mas, quase sempre pela influência familiar... talvez até por comodismo, por já encontrarem o escritório ou consultório do pai ou da mãe estabelecido, o bom nome que eles já conquistaram no exercício de suas profissões e a maior facilidade que teriam em começar uma atividade laborativa após o término de seus ciclos de estudos convencionais...

Cada um deve ter sua própria história para contar. Muitas delas são iguais, outras parecidas, algumas bem diferentes...

Vou contar a minha, se me permitem. Meu pai era médico e acho que um dos seus maiores sonhos era que eu também fizesse medicina. Por isso, cursei o antigo científico, que era preparatório para medicina, engenharia, odontologia, entre outras carreiras.

Estudei, sem necessidade, matemática mais avançada, desenho, química, física, matérias que nunca utilizei no futuro. 

Acabei cursando Direito (poderia ter feito o clássico e me livrado daquelas matérias) e segui outra carreira, mesmo sem ter vocação para ela. Sei que decepcionei profundamente meu pai, mas acho que fiz o que achei que era melhor para mim na ocasião. Seria um médico apenas razoável, acabei um magistrado também apenas razoável...

No futebol, meu pai também não me influenciou... Na realidade, não sei para qual time torcia. Senti nele uma leve predileção pelo Vasco, mas foi apenas minha impressão. Entretanto, levou-me várias vezes ao Maracanã para assistir jogos de times diversos, entre eles até o São Cristóvão. Com ele, assisti partidas diurnas e noturnas, do campeonato carioca e do antigo torneio Rio-São Paulo. Minha opção pelo Botafogo, depois de minha fase cantorriense foi tomada somente por mim, por mais ninguém.

Já em relação aos meus filhos foi um pouco diferente. Não dei nenhum palpite sobre a carreira que deveriam seguir. Deixei exclusivamente a critério deles essa escolha. Minha filha mais velha e dois dos meus filhos homens escolheram Direito, não sei o motivo. 

Não advogo depois que me aposentei (nem revalidei minha inscrição na OAB), não tenho escritório e pouco posso ajudá-los, já que o Direito mudou muito depois da minha aposentadoria.

Outro filho meu cursou Física e hoje é professor da UFRJ, tendo vários cursos de mestrado, doutorado e pós-graduação nos EEUU., Europa, até China.

Já quanto ao futebol, aí não. Ainda crianças de colo me acompanharam devidamente uniformizados com a camisa, calção e meia do Botafogo a jogos no Maracanã. Hoje, são quatro botafoguenses doentes. Um deles, como eu, é sócio proprietário do clube.

Já meu neto, doutrinado pelo pai, é tricolor, não consegui influenciá-lo.

Democracia em tudo, menos no futebol...

19 comentários:

Jorge Carrano disse...


Carlinhos,
Vou plagiar seu título na próxima postagem. Mas vou inverter a ordem e será "filhos e pais".

O conteúdo poderá ter alguns tangenciamentos.

Jorge Carrano disse...


Números das estatísticas do blogger, programa que utilizo.

Até 06:45 h de hoje, dia 23 de novembro:
Hoje 171 - Ontem 642 - Este mês 7941 - Último mês 6532

Tem aumentado bastante o número de acessos, embora sem participações em comentários.



Jorge Carrano disse...

Esclarecimento:

A contagem diária se dá entre as 21:00 h e 20:59 h.

Assim a contagem de hoje teve início às 21 hora de ontem.

RIVA disse...

Essa questão do filho escolher a mesma profissão dos pais eu percebo muito, mas muito mesmo, é com dentistas. Afinal, montar um consultório custa uma grana ...... e ainda belisca a clientela do papai quando ele se aposenta .... #simplesassim.

Minha geração não tinha grandes escolhas, sem falar no forte machismo nas famílias. Enfim...

Já comentei por aki que sou engenheiro para sacanear minha mãe, a matriarca, que já tinha escolhido a profissão do seu primogênito (engenheiro), e eu, o segundo, tinha que ser médico, porque ela queria um engenheiro e um médico na família dela.

Na verdade queria fazer arqueologia, mas fui desanimado por meu pai, quando conversamos sobre a dificuldade do estudo e exercício da profissão em Terra Brasilis.

Nunca tentamos influenciar nossos filhos na escolha das carreiras, conversávamos sim sobre mercado de trabalho, o significado de cada uma, mas não apontávamos nenhuma direção.

Meu primogênito só falava em fazer Medicina, até que a 6 meses do vestibular anunciou que ia fazer Jornalismo. Está feliz, uma carreira de sucesso.

Meu do meio fazia Engenharia de Tele na UERJ quando anunciou que não queria mais, que ia fazer Produção. Se formou, trabalhava há 2 anos quando resolveu jogar tudo para o alto e ir para a Europa estudar Engenharia Financeira. Está feliz, um mercado amplo, vive na Europa há 9 anos.

O caçula fez Turismo, foi morar nos EUA trabalhando com Turismo, e de repente voltou para o Brasil para estudar Administração. Está feliz, adora o seu trabalho.

