17 de novembro de 2020

MEMÓRIAS FUTEBOLÍSTICAS...


 




       


Calfilho

Carioca de Olaria, botafoguense de coração, niteroiense por adoção, copacabanense por predileção, parisiense e europeu por admiração ... 78 anos de idade, tentando chegar aos 80, se Deus ajudar.




Provocado por um dileto amigo, vou tentar escrever algumas linhas sobre futebol...

Acompanho o esporte desde 1950, quando tinha oito anos de idade...

Não torcia por um clube definido, gostava de ver os times jogando, a beleza das camisas coloridas, o Maracanã grandioso, mas ainda um pouco triste, depois da derrota para o Uruguai, na Copa do Mundo de 50... Meu pai às vezes me levava para assistir uma partida, seja do Vasco, Fluminense, Botafogo, América, até mesmo do São Cristóvão. 

Com a chegada da televisão em nossos lares, passei a acompanhar com mais frequência os jogos que os clubes permitiam a transmissão.

O Vasco era o grande time da época, base da seleção brasileira que disputou a malfadada Copa de 50. Barbosa, Augusto, Eli, Ademir, Maneca, Friaça, Tesourinha, Chico, jogavam pela equipe cruzmaltina. Foi o campeão carioca daquele ano.

O Fluminense tinha Castilho, Píndaro, Pinheiro, Clóvis, Telê, Vítor, Bigode, Orlando Pingo de ouro, entre tantos outros excelentes jogadores. Foi o campeão de 1951.

O Flamengo tinha um timaço, sendo reforçado com a vinda de Rubens e Adãozinho, que chegaram do futebol paulista. Garcia, Biguá (mais tarde Tomires) e Pavão; Jadir, Bria (depois Dequinha) e Jordan; Joel, Rubens, Adãozinho (mais tarde Índio), Benitez e Esquerdinha. Ainda entraram Evaristo, contratado ao Madureira e uma dupla que fez muito sucesso por vários anos: Dida e Babá. O Flamengo foi tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955...

O Botafogo, que fora campeão em 1948, depois da saída de seu melhor jogador, Heleno de Freitas, para o Boca Juniors, não conseguia formar um bom time. Até que, em 1953, surgiu um endiabrado ponta-direita, de nome Manuel Francisco dos Santos, apelidado de Garrincha, que fez voltar a alegria aos botafoguenses. Contratou Didi ao Fluminense, além de Paulinho Valentim e Quarentinha, dois excelentes artilheiros. O time foi campeão em 1957.

Já agora, eu era um fã incondicional de futebol, assistindo todos os jogos passados na televisão ou indo aos estádios de Caio Martins, Maracanã, São Januário, Álvaro Chaves e até mesmo Bariri, Teixeira de Castro, Figueira de Melo.

Era sócio do Canto do Rio F.C., clube de Niterói, que disputava o campeonato carioca. Passei a torcer por ele e a acompanhar seus jogos pelos estádios onde jogava. Em 1955, o clube contratou alguns jogadores já em final de carreira e conseguiu formar um time razoável: Garcia (Veludo), Ary Marron, Vítor, Lafayette, Eli do Amparo, Caboclo, Mituca, Zequinha, Osmar, Jairo...

Como o meu amigo Carrano já explicou em seu “post”, as tardes de domingos começavam às 13 horas com os times de aspirantes. Às quinze horas tinha início o jogo de profissionais. E, nas manhãs ensolaradas havia a partida entre os juvenis. Não vi ninguém morrendo de insolação, nem havia parada técnica para reidratação...

Eu mesmo costumava “rachar” na areia da praia de 9 da manhã ao meio-dia...

Já disse isso em outras matérias do meu blog: defini qual seria o clube pelo qual torceria depois da final do campeonato carioca de 1957, quando o time da estrela solitária goleou o Fluminense por 6 X 2, com exibições primorosas de Nílton Santos,  Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Quarentinha...

Devo ter dado sorte nessa escolha, pois no ano seguinte, 1958, o Brasil, finalmente, foi campeão do mundo, tendo em sua equipe justamente Nílton Santos, Garrincha e Didi. E repetiu a dose em 1962, com mais Zagallo e Amarildo no time principal, além dos três outros já citados...


11 comentários:

Jorge Carrano disse...


Bem-vindo, Carlinhos!

Nossas memórias, somadas, possivelmente resultarão numa apreciação fidedigna do futebol no passado, no presente, e até poderemos arriscar o futuro.

