1 de fevereiro de 2018

O calçadão neste verão/2018

No último final de semana, caminhando de mãos dadas om minha mulher, fui atropelado, pelas costas, por uma ciclista jovem (trinta anos presumíveis). Nenhum dano maior; foi mais o susto. O inesperado, que se esgotou no palavrão que soltei antes mesmo de saber o que acontecera.

Menos mal que foi em mim que ela esbarou e não em Wanda.

De um tempo a esta parte aumentou o número de ciclistas no calçadão e alguns deles vêm fazendo do espaço uma pista de corrida. Paramentados, com capacete, luvas e roupa de atleta, correm como se estivessem numa velódromo, ou numa ciclovia.



Faltam bom senso e vergonha na cara. Querem correr? Procurem lugar adequado.  Não aquele no qual estão caminhando pais com seus carrinhos de bebes, ou moradores das vizinhanças com seus cães, ou, como é o meu caso, pessoas idosas caminhando para não enferrujarem e pegando um solzinho por causa da carência de vitamina “D”.


Estes aparentemente estavam passeando, sem colocar em risco a integridade de terciros.

Mas os idiotas estão perdendo a vergonha e se revelando em toda parte.

Outra coisa censurável, é a ocupação da calçada para exibições de grupos de capoeira, ginástica aeróbica, tai chi chuan e outros exercícios físicos, de meditação ou alongamento.

Antes ocupavam uma faixa na areia, o que era tolerável/aceitável, agora subiram para a calçada o que não é correto porque se colocam bem no centro da via, atrapalhando a caminhada dos pedestres.

Inventaram a guarda-municipal de bicicleta. No domingo uma dupla estava bem compenetrada e focada em suas atribuições (ironia, por favor). Um de pé, ao lado da bicicleta conversava animadamente ao celular e o outro com os pés apoiados no guarda-corpo que existe entre as praias das Flexas e Icaraí, no trecho onde não há areia, acompanhava as manobras dos surfistas que aproveitavam as ondas apropriadas para o esporte.

Trecho com gradil (guarda-corpo?),  entre as praias das Flexas e Icarai

Estamos “fritos e mal remunerados” se me permitem o eufemismo.
O piso de pedras colocadas à moda portuguesa (as pedras são brasileiras), coalhado de amêndoas (castanhas), o que vem ocorrendo já há pelo menos três semanas. Neste final de semana, por força do forte vento que soprou, eram em número bem maior, na casa dos milhares, talvez.

Chama minha atenção o fato de que este ano as amêndoas estão se desprendendo das árvores ainda sem terem atingido o ponto de amadurecimento, ou crescimento normal do fruto.

Aparentemente estão menores e ainda verdes, incompletamente maduras.

Não sei se teriam algum valor nutritivo ou aproveitamento alimentar humano ou como parte de ração para animais de abate.

Mas dá dó ver aquela enorme quantidade de frutos sendo varridos e colocados em caçambas de lixo junto com outros detritos.


Quiosque de venda de coco
A temperatura esteve um pouco mais amena neste último final de semana. E o coco ainda está a R$ 5,00.



NOTA: Todas as imagens obtidas via Google.

8 comentários:

Riva disse...

Tudo isso relatado faz parte da desordem urbana, que parece estar contagiando até a Mãe Natureza - micos invadindo a área urbana, desaparecimento de pássaros, frutos caindo ainda verdes, etc.

Já comentei também sobre ciclistas, que não respeitam sinal de trânsito (muito cuidado ao atravessar uma rua com o sinal dos carros vermelho), velocistas utilizando as ciclovias (um dos meus filhos foi atingido no ano passado, e foi operado do cotovelo - 10 pinos), enfim, a desordem e falta de respeito é total.

Vcs precisam ver como é o dia a dia aqui na Rua Sete de Setembro no Centro do Rio. Como vemos frequentemente na Índia, camelôs invadem as pistas do VLT, e retiram tudo para a passagem do trem, e depois colocam de novo. Carros bloqueiam a passagem do comboio também.

O caos, uma característica da Cleptocracia.

Jorge Carrano disse...

Pois é, Riva.

Já houve um tempo em que, no centro do Rio, na Av. Rio Branco e algumas transversais, quando muito um punguista subtraia sua carteira, sem que você sentisse.

Sem violência. Até porque a cidade era policiada pela dupla de Cosme & Damião, da Polícia Militar, que ainda era respeitada pela população e pela bandidagem.

A degradação é visível em todas as áreas: segurança, transporte, saúde e educação.

O que fazer? Cartas para a redação.

Ana Maria disse...

Leis existem, mas a impunidade as sobrepõe.
Certa vez, no interior de SP eu questionei uma jovem por volta de uns 30 anos também (as mulheres de 30 são
transgressoras?), se sabia que estava em fila prioritária. A jovem em tom bem alto respondeu que sabia, mas que queria ver quem a iria tirar de lá.
Como diz o Riva, "pano rápido".

Jorge Carrano disse...

Ana Maria,

Minha visão deste caso é um pouco diferente. Ninguém precisaria tira-la da fila. Bastaria que o atendente questionasse o direito dela à prioridade na hora do atendimento.

Não tendo direito, não atenderia. Simples assim.

Ganharia os aplausos dos demais da fila e estaria amparado legalmente.

Orson Galvão disse...

Sobre as tais "castanhas", são o fruto da árvore conhecida com sete-copas. São amêndoas de coloração que vai do amarelo ao roxo; quando era menino, adorava come-las bem maduras, devido ao seu sabor doce e levemente adstrigente, sem qualquer problema. Quando secas, no interior do endocarpo (parte mais dura...) encontra-se uma noz muito saborosa e oleoginosa. Um pouco sobre a planta...

https://come-se.blogspot.com.br/2010/09/sete-copas-as-folhas.html

Jorge Carrano disse...

Caramba!!!

Caro Orson, você acaba de ser nomeado assessor ad hoc para assuntos botânicos.

Obrigado pelos esclarecimentos.

E por renovar a visita.

Riva disse...

Caramba ! sensacional ! temos um especialista em botânica entre nós no Pub da Berê !!
Seja muito bem vindo, comente se quiser nossos outros assuntos.

Saudações !

Jorge Carrano disse...

Riva,

O Orson, para nossa alegria, já interveio em outra postagem. Está em

http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2011/10/onde-esta-niteroi-de-minha-mocidade.html?showComment=1517856189343#c1521374558443980220

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