29 de outubro de 2017

Obesidade, longevidade e bengala


Ando muito de ônibus e muito a pé, no centro da cidade e em Icaraí.

O que noto é que a população está envelhecendo, na média, engordando e usando bengalas.


Está certo, estou muito próximo de precisar de quem me ampare ou de uma bengala, o que não me impede de comentar o fato, até porque não estou criticando e sim constatando.

A dificuldade para ultrapassar a roleta, nos coletivos, é grande para muita gente. Em especial mulheres. Que coisa incrível o número de corpulentas, ou matronas como diziam os romanos, quando estas mulheres acima do peso ideal na relação idade e altura, já atingiam a meia idade.

O tamanho dos assentos é um caso a parte. Duas mulheres opulentas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, como na regra de física, simultaneamente.

Nas ruas muitos idosos. Homens, um pouco menos, e mulheres. 

Muitos destes idosos utilizam bengalas ou muletas.

Um negócio promissor, na cidade, seria uma fábrica de bengalas.

Se eu fosse carpinteiro/marceneiro, iria me especializar na produção de muletas, de diferentes tipos, com qualidade e bom preço. Porque mesmo os pobres estão vivendo mais. 
No prédio onde resido as assembleias de condôminos mais parecem reuniões sociais em asilos. 

Os elevadores têm capacidade calculada pelo número de usuários, mas limitada ao peso total. Não existem pessoas adultas com peso médio de 70 quilos.

Logo, os elevadores transportam menos pessoas, o que pode me deixar de fora, a espera da próxima passagem dele pelo oitavo andar.

Raizes agressivas
Na verdade são muitos os obstáculos para uma caminhada mais célere. Desde calçamento irregular, com buracos, peças cerâmicas e pedras portuguesas se soltando, e o concreto se quebrando e virando ressaltos em virtude das raízes da árvores.

Andar pelas calçadas está mais lento. De meu escritório até o Fórum, cerca de uma quadra e meia, pode me tomar 10 minutos. Claro que também porque hoje já não ando com tanta desenvoltura.


Muitos ambulantes, com barracas e tabuleiros, reduzem o espaço sobre a calçada, em alguns casos já estreitas. É preciso aprender a caminhar de lado, como siri, para desviar de orelhão, bancas de jornais, camelôs, distribuidores de panfletos e pedintes sentados no chão.



Meu sogro tinha uma tese. Se estiver com pressa não caminhe atrás de velho e nem de bêbado. É difícil até para ultrapassa-los pois não caminham em linha reta. Era uma piada, agora é uma realidade em minha vida.


É cediço que a opção à velhice e aos problemas dela decorrentes é pior. 

E os velhos que caminham lentamente apoiados em suas bengalas ou acompanhantes? São em número cada vez maior (estou quase lá). 

No Brasil as coisas são assim. Presídios com capacidade para manter 15 condenados em cada cela, colocam 35. Elevadores com capacidade oficial para 10 passageiros, só comportam 7.

4 comentários:

Jorge Carrano disse...

Com auxílio de minha mulher, fiz uma retrospectiva histórica e confirmei que no condomínio em que moramos, seis senhoras ficaram viúvas nos últimos três anos. Nenhum deles morreu numa idade que nos permitisse o comenário banal: coitado, tão jovem.

Minha mulher até brincou que o nome do prédio poderia mudar para condomínio das viúvas, porque além destas mais recentes outras poucas já moravam no edifício.

Estou na fila de espera para ser chamado a qualquer tempo.

Hugo disse...

Recomendo também não andar atrás de casais apaixonados. São igualmente lentos e difíceis de ultrapassar.

Obrigado.

Jorge Carrano disse...

KKKKK

Bem lembrado, Hugo.

Riva disse...

Duro mesmo é sair do catamarã (barca), naquela muvuca e confusão, com uma pessoa lentamente à sua frente teclando num telefone celular a essa hora !

Vontade de esbarrar "sem querer" e fazer o instrumento voar e cair dentro dágua !! kkkkkkkk

Nessa idade em que os reflexos estão mais lentos, muita atenção também com as bicicletas na calçada, em qualquer direção, em alta velocidade.

Vivemos o caos social, irreversível. A Era dos ALgoritmos ! Cada vez menos humano ...