Crítica do
Prof.Átila Soares da Costa Filho
O que deveria ser uma obra a escapar
o máximo possível de clichês facilmente encaixáveis, marcha na direção
contrária. Tem espaço pra tudo ali em termos de “mais do mesmo”: um bando de
militares com cara de poucos amigos, o afro-americano cômico, a lourinha
politicamente correta à la Disney, o líder a dar uma de capitão Abraham sedento
de vingança contra a Moby Dick, mensagens ecológicas de montão, uma tribo
idílica vivendo em paz (sabe-se lá como...) em meio a um inferno que nem Bosch
imaginaria. Nem é necessário dizer que tal comunidade milenar, claramente de
procedência asiática, precisava que um americano branco caísse (literalmente)
de pára-quedas para ensiná-los a ter mais prosperidade... na própria terra
deles (!!!). Ah! Sim, e muito tiro e explosão.
Os efeitos são bons, mas nada que vá
fazer deste filme algo que se compare às versões de 1933 e a de 2006 - cada
qual, uma revolução em termos visuais à própria época. E, se tem Samuel
L.Jackson no elenco, pode ir segurando os créditos finais que lá vem uma
petiscada para mais uma sequência. Então... um renascimento do legado da Toho -
a célebre produtora japonesa responsável pelos monstros mais danosos à
prefeitura de Tóquio - já está a caminho pelas mãos da Warner. Só resta saber
se um script mais inteligente será desenvolvido numa época em que criaturas com
60 metros de altura, por si só, não parecem mais assustar tanto. É o que
acontece quando se abusa do CGI em detrimento de uma boa história. E, pra quem
anda ávido em poupar umas moedas, bem que poderia dispensar a sessão em 3D:
depois dos primeiros 15 minutos, o efeito é praticamente imperceptível.
O
Prof.Átila Soares da Costa Filho é designer, especialista em Antropologia e
História, e autor das obras A JOVEM MONA LISA e LEONARDO E O SUDÁRIO. Ele também teve a oportunidade de
ver, ao vivo, o King Kong original (do filme de 1933) com seus 15 metros de
altura, acorrentado e rugindo feito louco na Praça 11, Centro do Rio, em 1977.
Aquilo, sim, foi uma experiência!..
15 comentários:
Agradeço ao Prof. Átila a autorização para publicar nesse espaço virtual sua bem articulada crítica sobre o filme.
De minha parte, pouparei minhas moedas.
Os efeitos especiais com o gorila, do filme de 1933, hoje são risíveis, mas na época impressionaram.
King Kong e o avião, em cima do Empire State Building, agora é cena de comédia pastelão. Com todo respeito.
Desculpe a pergunta de um leigo: o capitão de Moby Dick não se chamava Ahab,vivido no filme pelo Gregory Peck?
Prefiro filmes com pagada romântica, tipo "As pontes de Madison".
Ou "Tarde demais para esquecer".
Ou "Amor sublime amor".
Ou ainda, "Férias de amor".
Efeitos especiais não me enchem os olhos e nem me afagam a alma.
Não sabia, Carrano, deste seu blog. Vou levar tempo para ler as postagens mais antigas.
Caro Gusmão, tudo bem? Sim, você está certo; mas o que acontece é que Ahab e Abraham são, na verdade, o mesmo nome - assim como Mariam / Míriam, ou Jesus / Josué. São variações de 'Abram'. Existem, mesmo, edições de Moby Dick onde o nome de Ahab vem como Abraham - e foi numa destas que li o livro pela primeira vez. Aliás, o nome do capitão no romance era em referência ao mito de Abraão da Bíblia. Obrigado pela participação, Gusmão!
Obrigado Alda, pela visita. Confesso estar em dúvida sobre a Alda que comenta.
Todavia, a julgar pelo romantismo, deve ser a que fez o curso ginasial comigo.
A Alda que comigo trabalhou na Fiat Lux, com todo respeito, é de geração mais recente e, digamos assim, mais descolada. Se me engano no palpite, mil perdões.
Beijo. Para uma ou outra.
Caro Átila,
Agradeço, como manager do espaço, suas pertinentes explicações.
Mas tenho um reparo a fazer, em nome de dois de meus mais fieis seguidores. Para restabelecer a verdade dos fatos.
Em nome do Paulo Bouhid, autor do comentário sobre Ahab ou Abraham. E em nome do Gusmão que apenas mencionou o gorila de 1933.
Abraço
Não captei quais são os "reparos".
O Paulo Bouhid fez um comentário sobre se o capitão de Moby Dick não se chamava Ahab.
O Átila respondeu ao Gusmão.
Distração perdoável, como a sua (rsrsrs).
Você nunca me deu um beijo. Não sei quanto a outra, minha xará.
Isto é uma pista ou não ajudou (ha ha ha ha).
Informação ou reclamação?
Só pode ser reclamação, Ana Maria (KKKKKKKKK).
Olha, Alda, ajudou muito aqui em casa. Pude dizer para minha mulher: viu como até mesmo antes de conhece-la já era fiel? Não olhava e nem beijava outras mulheres (KKKKKKKKKK)
Fiz a maior média.
Vc se entregou, brother. Se a pista serviu vc beijou a outra.
Olá, Carrano.
Vou dar as duas últimas pistas: tenho 75 anos, a caminho dos 76. Fui casada duas vezes.
Com os dados que forneci (não tenho os da xará), acho que você terá como identificar.
Gostei do espírito de humor da Ana Maria. Informei reclamando ha ha ha ha.
Eu que lhe parabenizo pelo seu humor, Alda. Sem ele a vida fica em amarga.
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