Já escrevi bastante sobre cinema (sala de exibição) neste espaço virtual. Exemplo:
https://jorgecarrano.blogspot.com/2016/05/cinemas-em-niteroi-no-passado.html
Há muito não vou a um cinema. Acomodei-me às séries (algumas ótimas) televisivas e ao cardápio Netflix.
Tinha até mesmo esquecido da relevância do cinema (arte) para minha geração e da diversão barata.
Os heróis americanos nas guerras, a resistência de índios Cheyennes e Sioux, que enfrentavam o Gal. Custer, os musicais e as comédias românticas me encantaram.
Foi também através do cinema e da revista Seleções do Reader's Digest que conheci o "american way of life".
Nunca comentei um dado importante. O quanto os cinemas uma das melhores, senão a melhor diversão para as classes "B" e "C", ficavam lotados em algumas oportunidades.
Nem vou falar da pré-estreia do Odeon (Niterói) às 10 da manhã aos domingos. Formava-se uma imensa fila na porta.
Refiro-me aos grandes lançamentos de uma maneira geral. Vou contar um caso pessoal, vivido com a hoje minha mulher (há 53 anos).
Antes porém, quero registrar que o que despertou minha memória foi uma crônica recente do Xexéo, na qual ela relata que por vezes só era possível assistir ao filme sentado no chão, isso mesmo, no chão dos cinemas, especialmente nos corredores laterais.
Mas vamos ao caso vivido com Wanda, minha mulher. Meu pai havia falecido há pouco mais de um mês. Ela veio, com a mãe, nos visitar. Eramos noivos e certamente a família dela queria se posicionar em relação as minhas intenções futuras, em face do novo fato.
Claro, morávamos há algumas centenas de quilômetros de distância. Ela em Cachoeiro de Itapemirim e eu em Niterói.
No cinema Central, localizado na Praça Araribóia (Martim Afonso), que chamávamos simplesmente de "barcas", posto que lá ficava a estação do transporte marítimo que fazia a travessia da Guanabara, estava em exibição o filme "Candelabro italiano".
Um filme "água com açúcar", romântico, bem ao gosto de jovens apaixonados como nós dois, com idades em torno dos vinte anos.
Fomos a sessão das 20 horas. Mas qual o quê, impossível ter acesso à sala de projeções. A fila dobrava a esquina, contornando o bar Santa Cruz (ou seria o Sul América?) e adentrando a rua da Conceição.
Mesmo que, apenas para argumentar, quiséssemos assistir sentados no chão era impossível chegar próximo da bilheteria. Mas a hipótese morreu no nascedouro, nem pensar. Afinal era nossa primeira ida ao cinema em Niterói e sozinhos.
Em Cachoeiro quando íamos ao cinema, ou a mãe ou uma irmã sempre iam na mesma sessão. Coisas de meu futuro e depois sogro mesmo.
Bem, resolvemos arriscar assistir ao filme na sessão das 22 horas. Era um risco? Era. Seria penoso? Seria, pois afinal haveria muito tempo na fila. Além do risco de chegarmos muito tarde em casa na volta. Após meia-noite.
Indo direto ao ponto. A insatisfação de minha mãe era bem maior do que a da minha futura sogra. Aquela, quem sabe, influenciada por esta. E esta, certamente, pensando em como explicar ao marido (italianão brabo) se algo de mal acontecesse.
Algo de mal? Podem rir a vontade. Assim era na década de 1960 no século passado. Os namorados iam ao cinema acompanhados da mãe ou irmã da moça (em geral moça mesmo), os cinemas tinham filas na porta e podíamos ter que assistir ao filme sentados no chão.
E pasmem! No aludido cinema Central, os homens só podiam entrar trajando paletó ou blazer. O tempora o mores!
https://jorgecarrano.blogspot.com/2016/05/cinemas-em-niteroi-no-passado.html
Assim como amigos convidados escreveram sobre a arte cinematográfica, meio de contar histórias, analisando direção, interpretação, trilha sonora, efeitos especiais, etc.
É o caso de ÁTILA SOARES DA COSTA FILHO, professor de História da Arte, Filosofia e Sociologia, e autor de “A Jovem Mona Lisa" (Ed.Multifoco, Rio), que me honrou permitindo a publicação de percucientes análises de lançamentos.
