Antigamente, acreditem vocês mais jovens, ou não, as mães
educavam seus filhos. Não estou fazendo ficção, era a pura realidade.
Como faziam? Com recomendações que se não obedecidas eram
seguidas de castigos ou palmadas na bunda. Outra coisa que era possível, sem riscos de acusação de maus-tratos, pois era politicamente correto. E funcionava.
As recomendações eram sobre coisas triviais, comezinhas, como por exemplo: “não mastiga
com a boca aberta”; ou “tire os cotovelos de cima da mesa”.
Como e quando elas - as mães - podiam fazer isto? Simples, nos horários
de refeição. No almoço e no jantar, já então com o pai, geralmente, presente à
mesa. Almoçavam todos juntos, mãe e filhos. Sobremesa só se comesse toda a comida (era pecado e desperdício deixar no prato). E ninguém levantava antes que todos tivessem terminado.
AH! Claro, as mães não trabalhavam (senão em casa). Por isso tinham o tempo e a oportunidade de ensinar. O papel de prover o
sustento ou subsistência da família era função do pai, macho alfa.
Família? Você não sabe do que estou falando? Eu vou explicar.
Um homem e uma mulher sentiam algum tipo de atração um pelo outro. A atração
podia ser física, intelectual ou sentimental. Dai casavam (na maioria dos casos),
ou simplesmente decidiam compartilhar suas vidas sob o mesmo teto.
Dormiam juntos e faziam sexo, não casual, na maioria das
vezes. Ocorria das mulheres engravidarem e a criança que nascia tinha pai e
mãe, cujos nomes constariam na carteira de identidade, passaporte e outros
documentos.
Quando repetiam a dose (de fazer sexo), sem uso de
preservativo ou adotando algum outro controle natural ou artificial, acontecia
da mulher engravidar, de novo. Então já era um casal com dois filhos. A isto chamávamos
de núcleo familiar. E esta família crescia porque os filhos casavam, pelas mesmas
razões e, pelos mesmos meios tinham filhos que viravam netos do primeiro casal,
encorpando a família. Acho que não preciso repetir o ciclo, deu para entender, pois não?
Voltando aos papeis do casal, formado por um homem e uma
mulher – pode acreditar pois havia casais assim – cabia à mulher gerenciar a
casa. Este papel compreendia tarefas domésticas cansativas e pouco valorizadas,
e também a educação básica das crianças.
Se as tarefas domésticas eram cansativas e sem charme,
levantar pela manhã cedo e pegar o bonde, a barca ou o trem para chegar no horário
ao trabalho, também não tinha nenhum glamour. E isso era tarefa do homem.
Havia respeito e espelhos a serem seguidos. Dos pais e das
mães.
A mãe, e o pai, ensinavam e pregavam o respeito aos mais
velhos, com recomendações curtas e diretas: “não intervenha na conversa dos
adultos”; “agradeça as gentilezas que lhe fizerem, diga muito obrigado”; “de
prioridade aos mais idosos deixando-os se sentar no lugar mais confortável”; “deixe-os
entrar na frente”.
E tinha os exemplos. Ocorria de num coletivo entrar uma
senhora grávida e seu pai levantar-se para ceder o lugar. Você via aquilo de
uma maneira tão natural que ficava incorporado aos seus hábitos.
Hoje, estas pequenas atenções com as grávidas e mais idosos é
imposta por leis e regulamentos e ainda assim muita agente descumpre da maneira
mais deslavada.
Hoje, mesmo, e não no sentido de atualmente como acima, estava
sentado num dos bancos amarelos preferencialmente destinados aos deficientes,
idosos e grávidas. A meu lado, na cadeira mais junto ao corredor uma
adolescente (aparentava 17 anos). Entrou uma senhora e postou-se, por falta de
assento disponível, diante do banco onde estávamos. Como a menina/moça/mulher
não se mancou, pedi licença para poder passar e ceder o lugar para a senhora.
E a mulher/moça/menina continuou tranquila e serenamente
sentada como se nada tivesse acontecido.
O que antigamente era ensinado em casa, pela mãe, hoje precisa
de lei e nem assim é obedecido. E tem uma placa de advertência bem ao lado do assento, informando que a preferência é para as pessoas com estas condições.
É claro que já presenciei várias vezes pessoas cedendo ou
oferecendo seu lugar, inclusive para mim que denuncio, pelos cabelos e barba
grisalhos que já passei do ponto e estou muito maduro.
