8 de novembro de 2025

VAR E BETs infuem em resultados?

Na década em que nasci, anos 1940, e até a seguinte do século XX,  quando realizada a Copa do Mundo de 1950 no Brasil, com a inauguração do Maracanã, o campeonato carioca de futebol era a vitrine do esporte no Brasil.

Capital da República, abrigando o Distrito Federal, et pour cause, aqui estavam sediados e disputando o campeonato regional, os clubes mais populares em nível nacional.

Havia uma razão complementar, a Rádio Nacional, maior emissora do país, aqui também instalada, e de penetração nacional, transmitia as partidas do campeonato carioca. Isso explica e justifica porque clubes como Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense tenham grandes torcidas no Norte e no Nordeste.

Na já citada Copa de 1950, seis jogadores do Vasco eram titulares absolutos da seleção brasileira, além do seu técnico. Eram integrante do Expresso da Vitória.

Neste cenário aconteciam suspeitas sobre a idoneidade de alguns árbitros, menos talvez por desonestidade e/ou ambição desmedida o que incluiria a possibilidade de ganhos ilícitos, mas sim por paixão clubística.

Todo menino ou pré-adolescente já havia decidido por qual clube torceria o resto da sua vida. Como eu que elegi o Vasco aos sete anos de idade (em 1947) como dono de meu coração futebolístico.

Era natural que os árbitros, todos, tivessem suas preferências, suas paixões, ocultas, secretas, por razões óbvias. E quando erros, involuntários ou não, aconteciam, eles ficavam retidos dentro dos vestiários, protegidos por policiais, até que os ânimos serenassem e os torcedores fossem para suas casas.

Acontecia com certa frequência em estádios pequenos como os do Olaria, Bonsucesso, Madureira, etc. Não porque  estes conhecidos como clubes menores tivessem torcedores entre os árbitros, mas porque resultados desastrosos de algum “grande” contra um “pequeno”, poderia favorecer um outro “grande”.

Seja como for, no final da década de 1940, pouco antes da Copa de 50, a CBD contratou árbitros ingleses, sob a alegação de treinar e padronizar atuação dos brasileiros. Um deles apitou a final entre Brasil x Uruguai, de triste memória - George Reader.

Suspeitas, dúvidas, aleivosias eram limitadas e dirigidas a jogadores e juízes.

A última, que me recordo, porque residia em São Paulo na época, e foi bastante comentada, ocorreu num jogo pelo campeonato paulista, entre Corinthians e Ponte Preta  (de Campinas), quando o jogador Rui Rei teria forçado sua expulsão, prejudicando a “Macaca” e favorecendo os “Mosqueteiros”, que não levantavam aquele troféu há anos.

O pior, que deu contornos de veracidade ao ato do jogador, é que ele foi contratado pelo Corinthians na temporada seguinte.

Estou chegando ao ponto que me levou a abordar este tema aqui no blog. É que agora, além dos jogadores e dos árbitros, temos dois outros fatores - externos - que possibilitam fraudes e maracutaias: VAR e BETs.

É bem verdade que estes meios dependem da atuação do  homem, como agente, este sim o animal que não deu certo. Não é Millôr?

 


 

Apêndice:

"Rui Rei foi um atacante que jogou pela Ponte Preta em 1977, onde foi um dos destaques da campanha que chegou à final do Campeonato Paulista. Ele ficou conhecido por sua expulsão polêmica no terceiro jogo da final contra o Corinthians, que resultou na derrota do time de Campinas e culminou em sua transferência para o clube paulistano no ano seguinte."

(https://www.google.com/search?q=rui+rei+jogador+da+ponte+preta&oq=rui+rei&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqCAgAEEUYJxg7MggIABBFGCcYOzIGCAEQRRg7MgcIAhAuGIAEMgYIAxBFGEAyBwgEEAAYgAQyBwgFEC4YgAQyBwgGEAAYgAQyBwgHEAAYgATSAQk4MjYyajBqMTWoAgiwAgHxBcJRUshKxnuf8QXCUVLISsZ7nw&sourceid=chrome&ie=UTF-8).  

Um comentário:

Jorge Carrano disse...

Tem a história, história mesmo e não lenda, do juiz que quando a bola transpôs a linha lateral, teve um ato falho e gritou "é nossa".