Deu-se na cidade de Aquiraz, no Ceará. Sabia que a cidade fica na região metropolitana de Fortaleza, e agora, graças à Wikipéia, que o nome, de origem tupi, significa no idioma indígena, "água logo adiante".
Aquiraz tem seus encantos como se pode ver na foto a seguir.
Retomo o rumo da prosa para contar o caso da disputa judicial entre a Igreja Evangélica e dona Tarcilia Bezerra, dona de um cabaré na citada cidade.
Recebi por e-mail a deliciosa história (verídica) que além de tudo tem um viés jurídico que muito me agrada. A conclusão do juiz é, de certo modo, filosófica.
A supracitada dona Tarcilia queria expandir seus negócios, no caso um destes cabarés onde se encontra o que comer também pela via oral. A expansão da área construída era necessária em face do aumento da frequência.
Como sabemos quem não trabalha neste país recebe várias bolsas assistencialistas, além do seguro desemprego. E os pescadores apreciam outras carnes que não somente a dos peixes e dos crustáceos. A freguesia aumentou muito nos últimos tempos.
O título da matéria e também do e-mail que recebi é: "No Ceará dona de cabaré processa igreja evangélica"
Iniciada a obra, em resposta, uma igreja
evangélica local iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão, com
sessões de oração de manhã, à tarde e à noite.
Entretanto o trabalho de ampliação e
reforma progredia célere até uma semana antes da reinauguração, quando um raio
atingiu o cabaré queimando as instalações elétricas e provocando um incêndio
que destruiu o telhado e grande parte da construção.
Após a destruição do cabaré, o
pastor e os crentes da igreja passaram a se gabar "do grande poder da
oração".
Então, Dona Tarcília processou
a igreja, o pastor e toda congregação sob o argumento que eles "foram os
responsáveis pelo fim de seu prédio e de seu negócio, utilizando-se da
intervenção divina, direta ou indireta e das ações ou meios.”
Na contestação à ação judicial,
a igreja, veementemente, negou toda e qualquer responsabilidade ou qualquer
ligação com o fim do edifício.
O juiz, a quem o processo foi
submetido, leu a reclamação da autora e a resposta dos réus e, na audiência de
conciliação, comentou:
- Eu não sei como vou decidir este
caso, mas uma coisa está patente nos autos: Temos aqui uma proprietária de
cabaré que firmemente acredita no poder das orações e uma igreja inteira
declarando que as orações não valem nada!
Nota do editor: esta história foi veiculada em alguns meios de comunicação, mas depois que recebi pincei em http://nominuto.com/blogdodiogenes/no-ceara-dona-de-cabare-processa-igreja-evangelica/1199/
10 comentários:
Vejam também em
http://www.canalgama.com.br/noticias/dona-de-puteiro-processa-igreja-universal
Essa é muito boa. Mundanas que acreditam na força da fé e das orações. E fieis que não acreditam nos poderes dos que agem em nome de Jesus.
Helga
Muito legal a estória!!
Conheço a Praia Porto das Dunas, em Aquiraz, onde nos hospedamos por uma semana no condomínio Acquaville Resort, a 800 metros do famoso Beach Park.
Abraços
Freddy
A propósito dos comentários do juiz e da Helga, tenho a acrescentar que não vejo correlação alguma entre o exercício da prostituição e ter ou não fé religiosa.
Se alguma polêmica há, é restrita a determinadas sociedades (como a brasileira), já que em outras, como alemã e holandesa para dar dois exemplos, é uma profissão aceita e regulamentada, não havendo preconceito algum quanto às moças.
<:o)
Freddy
Assino embaixo, caro Freddy.
A única ressalva é que não se trata de estória.
Muito boa história. Nos leva a muitas reflexões, inclusive a de que, se pesa no bolso, a fé acaba.
Boa, Ana Maria. O bolso é verdadeiramente e parte mais sensível das pessoas. Para o bem e para o mal.Profissionalmente convivo com irmão trapaceando contra irmão em disputas de heranças.
E vejo nos noticiários filhos matando pais à pauladas durante o sono destes. Mexeu no bolso (sinônimo de dinheiro)tudo o mais: fé, amor filial, lealdade, fraternidade, fica em segundo plano.
Nesta tese também se enquadra a posição da Rede Globo, não acha?
Estória ou história, continuo achando que nada tem a ver prostituição com fé das "profissionais".
E quem dançou nessa foi a tal "igreja", que pretende classificar os crentes segundo a religião.
<:o)
Freddy
Engenheiro, cartesiano e literal, Carlos Frederico não captou o caráter filosófico do judicioso comentário do magistrado.
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