15 de maio de 2020

Outro convidado ilustre no anexo privé


Riva é um dos casos de cliente que vira amigo pelas afinidades, empatia ou ... pelas diferenças. 

Ele  gosta e tem tatuagens, sou careta, jamais faria uma tatuagem. Ele usa cabelos longos, meus cabelos, os que  ainda restam, são cortados curtos. Ele anda de motoca, nunca andei de moto (nem como carona). Ele gosta muito de New York,  prefiro Londres. Ele aprecia destilados (whisky), eu fermentados (vinho e cerveja). Ele gosta de biografias, gênero literário que menos aprecio. Ele é da área de exatas - engenheiro, eu da área de humanas - advogado. Ele é tricolor, eu torço pelo Vasco, como aliás sua esposa Isa.

UFA!!!

Mas ambos gostamos de leitura, amamos as nossas esposas e filhos, gostamos de viajar, gostamos de futebol (inclusive como praticantes aposentados) e  somos responsáveis em nossas atividades profissionais.

Dito isto, como ele acaba de chegar peço ao James que sirva um Johnnie Walker e peça ao Carlson que bote para rodar o Led Zeppelin.

Como prefere sua bebi da, Riva? "Cowboy" ou "on the rocks" ou ainda "sour" ? Alguma outra coisa como veículo? Soda, água de coco? Como quer que o James sirva?

Riva, não perguntarei porque o apelido, mas você chutava forte mesmo como o famoso jogador tricampeão do mundo?

6 comentários:

Riva na Távola disse...

Prezados, boa tarde. Show de bola estar com vcs na Távola do Pub da Berê.

- James, por favor um Red duplo com 3 pedras de gelo. E uma água com gás.

Pois é, o apelido veio mesmo do futebol. Tricolor, bigodudo na época (tinha trinta e poucos anos), um chute fortíssimo na canhota (2 goleiros foram parar no hospital pq infelizmente a bolada pegou na cabeça deles), esse o motivo do apelido, além, claro, de jogar bem, modéstia à parte.

Falando em apelidos, o meu no Ginásio era Dentinho, um personagem dentuço do Recruta Zero em quadrinhos, pq era dentuço, usei aquela "bosta" de arreio depois de extrair 2 dentes, para puxar toda a dentadura para trás. Sofrimento e bullying. Alguma porradas por causa disso, já que sempre fui meio "esquentado" kkkkkkkkk.

Minha relação com NY começou muito cedo. Sempre foi uma espécie de cidade dos sonhos, inalcançável para mim desde cedo, estou falando do início dos anos 60, influenciado por Beatles, Stones, Big Boy na Rádio Mundial, tanta coisa maravilhosa.

E aí tive a fantástica oportunidade de viajar com 16 anos para os EUA, numa casa de família, e fui a NY. Vcs não podem imaginar o impacto que tudo isso representou na minha vida. Tantas coisas vivenciadas, ridículas até como uma TV a cores na minha casa de lá.

Poderia ficar aqui comentando esses detalhes por horas, mas, vamos ao ponto, o Led Zeppelin.

Cresci com minha mãe cega, e fui obrigado por ela (para preencher seus momentos de agonia com música)a aprender a tocar piano, acordeão, e migrei para o violão, impregnado pela Jovem Guarda e o British Sound da época.

O Led Zeppelin ouvi pela 1ª vez lá nos EUA, em janeiro de 69, e foi um divisor de águas em minha vida musical. Pior que só ouvi o 1º LP deles depois do show que eles deram na cidade onde eu morava, Baltimore. Não fui ao show porque era caro o ingresso na época ( 6 dólares) e eu não os conhecia.

Para vcs terem uma idéia do que eram 6 dólares em 1969, eu viajei para os EUA com 100 dólares. Hoje se viaja com 5 ou 6.000 dólares, fora as despesas de hotel, carro e avião.

Para fechar esse 1º comentário, sim, família é a base de tudo para mim e para a MV (minha Matriarca Vascaína), e de novo, construí toda a minha estrutura como Riva, meus valores, profissional, social, familiar, no período do governo militar.

Prazer estar aqui com vcs. Tim, Tim !!

- James, mais um por favor.













Jorge Carrano disse...


Pelo protocolo, neste anexo os convidados respondem e, em seguida perguntam. Como você não o fez, indago eu de novo lembrando que ao responder você terá direito de especular a meu respeito. É facultativo, mas tem sido assim.

Como um engenheiro formado no século XX, em boa universidade, como se sente diante do Coliseu romano, das pirâmides no Egito ou do aqueduto em Segóvia ? Faz reflexão, fica perplexo de como foi possível com os recursos das épocas em que foram erguidos?

Riva na Távola disse...

Sorry não ter seguido o protocolo, vamos lá.

