Trump se comporta como se fora um dinossauro numa loja de louças. Em se tratando de democracia. Isto pressupondo que os Estados Unidos ainda são a maior democracia do planeta.
Esta pressuposição é uma homenagem aos "americanófilos" que frequentam ou visitam o blog, porque a meu juízo a democracia americana, sob Trump, está com os dias contados.
Ele maneja a bandeira da liberdade de expressão e opinião, mas é o primeiro a tentar amordaçar seus opositores ou os que, mesmo nem sendo opositores contumazes, ousam criticar seus atos e atitudes.
Abro parêntesis para acrescentar que também proíbe contestações aos seu correligionário e amigo Netanyahu, o genocida.
Agora a ameaça a imprensa:
Trump sugere tirar licenças de emissoras se fizerem cobertura negativa dele.
"Presidente dos EUA também indicou apoiar que redes tenham que solicitar permissões periodicamente."(Kevin Liptak, da CNN, 18/09/25 às 16:35 | Atualizado 19/09/25 às 07:24)
O uso político em assuntos comerciais, um abuso autoritário, como os tarifaços impostos, está começando a se virar contra ele. A inflação em viés de aumento no seu país, e as primeiras manifestações políticas no parlamento, lá deles, irão reverter o quadro.
"Senadores dos EUA apresentam projeto no Congresso para cancelar tarifas aplicadas ao Brasil."
Abre atritos e conflitos com as universidades, algumas das quais são símbolos da liberdade e independência do mundo acadêmico e da democracia americana.
Pretende interferir na composição do FED, o Banco Central deles, que a exemplo do brasileiro, goza de autonomia. Quer porque quer afastar uma integrante do comitê.
E outras bobagens, todas de cunho absolutista, como se ele já fosse o que pretende ser, um imperador, um rei, nos moldes dos mandatários no mundo árabe. (Vejam o que caberia entre Emir, Califa, Xá, Xeique ou Sultão).
Se os americanos não adotarem atitude coerente com seu passado, com o pensamento dos fundadores e arquitetos da democracia americana, estão fadados a viver sob regime autoritário, com restrições em sua liberdade.
Refiro-me aos Founding Fathers, como George Washington, Thomas Jefferson, John Adams, Benjamin Franklin e James Madison.
Trump se afasta, e cada vez mais, dos ideários destes personagens.
A guisa de reservar mercado de trabalho para os americanos, baixou uma tarifa de 100 mil dólares (que não é pouco dinheiro), para obtenção do visto especial de permanência e trabalho no país, a ser pago por cérebro estrangeiro contratado por empresa americana.
Estamos falando, em especial, dos indianos que são hoje a grande maioria das mentes importadas. Esta taxa elevada, será paga também por estudantes em universidades americanas que pretendam permanecer, depois de formados, trabalhando nos EEUU.
O pressuposto é que a taxa elevada leve as empresas americanas de alta tecnologia, que precisam e dependem de mão-de-obra (mente-de-obra, na verdade) de alto nível, passem a empregar americanos.
Será? Não dará certo, será outro tiro no pé. Estamos tratando de cerca de 64.000 estrangeiros, maioria indianos, como já mencionado, mas também chineses, coreanos e etc.
E para encerrar a série de arbitrariedades e violação de compromisso assumido, cito o episódio da negação de vistos a indivíduos e delegações que participariam da Assembleia Geral da ONU, que como sabemos fica em Nova Iorque.
Ocorre que quando da escolha daquela cidade para sediar a ONU, foi pactuado que não haveria restrições para concessão dos vistos necessários para ingresso no país.
Os demais membros deveriam, solidariamente, em protesto contra a violação do combinado, decidir transferir a sede do organismo internacional para Genebra, como já aconteceu episodicamente, mas agora em caráter definitivo.
Ou Xangai, diria como apimentada ironia.
Apenas para argumentar, o que ressalto já seria anti-diplomático, os USA poderiam delimitar o perímetro para circulação na cidade, daqueles considerados perigosos para a defesa americana, mas negar acesso ao organismo internacional é absurdo e inaceitável.
Trump causará mais perdas, mais danos ao país do que dez "Katrina". Quem viver verá.
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