Links abaixo, basta clicar:
É o caso de ÁTILA SOARES DA COSTA FILHO, professor de História da Arte, Filosofia e Sociologia, e autor de “A Jovem Mona Lisa" (Ed.Multifoco, Rio), que me honrou permitindo a publicação de percucientes análises de lançamentos.
Links abaixo, basta clicar:
Há muito não vou a um cinema. Acomodei-me às séries (algumas ótimas) televisivas e ao cardápio Netflix.
Tinha até mesmo esquecido da relevância do cinema (arte) para minha geração e da diversão barata.
Os heróis americanos nas guerras, a resistência de índios Cheyennes e Sioux, que enfrentavam o Gal. Custer, os musicais e as comédias românticas me encantaram.
1942 |
1946 |
Foi também através do cinema e da revista Seleções do Reader's Digest que conheci o "american way of life".
Nunca comentei um dado importante. O quanto os cinemas uma das melhores, senão a melhor diversão para as classes "B" e "C", ficavam lotados em algumas oportunidades.
Nem vou falar da pré-estreia do Odeon (Niterói) às 10 da manhã aos domingos. Formava-se uma imensa fila na porta.
Refiro-me aos grandes lançamentos de uma maneira geral. Vou contar um caso pessoal, vivido com a hoje minha mulher (há 53 anos).
Antes porém, quero registrar que o que despertou minha memória foi uma crônica recente do Xexéo, na qual ela relata que por vezes só era possível assistir ao filme sentado no chão, isso mesmo, no chão dos cinemas, especialmente nos corredores laterais.
Mas vamos ao caso vivido com Wanda, minha mulher. Meu pai havia falecido há pouco mais de um mês. Ela veio, com a mãe, nos visitar. Eramos noivos e certamente a família dela queria se posicionar em relação as minhas intenções futuras, em face do novo fato.
Claro, morávamos há algumas centenas de quilômetros de distância. Ela em Cachoeiro de Itapemirim e eu em Niterói.
Estação das barcas, anos 1950 |
Um filme "água com açúcar", romântico, bem ao gosto de jovens apaixonados como nós dois, com idades em torno dos vinte anos.
Fomos a sessão das 20 horas. Mas qual o quê, impossível ter acesso à sala de projeções. A fila dobrava a esquina, contornando o bar Santa Cruz (ou seria o Sul América?) e adentrando a rua da Conceição.
Mesmo que, apenas para argumentar, quiséssemos assistir sentados no chão era impossível chegar próximo da bilheteria. Mas a hipótese morreu no nascedouro, nem pensar. Afinal era nossa primeira ida ao cinema em Niterói e sozinhos.
Em Cachoeiro quando íamos ao cinema, ou a mãe ou uma irmã sempre iam na mesma sessão. Coisas de meu futuro e depois sogro mesmo.
Bem, resolvemos arriscar assistir ao filme na sessão das 22 horas. Era um risco? Era. Seria penoso? Seria, pois afinal haveria muito tempo na fila. Além do risco de chegarmos muito tarde em casa na volta. Após meia-noite.
Indo direto ao ponto. A insatisfação de minha mãe era bem maior do que a da minha futura sogra. Aquela, quem sabe, influenciada por esta. E esta, certamente, pensando em como explicar ao marido (italianão brabo) se algo de mal acontecesse.
Algo de mal? Podem rir a vontade. Assim era na década de 1960 no século passado. Os namorados iam ao cinema acompanhados da mãe ou irmã da moça (em geral moça mesmo), os cinemas tinham filas na porta e podíamos ter que assistir ao filme sentados no chão.
E pasmem! No aludido cinema Central, os homens só podiam entrar trajando paletó ou blazer. O tempora o mores!
9 comentários:
Tudo mudou. Tb ia muito ao cinema, quase toda semana com a MV, e quando garoto, não perdia as sessões do MANDARO no Largo do Marron e no São Bento.
Muitos causos pra contar de lembranças engraçadas, como soltar uma galinha dentro do cinema, mandar rolos de papel higiênico da parte de cima (balcão), o dia em que um gay (na época era viado) tentou se aproximar de mim e o pau comeu (no bom sentido de porrada), a Semana Santa vendo A VIDA DE CRISTO pela 10ª vez, etc.
