Mário Quintana, poeta, frasista, jornalista e tradutor |
O feitiço pode virar contra o feiticeiro.
Lembro uma frase do poeta Mário Quintana, ora eternizada numa
placa.
Quando pretenderam prestar-lhe uma homenagem em Alegrete, sua cidade natal, colocando um busto seu em praça pública, manifestou preocupação dizendo que "um engano em metal é um engano eterno".
Quando pretenderam prestar-lhe uma homenagem em Alegrete, sua cidade natal, colocando um busto seu em praça pública, manifestou preocupação dizendo que "um engano em metal é um engano eterno".
As autoridades resolveram então substituir o busto por uma
placa com a frase agora célebre.
E ainda tem o brocardo latino: “verba volant scripta manente.”
E o ditado matuto: “o peixe morre pela boca”.
E o aforismo: “se temos uma boca e dois ouvidos é
porque devemos ouvir muito mais do que falar”.
Toda esta digressão foi preparatória para comentar situações
que colocaram em calça curta, ou em cheque, ou desconfortáveis, juristas,
consultores e professores.
São situações que abordarei de memória e como aconteceram há
muito tempo, podem estar sujeitas a pequenos reparos. Mas vamos lá.
O advogado - Nélio Reis - professor universitário, autor de livros sobre
Direito do Trabalho, foi contratado pela Cia. Fiat Lux, para defendê-la num caso
de maior complexidade e grande reflexo financeiro na hipótese da companhia vir
a perder uma ação trabalhista.
Em suma a tese que se discutiria no processo era quanto à
legitimidade da empresa transferir de cidade, obrigando mudança de domicílio,
os empregados de uma determinada fábrica que seria desativada.
Sabem o que aconteceu? O advogado dos empregados relutantes
citou em sua peça acostada aos autos processuais, um texto doutrinário,
extraído de uma obra de ninguém menos do que do doutor Nélio Reis.
A tese no livro era diametralmente oposta ao argumento
utilizado no processo.
Consta que Mario Henrique Simonsen, economista, professor,
enxadrista e cantor lírico diletante, hábil na engenharia financeira, sócio minoritário
do “Banco Bozano, Simonsen”, que fundou com Júlio Bozano, foi contratado pela
Cia. Souza Cruz (fabricante de cigarros) para dar um parecer sobre interpretação
e aplicação de norma legal de natureza tributária.
Como "o tempo passa e a [Lusitana] roda", anos depois, na
qualidade de ministro teve que rever seu conceito, e dar à aludida norma
interpretação diferente da esposada no parecer do economista, coibindo a
prática.
Para desmentir minha tese, chegando aos dias atuais, verifico que a discurso de Lula no passado
está se materializando: lugar de corrupto é na cadeia.
Ele profetizou, com a costumeira veemência.
Assistam:
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