O paradoxo da democracia

A democracia é muito boa, mas peca pelo princípio. A escolha de seus representantes e dos seus dirigentes (prefeitos, governadores e presidente) feita pelo povo, tem como grande problema a vontade da maioria.

Não há saída aparente para a tirania da maioria.

A maioria é inculta, desinformada, sem formação política, pouca ou nenhuma educação básica, manipulável, influenciável e portanto suscetível de grandes erros de escolha.

No estágio atual achar que a vontade da maioria é o melhor para a cidade, para o estado ou para o país,  é enorme equívoco.

Não será necessariamente. E não tenho sugestão para corrigir o paradoxo. Como já disseram ad nauseam, a democracia com todos os seus defeitos ainda é o melhor regime político.

Você pode estar se perguntando: onde este cara quer chegar. Quero chegar às escolhas que temos feito, colocando populistas, aspirantes a ditadores, apedeutas, corruptos e salafrários no poder, em razão de um eleitorado beócio, composto de bucéfalos, que se deixam emprenhar pelos ouvidos, são atraídos pelo canto de sereias, pelo discurso recheados de promessas assistencialistas, ou que dividem o país em dois blocos: o do nós e o do eles.

Antes opunham o capital ao trabalho. Depois criaram "azelites". Agora são "eles" (sem faces) os grandes inimigos do povo honesto e trabalhador.

Tá acerto, você tem razão, Chico Buarque e Veríssimo não são definitivamente analfabetos políticos, além de serem letrados, e nada obstante são eleitores do PT e de Lula.

Verdade, nasceram em berços abastados, com pedigree, por isso o bom gosto de ter apartamento em Paris, campo privado para futebol soçaite (society) com amigos, apreciam os doces das confeitarias parisienses, os clubes de jazz novaiorquino, enfim as boas coisas da vida, proporcionadas por economias capitalistas.

Foto: Agência O Globo / Marcelo Theobald

Os mimos da edução fizeram-nos rebeldes sem causa.

Tem um grupo que se coloca num nicho que denominam de "artistas e intelectuais", proxenetas do Lei Rouanet, que vivem muito bem, como se fossem traficantes. 

No caso do Chico, segundo ele confessa em vídeo, também é cafetão do compositor anônimo, a quem explora comprando letras inspiradas que ele registra em seu nome.

Isso configura a exploração do homem pelo homem, mantra da esquerda que ele tanto apoia e admira.

Mas estas pessoas são confiáveis? NÃO, NÃO SÃO. Falo sob o ponto de vista da honestidade intelectual.

Há uma frase lapidar do Millôr, que pincei e coloca a seguir, que define a perfeição o que quero dizer.

Como é possível acreditar num artista popular que prega que  vivemos sob uma ditadura militar no país, durante um período, mas exaltava a figura do sanguinário Fidel Castro em Cuba?

Como condenar o Figueiredo e endeusar Castro?

Provavelmente ele acha que colocar os inimigos num paredão e executar a todos de uma vez é mais piedoso? Havia um abismo entre as condutas de Castelo Branco e um  Che Guevara, temido por sua brutalidade e inclemência, supervisionando as execuções de desertores ou inimigos políticos.

Paparicar, babar os ovos de Fidel e Guevara ao tempo em que condena os militares brasileiros, é coisa de quem vive da esquerda ... ou na esquerda, na contramão da sociedade.

As duas celebridades citadas (além de outras conhecidas), gostam e desfrutam de coisas que só um país que respeite a propriedade privada,  adote o regime da livre iniciativa, com economia de mercado, reconheça e privilegie o mérito individual, onde a livre  manifestação  do pensamento é admitida pode propiciar.

Links de referência:
https://www.huffpostbrasil.com/2017/10/09/che-guevara-7-coisas-que-voce-deveria-saber-antes-de-vestir-aquela-camiseta_a_23237820/

https://www.youtube.com/watch?v=uViIQThQh5M&feature=youtu.be

https://oglobo.globo.com/boa-viagem/o-melhor-de-paris-por-luis-fernando-verissimo-5153987

http://falandodebrasil.com.br/?p=6212