Engraçado é que esta gentileza de oferecer-me o lugar é também de
iniciativa de senhoras nem tão jovens (apenas mais do que eu), mas que tiveram
mãe em casa ensinando boas maneiras.
Vou voltar a este tema (e isto é uma ameaça), porque não
escrevi tudo que pretendo deixar claro a respeito de algumas mudanças sociais
que resultaram extremamente nocivas à própria sociedade.
Para encerrar de maneira mais amena e menos crítica, vou contar uma piada muito antiga, mas que os mais jovens não conhecem. É a propósito de ceder o lugar para grávidas nos coletivos. Entra uma jovem mulher e olhando para um homem sentado comenta em voz alta: "não tem mais cavalheiros que oferecem o lugar para as mulheres grávidas". O homem dá um salto, se desculpa e diz: "não percebi que a senhora está grávida (o ventre não denunciava). E ela sentando, retruca: "pudera, tem apenas meia hora".
6 comentários:
Nesse exato último fim de semana coloquei no Face da minha esposa um post sobre o assunto. Está cada dia mais difícil.
Assistimos diariamente cenas muito ruins de total falta de educação e desrespeito ao próximo. Minha esposa anda meio assustada porque ainda acho que tenho 25 ou 30 anos, e tenho reagido mal às vezes.
Nesse fim de semana parti pra cima de um motoqueiro (não é motociclista) em Friburgo, e ela ficou muito nervosa, porque o cara podia estar armado, etc, além do que, era bem mais novo que eu.
Tenho tentado me policiar, mas está no DNA.
Hoje cedo já comecei mal. O catamarã Charitas x Pça XV das 8 horas só saiu à 8:25h !! E que se danem os usuários !
Algumas pessoas esbravejaram com os funcionários da CCR, mas como sempre, foram vistos como ETs agressivos.
E foi assim, aos pouquinhos, aos olhos assustados e míopes da maioria, que o NAZISMO cresceu na Alemanha. Assim mesmo, exatamente assim.
No GROBO de ontem, o Gilson Monteiro colocou que a Prefeitura de Niterói está implementando uma máquina de marketing, para alardear os feitos da gestão, e bombardear as críticas ....
Lembram de Goebbels ?
O jeitão leve e solto do texto esconde pontos polêmicos como o atual papel da mulher no núcleo familiar. Por pressão econômica e mesmo pela realocação da mulher na sociedade, grande parte delas escolhe ter um papel parelho com o do homem.
Isso muda a relação intrafamiliar e torna praticamente impossível um enredo como o de antigamente.
O que falta, a meu ver, é uma adaptação, na qual se criariam novas oportunidades para pais e filhos se comunicarem com maior frequência quando juntos, porém há intransponíveis obstáculos...
Os maiores ofensores da família atualmente são o smartphone e seu primo tablet, que vieram jogar a pá de cal na TV, que foi a precursora da desagregação familiar.
Estudiosos de sociologia estão tendo de reescrever todos os livros (virtualmente, claro) mas não terão tempo de publicar suas conclusões porque o cenário já terá mudado novamente e novos livros teriam de ser escritos e o ciclo se repetirá cada vez mais veloz.
A humanidade, por vários motivos concorrentes, irá para o brejo.
=8-/
Freddy
O brejo é logo ali.
As novas famílias, constituídas a partir de duas pessoas do mesmo sexo, produzirão uma sociedade sem identidade, sem discernimento, sem valores éticos e morais. Teremos um mundo amoral (sem conceito de moralidade).
Nem vou continuar o post,como pretendia, pois iria enveredar por um caminho crítico que desagradaria aos fãs das novelas das 9 horas e aos que se acham politicamente corretos adotando discurso licencioso, de liberdade sem freio e contrapeso.
Espero não estar aqui para presenciar.
Estamos criando uma sociedade permissiva. Eu preservo valores e costumes adquiridos de meus antepassados. Mas sou careta para os mais novos da família.
Helga
Este tema é por demais complexo para ser resumido assim. Entre a fase das famílias que ele descreveu e hoje, aconteceram muitos fenômenos. O macho Alpha ficou incapaz de sustentar sozinho sua família (ou famílias que formava nos 4 cantos da cidade). O percentual de mulheres que criam sozinhas seus filhos, aumenta dia a dia.
Evolução ou involuçao ? Eu sigo minha vida aproveitando as benesses da vida moderna, porque sei que, a cada geração mudam os costumes e a ética da sociedade.
Lendo os comentários, fiquei com a impressão de que não me inseri no contexto do post ..... rsrsrs
Abração
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