Só mais duas observações, pq tenho que voltar ao trampo :
1) nos EUA, em 1969, eu tinha que ir de gravata ao cinema !
2) saudade mesmo é do nosso Cinema Icaraí, ainda lá, indefinido.
FLUi
Você viu as fotos dos cines São Bento, Mandaro e Icaraí, no post citado no texto?
https://jorgecarrano.blogspot.com/2016/05/cinemas-em-niteroi-no-passado.html
Vi sim.
Engraçado como alguns filmes ficam marcados em nossas memórias, por algum motivo especial.
Dessa forma lembro bem de :
- O pequeno polegar : uma cena forte de um chicoteamento em praça pública, na época me chocou muito, era bem pequeno.
- Ao mestre com carinho : eterno, nos meus acho 14 anos, com minha namorada da época.
- Ben-Hur : acho que era 4 horas de filme, com intervalo (Charlton Heston) ... aquela corrida de bigas.
- A dama e o vagabundo - Disney
- Planeta dos Macacos - o 1º da série, impactante.
- Contatos imediatos do 3º grau
- Woodstock - vimos no RIAN de Copacabana
- Terremoto - vimos tb em Copacabana
Etc
-
Segundo relato de familiares, comecei a frequentar cinemas aos 2 ou 3 anos de idade.
O cinema Rio Branco fazia promoções onde crianças não pagavam e minha mãe levava os 3 filhos e filhos de vizinhas.
Frequentei este cinema até os meus 15 anos, embora seu prestígio tivesse despencando para categoria "cine poeira".
Fui cinéfila. Inclusive comprando revistas especializadas como "Filmelândia" e "Cinelândia.
Fui apaixonada por James Dean e assisti a todos os 4 filmes em que ele atuou.
Minha mãe era fã de cinema e gostava de filmes americanos. Dizia que queria sonhar e que as produções americanas eram perfeitas para isso, com seus cenários e locações, seus artistas e com enredos românticos.
Em agosto passado voltei a uma sala de projeção depois de cerca 20 anos. O que me motivou foi a continuação do Mamma mia.
Não me arrependi do esforço dispendido. O filme me divertiu e me fez viajar no tempo.
Nunca fui adicionado por cinema. Criado no interiorzão, só na vida adulta tive acesso a esse entretenimento, ocasião em que outras atividades lúdicas me atraiam mais.
Às idas, aos domingos, acompanhado por namorada, resultava em tête-á-tête. Assistir a película era o que menos fazia.
À propósito, namorar em cinema ainda é comum?
Caro Leonard,
Se o cinema estiver abandonado como o nosso saudoso Cine Icaraí, seria uma opção. Não sei se está tomado por ratos (rsrsrs).
Fui traído pelo teclado dito inteligente. No primeiro parágrafo disse que nunca fui aficcionado, e não adicionada como foi grafado.
Desculpem, por favor.
Nossa última incursão num cinema foi em 2013 para ver GRAVIDADE, devido aos efeitos visuais - 3 dimensões, além do tema, que me fascina.
Nunca mais fomos. Mas meus filhos e sobrinhos vão, e gostam muito, até porque os cinemas ficam em grande complexos, com restaurantes, bares e lojas diversas - idéia copiada da America, que implantou os Cinemax na década de 70.
E não é barato ir ao cinema, até porque, não é somente ir ao cinema ...tem os complementos depois.
Um pano rápido : tinha "aquela" de fingir que ia ao cinema, comprava até o ingresso, mas ia para outras, digamos, diversões, com a namorada.
FLUi
PS: Leonard, esses teclados são verdadeiras traíras. Nem me preocupo mais em me desculpar, pois todos sabem que a culpa é do teclado (menos no Twitter, onde os caras escrevem errado mesmo kkkkkk).
Bom domingo a todos. Não vejam a mala do Faustão. Obrigado, de nada !
Relendo, hoje, este post, encontrei no trecho a seguir erros crassos. Vejamos:
"Antes porém, quero registrar que o que despertou minha memória foi uma crônica recente do Xexéo, na qual ela relata que por vezes só era possível assistir ao filme sentado no chão,..."
Erro de concordância, se a crônica "era do Xexeo", não deveria escrever que "na qual ela relata..."
O Xexeo era do sexo masculino.
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