Só embromação

Eu poderia estar em alguns cruzamentos de ruas da cidade, esperando fechar o sinal (farol, para os paulistas), para fazer malabarismo barato com três bolinhas e, em seguida, antes que abrisse o sinal, ir de carro em carro pedir uma graninha.

Poderia entrar num ônibus, distribuir papeizinhos e em seguida discursar  falar  de meu misere e da necessidade de comprar medicamento, pedindo a cada um qualquer contribuição. “O que cada um puder dar”.

Poderia estar na Petrobrás comprando sucata por um bilhão e trezentos milhões de reais, sucata que no mercado não vale mais do que quarenta e dois milhões. E ainda devendo impostos ao governo americano. Seria um puta (paulista adora este aumentativo) prejuízo para vocês.*

Poderia estar assaltando nas saídas de caixas automáticos de bancos, pegando inclusive o dinheirinho chorado de aposentados e velhinhas viúvas pensionistas.

Poderia fazer muitas outras coisas que rendem dinheiro, mas estou aqui, inventando histórias, assumindo posições, dando pitacos, expondo-me publicamente a troco de nada.

Seus mal agradecidos, nem um centavo foi remetido para minhas contas secretas em paraísos fiscais. Nem uma caixa de champagne Cristal foi deixada na portaria do prédio onde resido. Sequer uma cueca, recheada de dólares me ofereceram para me engambelar.

Como revanchismo (prática comum do PT) esclareço que se você me acompanhou na leitura até aqui, chegará agora a uma conclusão: de onde menos se espera é que não acontece nada mesmo.

Isto porque não há mensagem neste post. É só embromação. Fiquei sem texto para publicar hoje, pois o Freddy não vai me entregar a tempo as histórias do bairro Pé Pequeno. Aguardem!

* Explicações para o prejuízo? Uma pista está na montagem abaixo, de autor que ignoro, mas ao qual darei o crédito devido assim que informado. Ou excluirei a imagem, se preferir.