7 de janeiro de 2023

"As chuvas de Ranchipur"

 

Tom Jobim conceituou  as "águas de março", eternizando-as numa música de enorme sucesso.

Com o passar dos anos, as chuvas de verão, que são referência de minha infância, deixaram de ser mais presentes no mês de março.

Este ano, por exemplo, começaram em novembro do ano passado, bem antes do verão.

Com efeito durante minha infância, até completar 13 anos, residia em uma casa de vila, com muita área disponível, nas fraldas do Morro da Penha, no bairro Ponta D'Areia (agora Portugal Pequeno), em Niterói.

No verão, nas férias de final de ano, alternávamos, eu  e os demais adolescentes moradores do bairro e adjacências, nossos folguedos entre jogar bola de gude, rodar peões, jogar peladas na rua, soltar cafifas (ou pipas), brincar de escambida e pular carniça.

A propósito, escrevi aqui mesmo sobre o fato em 2011, em

http://jorgecarrano.blogspot.com/2011/06/infancia-quase-normal-na-decada-de-1940.html


As chuvas pouco atrapalhavam nossas brincadeiras porque eram de curta duração e nos levavam a crer (ah! a ingenuidade perdida) que duravam pouco porque desenhávamos o sol no piso/calçadas, com carvão ou giz, atraindo-o de volta com tal homenagem.

E onde entra o título da postagem que é de um filme produzido em em 1955, com renomado elenco - Lana Turner, Richard Burton, Fred MacMurray e outros - na verdade refilmagem de um outro intitulado "E as Chuvas Chegaram", que foi lançado em 1939.

Richard Burton
Fred MacMurray





Lana Turner


Este filme, principalmente seu título, é recorrente em minha memória quando leio ou ouço falar de chuvas.

Assisti-o no então recém-inaugurado Cine Central e que foi filmado e exibido com recursos tais como Cinemascope e som estereofônico de quatro faixas, um grande avanço tecnológico.

Os efeitos me causaram impacto na época.

Neste cinema, fechado há anos, homens só entravam se trajando paletó, no mínimo um blazer. 😂😂😂.

2 comentários:

Jorge Carrano disse...


Lana Turner, e mais ainda Ava Gardner, foram solenemente homenageadas na minha puberdade.

Como delicadamente, poeticamente explicou Martinho da Vila em sua música "Ex-Amor": eu me possuo e é na sua intenção.

As deusas do cinema, as pinups girls, eram nossas referências preferenciais. Não havia Playboy, Status, Homem e outras revistas do gênero.

Tinha as revistinhas suecas, mas aí é outra história.

RIVA disse...

Ah, bons tempos ... a minha rua no Pé Pequeno, era de terra batida até acho 1962.

Nos dias de chuva, a tchurma toda fazia uma imensa barragem para represar a água, pois a rua era uma ladeira. E brincávamos de deslizar de peito nas calçadas encharcadas.

Hoje pareceria loucura ou "terrorismo".

Vc me lembrou um fato ... em 69, quando estava em Baltimore num intercâmbio cultural, me arrumei para ir ao cinema, e minha "mãe americana" me perguntou : Vai pra onde com essa roupa ?
Respondi .... ao cinema.

E ela : cinema tem que ir de gravata !!!!

(pano rápido)