Maurice Druon, escritor francês, membro da Academia Francesa,
é o autor de uma das mais importantes coleções de livros do gênero romance
histórico (melhor seria dizer história romanceada), uma das que mais aprecio.
A coleção tem por título “Os reis malditos”, e é composta por
sete volumes, que abrangem o período histórico compreendido entre os últimos
monarcas da dinastia Capetiana e os primeiros da casa de Valois.
Claro que seria impossível tratar de tal período da monarquia
francesa sem resvalar para a inglesa. Os parentescos, as guerras, as tramas, acordos
e, principalmente, as Cruzadas, tornaram entrelaçadas as histórias de França e
Inglaterra.
Alguns personagens trafegam por quase toda a coleção, com
papel de destaque, como é o caso do Conde Roberto III de Artois.
Com efeito Robert d’Artois é meu personagem predileto.
O primeiro volume, intitulado “O rei de ferro”, claro, trata
de Felipe IV - o Belo. Seguem-se, pela ordem de continuidade histórica: “A
rainha estrangulada”, “Os venenos da coroa”, “A lei dos varões”, “A loba de
França”, “O lis e o leão” e termina com “Um rei perde a França”.
Li dois destes volumes emprestados pelo Hermes Santos, que
não tinha a coleção completa. Fiquei apaixonado, mas a grana era muito curta e
não tinha como comprar os demais da série dos Reis Malditos.
Não muitos anos depois, mas seguramente pelo menos uns três,
já estando trabalhando no departamento legal da Cia. Fiat Lux, numa conversa
ocasional com Fernando Guimarães, um dos advogados da empresa, fiz menção aos livros e comentei o quanto
lamentava não ter podido ler toda a coleção.
O leitor mais sagaz já antecipou que por coincidência o
Fernando Guimarães tinha a obra completa e se propôs a me emprestar os volumes
que não lera.
Foi isso mesmo que aconteceu, não sem antes ouvir, como
recomendação que eu tivesse o maior cuidado com os livros. E uma advertência.
Só emprestaria um quando eu devolvesse o que estava em meu poder.
Muito tempo depois, morando e trabalhando em Ribeirão Preto,
e já então frequentador de livrarias pois o salário permitia adquirir livros
que me interessassem, achei numa última prateleira, quase ao rés-do-chão se me permitem a imagem para me referir à
primeira das prateleiras contadas estas de baixo para cima, muito empoeirados, seis volumes da coleção.
Quase tive um orgasmo porque era (e ainda sou) apaixonado
pela série, que a par de nos entreter nos dá lições de história sem que
percebamos. Maurice Druon não era um escritor qualquer e a julgar pelo conteúdo,
pela consistência da obra, fez um excelente trabalho de pesquisa.
Meu filho Ricardo e minha nora Erika mandaram encadernar, com
capa dura, a coleção que originariamente, no Brasil, foi editada em brochura.
Meus filhos, minha irmã, minha nora, leram e gostaram e eu li duas vezes (porque quando encontrei a coleção completa li de cabo a rabo),
os sete volumes - sim porque depois consegui, em edição diferente, o sétimo e
último volume da série - não deixando de
apreciar e me empolgar.
Leitura para quem aprecia história romanceada sem plumas e
paetês, apresentada nua e cruamente.
10 comentários:
Também tive a coleção, hoje desfalcada por empréstimo não devolvido.
Os 3 primeiros volumes adquiri no Círculo do livro em edições encadernadas e os seguintes em brochura comprados individualmente.
Também sou fã da série e do autor (Maurice Druon).
Para quem gosta de e-book, existe disponível para download.
Na minha estante tenho também a coleção da Mariom Zimmer Bradley, 'As brumas de Avalon". Outra autora que tive o prazer de conhecer as obras.
Não conheço a série, mas fiquei curioso. No momento estou lendo o ótimo livro sobre o pouso no Rio Hudson, do comandante SULLY. Recomendo.
Não se trata somente de detalhes do acidente, mas sim de uma descrição minuciosa da sua educação militar na aviação dos EUA, treinamentos, e muitas coisas legais que ele conta sobre seu casamento, em função da sua profissão.
Amanhã falarei de dois ícones, que sei que você aprecia.
George Bernard Shaw e William Shakespeare.
Se não me engano é você que tem as obras teatrais completas, do Bill, em inglês, não é?
Nossos comentários se cruzaram nas nuvens, Riva.
Você lembra deste post, Riva?
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/10/pouso-no-rio-hudson-nem-milagre-nem_31.html
Gosto da Marion Zimmer Bradley. Tenho as Brumas e outros livros dela. Prendem bastante a atenção do leitor. As Brumas abordam a lenda do Rei Artur sob o ponto de vista feminista da Fada Morgana. Genial.
O comentário da Ana me leva a outro comentário ....eu não suporto emprestar meus livros. Também tenho 1 que jamais foi devolvido, e o cara passa por mim na rua há anos como se nada devesse .... rsrs.
Da mesma forma, não aceito livros emprestados. Leio rabiscando, marcando, anotando, etc.
Agora, coisa boa é dar livros de presente ou doar. Me sinto muito bem.
Já ganhei um livro de presente seu, Riva. Faz tempo. "Vocabulário Jurídico"(De Plácido e Silva).
De grande serventia profissional
Assistam a esta matéria. São Paulo é outro "pais" mesmo.
Enquanto aqui as biblioecas fecham, lá ampliam o tempo de atendimento aos leitores.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/emprestimos-na-mario-de-andrade-dobram-depois-que-biblioteca-passou-a-funcionar-24-horas.ghtml
Também gosto da série "Darkover" , da Mariom Zimmer. Ficção e fantasia misturadas harmônicamente.
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