10 de dezembro de 2013

Morte anunciada

G.G. Marquez


Em seu bom romance “Crônica de uma morte anunciada”, o premiado escritor Gabriel Garcia Márquez, que honra as letras latino-americanas, conta a história  de uma morte anunciada com antecedência, daí o nome da obra. 

O interessante é que todos, no lugarejo,  sabiam, mas ninguém moveu  um dedo, tomou qualquer iniciativa, adotou alguma providência para evitar a morte, por assassinato.
 

Assim aconteceu com o Vasco este ano. Desde o início da temporada o time era apontado por todos os críticos como fraco, era mesmo, é só consultar os arquivos, tido e havido como  sério candidato ao rebaixamento.

Bem, também no Vasco, a diretoria, a exemplo da população do lugar onde transcorre a história narrada por Gabo, como é conhecido o grande escritor colombiano, detentor do Nobel de Literatura, sabia, ou devia saber, que a queda era iminente. Era só ler os jornais e acompanhar as criticas.

Não poupo ninguém da atual administração. Do presidente, que sempre achei um palerma, à administração “profissional” contratada.

Não livro a cara nem mesmo, como fazem alguns, do Ricardo Gomes. Também fiz um AVC  - va lá, felizmente para mim não tão grave – mas nem por isso me omiti ou descuidei de minhas obrigações profissionais. Se ficou no cargo de diretor de esportes é porque se julgava capaz.

Alguém é responsável por colocar em campo, com a camisa do Vasco, para disputar uma partida da importância desta da última rodada, jogadores tais como Wendel, Alessandro e Renato Silva.

Deus do céu! Nas peladas do campo do Diário Oficial, quando na Av. Jansem de Mello, tínhamos jogadores muito mais habilidosos, criativos e inteligentes. Provavelmente nas disputas do Instituto Abel também deverá ter pai de aluno que joga muito mais do que estes citados.

Francismar. O famoso Francismar, foi contratado por quem?  E os que não queriam nada com bola, apenas morar no Rio às custas de um contrato com o Vasco? Tipo André e outros que nem irei mencionar porque seus nomes deverão ser esquecidos para todo o sempre. Faziam parte do elenco, mas sem nenhum comprometimento com o clube.

Pois é, o Ricardo Gomes, por ação ou omissão, tem muita culpa sim. Eu já tinha algumas restrições a ele como técnico de uma seleção sub-23, com Diego, Robinho,  Elano, Maicon, Alex (zagueiro), Daniel Carvalho, Nilmar e Dagoberto, entre outros excelentes jogadores, que conseguiu a proeza de não se classificar nas eliminatórias sul-americanas para disputar os Jogos Olímpicos em 2004,  numa edição em que a Argentina ficou com o ouro disputando a final com (acreditem) o Paraguai.

Ricardo Gomes em 2004
Foi uma vergonha não ter ido disputar as Olimpíadas, com um timaço daquele. E o Ricardo Gomes era o treinador. Não estou falando de ganhar a medalha de ouro, estou falando de sequer não se classificar nas eliminatórias.

Leiam a matéria no link a seguir:


Voltando ao vexame de agora, no Vasco, temos uma administração que não conseguiu negociar débitos, fazer acordos trabalhistas, pagar em dia as contas de água, ter um centro de treinamento em condições mínimas de higiene e conforto para as categorias de base do clube, entre outras claras situações de má gestão, tem mais é que receber carta de demissão.

O paspalho, como diria meu pai, usando uma expressão de que gostava muito, mas hoje em desuso, do presidente, por vaidade e ciúme, criou uma crise com o Romário, sob todos os aspectos prejudicial ao Vasco.

O Roberto foi um bom jogador? Foi. Mas entre ele e Romário, não tenho a menor dúvida em apontar o baixinho como mais  jogador, mais importante, mais vencedor. Foi campeão mundial e artilheiro no Brasil e no exterior. É, até hoje, lembrado no Barcelona, onde fez história, e o tal Dinamite foi um fracasso lá, um blefe.

E a pinimba do Roberto com o Romário custou-nos dissabores e dividas que estão aí para serem pagas. Ameaçou, até, a retirada da estátua do baixinho de São Januário. É um sem noção.

O elenco do Vasco é muito fraco e a falta de dinheiro não pode ser apontada como única causa. Outros clubes também viveram e vivem em crise financeira, e contrataram melhor.

O Vasco deixou escorrer para o ralo muito dinheiro , contratando pernas-de-pau, sem futebol e sem brio.

E quem contrata, quem decide, é mais responsável.

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

Parece que haverá, hoje, uma reunião com a cúpula do clube, para convencer o presidente a se licenciar. E também sobre a permanência dos demais integrantes da administração e comissão técnica de futebol.
Eu acho que o presidente tinha é que renunciar. A licença implica em que ficarão no poder os mesmos personagens que até agora não ajudaram em nada.

Freddy disse...

Eurico já se movimenta.
<:o)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Quem pode acreditar na competência de um treinador (Dorival Junior) que indica a contratação de Francismar ? Para um time em sérias dificuldades como o Vasco?
Pensar em Francismar como solução é de uma miopia (ou má-fé) sem limites.

Jorge Carrano disse...

Roberto, o estalinho, se recusa a renunciar. Sabem aquele provérbio chinês:
"O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros."

O panaca está manchando de vez a biografia dele. Não demora até seus feitos dentro de campo serão esquecidos.

Jorge Carrano disse...

Dois pensamentos respeitáveis se aplicam ao Roberto, chamado Dinamite:

"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta."
Albert Einstein


"Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam."
Confúcio

Jorge Carrano disse...

Para a história:
http://espn.uol.com.br/noticia/464735_um-idolo-enfraquecido-apos-seis-anos-na-presidencia-dinamite-se-despede-do-vasco-pela-porta-dos-fundos