E lá vamos nós, missão cumprida, temos certeza. Estrutura familiar sólida, valores tradicionais retilíneos, criamos 3 pessoas maravilhosas. Tudo isso regado a muito amor e música.

No futebol não consegui reverter o processo playground década de 80, quando Aquele Time do Mal ganhava tudo, então .... um deles é. Demais tricolores, e a MV.






Jorge Carrano disse...


Muita democracia faz mal ... inclusive no futebol.

Calfilho disse...

Faz mal não, Carrano. Democracia sempre faz bem... No futebol é diferente, futebol é paixão e paixão é incontrolável, por isso deve ser orientada, principalmente quanto aos filhos...

Jorge Carrano disse...


Quando li em seu comentário que "futebol é paixão" ocorreu-me Nelson Rodrigues.

José Maria Scassa acusou-o de não entender de futebol. Nosso genial cronista, autor teatral e frasista emérito, retrucou na hora: Mas querido Scassa, futebol é paixão e eu sou um dramaturgo. A paixão é minha matéria-prima"

Se não foi exatamente assim, foi muito perto disto: dramaturgia=paixão, logo, se futebol é paixão, estou no meu universo.

Isto ocorreu na década de 1960, na Grande Resenha Facit, na TV Globo, que nasceu com o nome de Grande Revista Esportiva e mudou de nome em função do patrocínio.

Imperdível!

Esta resenha, uma referência de e para programas esportivos jamais será igualada em face do nível (cultural e intelectual) de muitos de seus participantes: Armando Nogueira, João Saldanha, Victorino Vieira, Hans Henningsen, Nelson Rodrigues, José Maria Scassa e o ex-jogador Ademir Menezes.

A resenha era ancorada por Luiz Mendes e os participantes eram assumidamente torcedores, revelando e defendendo suas agremiações. Tinha muito botafoguense, pois Mendes, Saldanha e Armando Nogueira eram torcedores do clube da estrela solitária.

O mais chato do grupo - Scassa - era flamenguista. Só podia ser. E Nelson, claro, tricolor.

Calfilho disse...

Essa resenha marcou época, Carrano. Dela participaram também, segundo me recordo, o Sandro Moreira, o Oldemário Touguinhó, o Dennis Menezes. Antes, havia uma outra muito badalada também, praticamente com os mesmos comentaristas, na antiga Tv-Tupi (Rui Viotti era o mediador).

Jorge Carrano disse...


Verdade, Carlinhos, os participantes mudaram um pouco ao longo do tempo em que esteve no ar, ou seja, até 1971.

O Sandro e o Oldemário também eram botafoguenses. Que torcedores de elite, hein! Carlinhos.

Calfilho disse...

Devem estar dando pulos de raiva no caixão vendo o time de hoje...

Riva disse...

Rapaz, que timaço vcs resgataram nos últimos comentários.
E olha os comentaristas e analistas de hoje ...... kkkkkkkkkkkkkkkkk

E tem gente que diz que sou saudosista !!

Caramba, um abismo entre eles e os de hoje ......

Tem que ser saudosista mesmo. Nossa geração foi agraciada com a existência de tantas pessoas maravilhosas em vários setores do dia a dia, apesar da "dita maldita" ditadura militar.

Se for falar de música nessa época, vou ali me enforcar !! kkkkkkkkkkkkkkkkk

PS: Kd elas ? Por onde andam ? Têm que estar em casa !!

RIVA disse...

PAUSA AKI

853 mortes por Covid nas últimas 24 horas na ITALIA ... números iguais a março !!!!!!!

Assustador ...

Insisto, esse Camp. Brasileiro deveria ser interrompido.

Calfilho disse...

Aguentar Lofredo, Rizek, Barreto, Galvão Bueno (?), Caio, Paulo Nunes, realmente é dose pra elefante... como falam bobagens...

Calfilho disse...

Hoje, fui votar na eleição do Botafogo... que diferença de ambiente em relação a eleições passadas... não conheço ninguém das três chapas concorrentes... votei por instinto...

Jorge Carrano disse...



Durcesio Mello é eleito com 477 votos e será o presidente do Botafogo de 2021 a 2024.

Calfilho disse...

Não conheço, nunca vi antes, não sei nada dele como botafoguense.O clube, cuja sede é tão bonita, e onde brinquei alguns Carnavais, deu-me uma triste impressão de abandono. Pena, é lamentável, mas tenho o triste pressentimento que o Botafogo vai seguir o mesmo caminho do América e do Bangu, no futebol...

Jorge Carrano disse...


Ele pretende elevar adiante o projeto de transformar o clube numa S/A.

Você ao invés de sócio passará a acionista? Rsrsrsrs

Jorge Carrano disse...


Ele pretende LEVAR ...

RIVA ... RIP Maradona disse...

A fila anda ...

R.I.P. Maradona, cracaço de bola !

Na minha existência vi muitos craques de bola. Mas em Copa do Mundo, que sei ser apenas um torneio, mas de muita visibilidade, só vi dois craques carregarem sua seleção nos pés e nas costas e conquistarem o título ... MARADONA e GARRINCHA.

Triste e prematura sua ida. Descanse em paz .....