9 de janeiro de 2017

Minha estante – Os reis malditos

Maurice Druon, escritor francês, membro da Academia Francesa, é o autor de uma das mais importantes coleções de livros do gênero romance histórico (melhor seria dizer história romanceada), uma das que mais aprecio.

A coleção tem por título “Os reis malditos”, e é composta por sete volumes, que abrangem o período histórico compreendido entre os últimos monarcas da dinastia Capetiana e os primeiros da casa de Valois.

Claro que seria impossível tratar de tal período da monarquia francesa sem resvalar para a inglesa. Os parentescos, as guerras, as tramas, acordos e, principalmente, as Cruzadas, tornaram entrelaçadas as histórias de França e Inglaterra.

Alguns personagens trafegam por quase toda a coleção, com papel de destaque, como é o caso do Conde Roberto III de Artois.

Com efeito Robert d’Artois é meu personagem predileto.

O primeiro volume, intitulado “O rei de ferro”, claro, trata de Felipe IV - o Belo. Seguem-se, pela ordem de continuidade histórica: “A rainha estrangulada”, “Os venenos da coroa”, “A lei dos varões”, “A loba de França”, “O lis e o leão” e termina com “Um rei perde a França”.

Li dois destes volumes emprestados pelo Hermes Santos, que não tinha a coleção completa. Fiquei apaixonado, mas a grana era muito curta e não tinha como comprar os demais da série dos Reis Malditos.

Não muitos anos depois, mas seguramente pelo menos uns três, já estando trabalhando no departamento legal da Cia. Fiat Lux, numa conversa ocasional com Fernando Guimarães, um dos advogados da empresa,  fiz menção aos livros e comentei o quanto lamentava não ter podido ler toda a coleção.

O leitor mais sagaz já antecipou que por coincidência o Fernando Guimarães tinha a obra completa e se propôs a me emprestar os volumes que não lera.

Foi isso mesmo que aconteceu, não sem antes ouvir, como recomendação que eu tivesse o maior cuidado com os livros. E uma advertência. Só emprestaria um quando eu devolvesse o que estava em meu poder.

Muito tempo depois, morando e trabalhando em Ribeirão Preto, e já então frequentador de livrarias pois o salário permitia adquirir livros que me interessassem, achei numa última prateleira, quase ao rés-do-chão se  me permitem a imagem para me referir à primeira das prateleiras contadas estas de baixo para cima, muito empoeirados,  seis volumes da coleção.

Quase tive um orgasmo porque era (e ainda sou) apaixonado pela série, que a par de nos entreter nos dá lições de história sem que percebamos. Maurice Druon não era um escritor qualquer e a julgar pelo conteúdo, pela consistência da obra, fez um excelente trabalho de pesquisa.

Meu filho Ricardo e minha nora Erika mandaram encadernar, com capa dura, a coleção que originariamente, no Brasil, foi editada em brochura.

Meus filhos, minha irmã, minha nora, leram e gostaram e eu li duas vezes (porque quando encontrei a coleção completa li de cabo a rabo), os sete volumes - sim porque depois consegui, em edição diferente, o sétimo e último volume da série -  não deixando de apreciar e me empolgar.

Leitura para quem aprecia história romanceada sem plumas e paetês, apresentada nua e cruamente.









10 comentários:

Ana Maria disse...

Também tive a coleção, hoje desfalcada por empréstimo não devolvido.
Os 3 primeiros volumes adquiri no Círculo do livro em edições encadernadas e os seguintes em brochura comprados individualmente.
Também sou fã da série e do autor (Maurice Druon).
Para quem gosta de e-book, existe disponível para download.
Na minha estante tenho também a coleção da Mariom Zimmer Bradley, 'As brumas de Avalon". Outra autora que tive o prazer de conhecer as obras.

Riva disse...

Não conheço a série, mas fiquei curioso. No momento estou lendo o ótimo livro sobre o pouso no Rio Hudson, do comandante SULLY. Recomendo.

Não se trata somente de detalhes do acidente, mas sim de uma descrição minuciosa da sua educação militar na aviação dos EUA, treinamentos, e muitas coisas legais que ele conta sobre seu casamento, em função da sua profissão.

Jorge Carrano disse...

Amanhã falarei de dois ícones, que sei que você aprecia.
George Bernard Shaw e William Shakespeare.

Se não me engano é você que tem as obras teatrais completas, do Bill, em inglês, não é?

Jorge Carrano disse...

Nossos comentários se cruzaram nas nuvens, Riva.

Jorge Carrano disse...

Você lembra deste post, Riva?

http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/10/pouso-no-rio-hudson-nem-milagre-nem_31.html

Freddy disse...

Gosto da Marion Zimmer Bradley. Tenho as Brumas e outros livros dela. Prendem bastante a atenção do leitor. As Brumas abordam a lenda do Rei Artur sob o ponto de vista feminista da Fada Morgana. Genial.

Riva disse...

O comentário da Ana me leva a outro comentário ....eu não suporto emprestar meus livros. Também tenho 1 que jamais foi devolvido, e o cara passa por mim na rua há anos como se nada devesse .... rsrs.

Da mesma forma, não aceito livros emprestados. Leio rabiscando, marcando, anotando, etc.

Agora, coisa boa é dar livros de presente ou doar. Me sinto muito bem.

Jorge Carrano disse...

Já ganhei um livro de presente seu, Riva. Faz tempo. "Vocabulário Jurídico"(De Plácido e Silva).
De grande serventia profissional

Jorge Carrano disse...

Assistam a esta matéria. São Paulo é outro "pais" mesmo.
Enquanto aqui as biblioecas fecham, lá ampliam o tempo de atendimento aos leitores.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/emprestimos-na-mario-de-andrade-dobram-depois-que-biblioteca-passou-a-funcionar-24-horas.ghtml

Ana Maria disse...

Também gosto da série "Darkover" , da Mariom Zimmer. Ficção e fantasia misturadas harmônicamente.