Não sou cinéfilo. Nos últimos anos ando afastado das telonas, por razões variadas.
O sofá, principalmente, e a cadeira ergonômica resgatada do escritório, são utilizados para assistir, de casa, séries e filmes oferecidos nos serviços de streaming on line.
O último grande premio internacional relevante, de que tinha notícia, era a Palma de Ouro, obtida no Festival de Cannes, com o filme "O Pagador de Promessas".
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Leonardo Villar (Zé do Burro), em O Pagador de Promessas |
Ontem o cinema nacional obteve um êxito relevante, com o filme "Ainda estou aqui", premiado com o Oscar de melhor filme internacional. Um feito considerável.
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Walter Salles, o diretor, recebendo a estatueta |
Já mencionei que não sou apaixonado pela cerimônia de premiação que acontece anualmente em Los Angeles. Um Oscar não é motivo suficiente para me levar ao cinema, e raros foram os filmes premiados a que assisti. E os que assisti foi antes da badalação pelos troféus conquistados.
Gostei muito do bang-bang "Os Imperdoáveis". Quando saiu a premiação não me surpreendi com as vitórias: melhor filme, diretor (Clint Eastwood) e ator coadjuvante (Hackman).
Lembro, perfeitamente, da escolha de Jamie Foxx no filme "Ray" por sua interpretação do personagem-título: Ray Charles. Achei notável seu desempenho. Justa e merecida a interpretação.
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Jamie Foxx |
Não tenho ideia de quais seriam os demais concorrentes, a mim bastou ver o Jamie Foxx encarnando o genial Ray Charles, que percorreu vários gêneros musicais sempre com sucesso.
Nesta última edição do Oscar fiquei emocionado com as homenagens póstumas (in memorian), prestadas a atrizes, atores e outros profissionais ligados a indústria cinematográfica, alguns dos quais nunca ouvira falar.
Entretanto, em relação a três dos homenageados acrescento meus aplausos. Pela excelência na arte a que se dedicaram: Gene Hackman, Maggie Smith e Quincy Jones.
Hackman, inclusive, com destaque especial num depoimento de Morgan Freeman, testemunha ocular e auditiva de convívio com o referenciado, posto que atuaram juntos em dois (bons) filmes.
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Maggie Smith, em Downton Abbey |
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Quincy Jones, instrumentista, maestro e arranjador |
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Clint Eastwood e Gene Hackman, premiados por "Os Imperdoáveis" |
A festa de entrega do Oscar é uma bela vitrine para contestações políticas e de cunho social em geral. Imaginem um público de mais de um bilhão de pessoas acompanhando a cerimônia, e depois a repercussão nas diferentes mídias, em vários idiomas mundo afora.
Lembro remotamente do badaladíssimo ator Marlon Brando, por exemplo, que em 1973 (eu tinha 33 anos), recusou o Oscar de Melhor Ator em protesto contra o tratamento dos povos indígenas em Hollywood. O ator enviou a ativista indígena Sacheen Littlefeather para recusar o prêmio em seu nome.
E nesta última de 2025, em seu discurso de agradecimento, a atriz dominicana Zoe Saldaña ao receber o Oscar de melhor atriz coadjuvante por 'Emilia Pérez' foi eloquente: “Eu sou uma descendente orgulhosa de pais imigrantes, que vieram para a América com dignidade e muito trabalho (…) sou a primeira atriz dominicana a ganhar um Oscar. E não serei a última”.
Tem ou não tem um viés crítico à politica imigratória de Trump?
Aqui neste espaço virtual, comemoro o feito do filme nacional pelo enfoque cultural, expressado através da arte cinematográfica. Desconsidero a história, que poderá ser polêmica, lembrando que se trata da vida de uma família duramente atingida, vista por um de seus integrantes e narrada em livro no qual foi calcado o roteiro do filme.
Não julgo personagens, como pretendem alguns, assim como nunca julguei Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião e adjetivado como rei do cangaço.
Herói ou bandido?
And last quem era o mocinho na batalha de Little Bighorn travada entre os três mil e quinhentos indígenas (sioux e cheyenne) comandados por Touro Sentado, ou as tropas da cavalaria americana lideradas pelo General George Armstrong Custer?
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Touro Sentado e Custer |
4 comentários:
Rotular de vilão ou herói, depende de seu ponto de vista, sua ideologia, suas conveniências. Joaquim José, por exemplo, que reputamos e reverenciamos como herói, foi traidor dos portugueses. Afinal era alferes do exército português, e traiu a bandeira que jurou e deveria honrar.
Não estou julgando Tiradentes, apenas comentando o fato de um conspirador separatista, líder inconfidente, se transformar em patrono do exército brasileiro. É um ângulo de visão.
E quanto a Domingos Fernandes Calabar, nascido onde hoje é o
Estado de Alagoas, e foi colaborador dos holandeses na invasão e tentativa de ocupação do "nosso" território ?
Há quem lamente que os holandeses não tenham logrado êxito.
O que dizer de Calabar? Traidor? Bandido?
O tempo é o senhor da razão. Se você vence é herói, se perde vira traidor, como Silvério dos Reis.
A antiga Guiana Holandesa preferiu a independência, em 1975, e virou Suriname.
Logo, não teria sido bom virar colônia neerlandesa.
Calabar foi um vilão, um traidor, um bandido. # pronto falei.
Como sou neto de avó materna portuguesa, se ela não tivesse vindo para o Brasil, onde nasceu minha mãe, não estaria aqui e agora comentando estes fatos.
Logo ... foi bom rechaçar os holandeses.
Já quanto a independência, não sei não, gosto muito dos pasteis de nata (rsrsrs).
Também não tenho o hábito de ir ao cinema, tampouco em casa assisto a filmes...só raramente.
Conversei esses dias com quem viu alguns dos filmes que disputaram o OSCAR, e as opiniões são diversas.
Imagine que são cerca de 10.000 pessoas que votam na Academia, e imagine as diversas culturas, ideologias, etnias, religião, problemas pessoais, e sei lá mais o que envolvidas nesse processo.
Vc acha que o resultado será justo ? Sim para muitos e não para muitos. Simples assim.
Isso me lembra os antes famosos concursos de Miss Universo, com muita coisa rolando nos bastidores para a escolha da bela do ano .....
Vcs viram que alguns discursos nesse Oscar eram carregados de ressentimentos e militâncias, principalmente contra o Trump. Pois é ..... é isso, uma vitrine e um microfone para uma mega plateia mundial.
Mas e os filmes ?
Que filmes ? rsrsrs
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