Ambos gostamos do esporte, praticamos amadoristicamente e somos torcedores apaixonados por nossos clubes, tendo frequentado os estádios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Vamos ver no que vai dar.

Jorge Carrano disse...


Em tempo:
Praticamos amadoristicamente em priscas eras, na juventude.

No futsal, então chamado futebol de salão, um pouco mais.

Bem, o Carlinhos teve o "Data venia", composto, salvo engano, de magistrados, defensores e promotores públicos.

Eu, de minha parte, nos solteiros e casados ou competições internas nas empresas onde trabalhei.

Calfilho disse...

Carrano, acho que minha "experiência" futebolísta foi mais duradoura que a sua. Além do futebol de salão (de 1953 a 1966) e o de praia (de 1960 a 1964), ainda joguei muito futebol de campo, tanto pelo Banco do Brasil como pela magistratura carioca. O "Data Venia" já foi "final de carreira", futebol society, onde além de advogados, promotores, juízes, defensores públicos, com a gente jogaram alguns ex-jogadores profissionais, como o Richard (ex-Botafogo), Jomar Macedo ( ex-Vasco e Atlético Mineiro), Soares (ex-América), Pedro Ligiero (ex-Canto do Rio), Weber Batista (ex-Madureira). Senti-me muito honrado, já beirando os quarenta anos na época, de ter jogado ao lado dessas feras...

Jorge Carrano disse...


É, você foi mais longevo, com certeza.

Na verdade, Carlinhos, depois de ir para o gol no futsal da empresa, nos aos 1970, parei de vez.

Vou fazer um spoiler. Estou escrevendo, para publicação na quinta-feira, uma postagem sobre técnicos de futebol.

Aguardo sua contribuição para sexta-feira/sábado, para irmos alternando textos.

Jorge Carrano disse...


Estatística de visualizações do blog, entre ontem e hoje:

Hoje
400

Ontem
339

Jorge Carrano disse...


Hoje a Espanha nos vingou em partida pela Liga das Nações.

Espanha 6 X 0 Alemanha.

Quem com goleada fere com goleada será ferido?

Jorge Carrano disse...

Se não acreditam leiam em:

https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/liga-das-nacoes/jogo/17-11-2020/espanha-alemanha.ghtml

(copy-paste)

Jorge Carrano disse...


As 21 horas, bom número de visualizações:

Hoje
434

Ontem
339

Riva Z4 disse...

Bons números do Blog. Parabéns !! A luta continua rsrsrsrs.

Carlinhos, tenho um amigo de longa data que fez 83 anos, e também é nascido e criado em Olaria. Seu nome é Leon.

Ele conta grandes histórias do bairro, do convívio com Pixinguinha, Villa Lobos e tantas outras personagens da época dele.

Vc também vivenciou isso tudo em Olaria ?

Calfilho disse...

Não, Riva, só nasci em Olaria, na maternidade da rua Uranos (acho que ainda existe até hoje). Nunca cheguei a morar no bairro. Morei na Penha, no primeiro ano de vida (av. Braz de Pina), depois no Jacaré até os quatro anos (rua Sarandi), e em Copacabana, até os seis anos (rua Belford Roxo). Em seguida, seis meses de Fortaleza, e, já com sete anos, em Niterói, no Centro, no Ingá e em São Francisco, entremeados com alguns anos de Botafogo e Copacabana, quando trabalhei no Rio. E, também em Cantagalo, onde trabalhei por dois anos. Tenho grandes amigos em Ramos e frequentei muito o campo da rua Bariri para ver jogos do Canto do Rio e do Botafogo.

Riva rumo a Z4 disse...

Ok.

Tive a minha fase adolescente de perseguir o meu FLU na Rua Bariri, Teixeira de Castro, Conselheiro Galvão, Ítalo del Cima, Bangu, Figueira de Melo (era esse mesmo o nome ?), raramente o Flu vinha no Caio Martins, mas eu ia sempre ver os jogos do Canto do Rio porque era sócio. Não lembro de ver jogos na Ilha contra a Portuguesa ....

Tudo isso numa época em que o Campeonato Carioca era o mais importante em nossas vidas de torcedor apaixonado.

Bons tempos de sentar na arquibancada de cimento quente ! Bons tempos da rede tipo Chuá quando a bola entrava, da charanga, bandeiras e morteiros inofensivos, aquele cheiro de pólvora quando os times entravam em campo ou faziam gol.

Como diz a Alessandra Tappes, tudo isso hoje está nos quadros pendurados nas paredes da minha memória.