Sim, em todas as minhas viagens (um privilégio poder dizer assim) me impressionam demais as construções. Como foi possível, sem o maquinário existente hoje, sem energia elétrica, hidráulica, e nos prazos que temos conhecimento ? Não dá nem para elencar as mais mais, pois são centenas de obras de arte.

Hoje mesmo no Twitter vi uma pequena construção no topo de uma rocha, com abismos no entorno a poucos metros, e ela lá a uma centena de metros de altura. Como ? Por que ?

Você mencionou o Coliseu, que era um dos meus alvos na recente primeira viagem à belíssima Itália, mas não sei porque me decepcionei com sua beleza e imponência. Até porque não conseguia um ângulo sequer sem um andaime ou um operário de capacete. Achei inclusive que ele deve ter sido jateado, pois está sem aquela cor de envelhecimento.

Ainda sobre construção civil, sempre me impressionou o domínio dos americanos na arte do envelhecimento das estruturas, visível principalmente nos parques da Disney. Uma perfeição.

Reflexão sempre, em tudo que vejo e presencio, e agradeço tudo que tenho tido oportunidade de conhecer por aqui. Impacto mesmo nesse sentido foi a beleza do Lake Tahoe, dividido entre a California e Nevada. Ali reconheci profundamente a minha pequenez.

Mas meu caro, eu costumo utilizar (acredite) um Balanced Score Card para definir nossas viagens, e meus parâmetros são custo, História/Pontos de interesse, gastronomia, necessidade ou não de auto, bom para compras. E assim classifico os locais a visitar.

Você utiliza que tipo de análise para definir uma viagem futura ?
E das que realizou, qual, somente uma, que deixou cicatrizes profundas (rs) ?





Jorge Carrano disse...


Que pergunta difícil, Riva.
Quase todas as viagens que fiz, repito quase todas, deixaram marcas, fixaram boas impressões, ou resultaram em gostinho de quero mais, por uma razão ou outra.
Da ilha de Capri guardo a lembrança das cores do Mar Tirreno; dos Lagos Andinos a exuberância da natureza; da Universidade de Oxford o conceito educacional, regime e valorização do ensino; da cidade de São Lourenço-MG, quando lá estive há 55 anos; enfim ficaria discorrendo horas sobre cidades que conheci e me marcaram de algum o modo, mas para responder objetivamente a questão que me coloca respondo reto e direto: Viena.
A cidade me impressionou vivamente. A elegância e requinte dos cafés; a elegância e educação das pessoas. A valorização das artes, em especial a musical chamada clássica (o Teatro da Ópera, é uma humilhação pela arquitetura e pela programação anual). Pelo palácio de Schönbrunn, comparável ao de Varsalhes, onde assisti a um concerto sinfônico de tirar o fôlego num salão rica e artisticamente decorado. Pela famosa Sacher torte, do Hotel Sacher, um must da cidade; Concertos em todos os lugares: igrejas, centros culturais, todos os dias. Enfim, Viena me surpreendeu positivamente.
As motivações para escolha do lugar a visitar são: natureza e história. Mas todo lugar vale a pena, com raríssimas exceções. Se tiver dólares ou euros, tem mais é que viajar, melhor investimento que podemos fazer em nós mesmos.

Sobre você, que gosta de leitura, a curiosidade é a seguinte:
Aldir Blanc, recentemente falecido, ficou conhecido como bom e inspirado letrista da música brasileira, mas teve seus momentos de escritor, como por exemplo em “Rua dos artistas e arredores”, "O gabinete do doutor Blanc” e "Direto do balcão" bons livros que recomendo.

Nesta linha de autores mais conhecidos por outras atividades, entre Chico Buarque e Jô Soares, a qual deles você confere maior crédito?

Riva na Távola disse...

Sem dúvida Jô Soares. Um senhor artista, entrevistador, escreve muito bem, criador de personagens hilariantes.

O CB não sei, tenho uma enorme dificuldade de olhar ou pensar nele, e não ver hipocrisia à minha frente. Paris é legal demais, não é ?

Antes de terminar gostaria de me desculpar, mas nos fins de semana tenho ficado distante do meu laptop, que me lembra trabalho rsrsrsrs. Ontem, sábado, não o abri, e hoje domingo, vejam, somente agora depois das 19h.

Já vi, mais à frente, que nosso Blog Manager desistiu (uma pena) da idéia das entrevistas individuais, que de alguma forma me lembram a infância, quando rolava um caderno de alguém com várias perguntas pra você responder, lembram disso ?

Eram tipo ....
- cor : azul
- time : Fluminense
- escola : Abel
- matéria + gosta : Geografia
- matéria - gosta : Português
- maior amigo : Boy, meu cachorro
- melhor estação do ano : verão
- melhor mês do ano : junho, do meu aniversário
- pera, uva ou maçã ? : pera

Sds a todas(os) !!

Jorge Carrano disse...


Valeu, Riva.

Quem sabe reformatamos a ideia e voltamos no futuro?

Abraço.