29 de outubro de 2018

Hibernação


Disse que iria hibernar alguns poucos dias, para curar a ressaca das eleições. Durante as campanhas de primeiro e segundo turno empenhei-me bastante, envolvi-me ao máximo colocando-me como o beija-flor da história de viés filosófico ou se preferirem do aforismo. Ou história da carochinha.

E vou, pelo menos até o final desta semana.

Mas o texto que publico abaixo se encaixou, como uma luva, na minha perplexidade diante da decisão do ex-ministro Joaquim Barbosa de não só apoiar como sufragar o nome de um proeminente membro da quadrilha que ele condenou com pompa e circunstância.

Inacreditável e inaceitável! Algo está errado; algo está podre no reino da Dinamarca.

O testo é de Luciano Meni*.

"Enquanto o candidato Jair Bolsonaro lhe inspira medo, o que me causa estarrecimento é ver um Ex-Ministro da mais alta Corte brasileira, um dos responsáveis pelo julgamento da Ação Penal que condenou diversos membros da facção criminosa (vulgo PT) pela estratégia mais podre deste país, chamada de “mensalão”, consegue, anos depois, declarar publicamente seu voto neste sórdido partido.

Confesso que sempre tive um “pé atrás” com “Vossa Excelência”, talvez em razão de seus pífios “pitis” durante os julgamentos, creio que derivado de seu amor mal resolvido, incubado, por Gilmar Mendes.

Suas liturgias verborrágicas nada mais eram que encenações na busca de holofotes. Hoje se vê que seu brado era dissimulado.

Por fim, manifesto que, em minha acatada opinião,  de “Excelentíssimo” nada o senhor possui. Ademais, o senhor me envergonha como cidadão, como advogado e como eterno estudante de Direito. 

Como atual Presidente da Comissão de Ética da 23 subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, me sinto na liberdade de me manifestar afirmando que um magistrado que avaliza a perpetuação da corrupção não merece nenhum respeito, nem pessoal nem profissional. 

Sou capaz de garantir que as instituições serão mantidas e se fortalecerão, que a Constituição e as leis criminais serão mais respeitadas, e que, com esperança, a impunidade será um capítulo de páginas viradas da história deste país!

Que sua toga descanse em paz...pelo bem do futuro da nova pátria que se iniciará HOJE!

(Luciano Meni)"

*Advogado atuante na seara Cível Empresarial, abrangendo as áreas de Propriedade Intelectual (Marcas e Patentes), Direito do Consumidor e Direito Contratual.

Pós graduado Mestre em Direito (2012), especialista em Contratos pela Fundação Getúlio Vargas (2009) atuou como assessor jurídico de marcas (trademark) e patentes do Núcleo de Inovação, Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo (NITTE) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) no período de 2009 até 2013.

Atualmente exerce suas atividades como Advogado gestor do escritório Advocacia & Assessoria Me. Luciano Meni e Asssociados, e também como assessor e consultor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá- INOVAI, desenvolvendo atividades relacionadas à Propriedade Intelectual (Marcas, Direito Autoral & Patentes), Termos de Confidencialidade, análise e desenvolvimento de contratos; análise, execução e rescisão de negócios jurídicos; direito societário, elaboração de Estatutos e Regimentos, além de ministrar palestras aos incubados e sociedade em geral.

2 comentários:

Jorge Carrano disse...

Confesso que cheguei a imaginar que Barbosa seria convidado para integrar o ministério de Bolsonaro.

Aí ele pisa na bola de maneira bisonha.

E piorou tudo ao tentar justificar sua opção. Decepcionante.

Ana Maria disse...

Também pensei que a declaração de voto renderia um ministério na possibilidade da Vitória de Haddad.