Campeão Carioca de 1948 |
Com procedência estão acontecendo severas críticas à
arbitragem no Campeonato Carioca de Futebol deste ano de 2024.
Alguns clubes, e outros tantos críticos de futebol, chamados
analistas, sugerem a contratação de árbitros de outras federações, como por exemplo
a paulista, a mineira ou a gaúcha, para que apitem os jogos d’aqui, até que
seja possível treinar, melhor qualificar a arbitragem local.
Não farei juízo de valor. As motivações, neste momento,
seriam a falta de imparcialidade (fundamental neste ofício) e/ou falta de
qualidade técnica, despreparo mesmo.
No respeitante à segunda das justificativas apontadas, parece
evidente que há: falta de critério,
desconhecimento técnico das regras, coragem profissional para assumir marcações
que desagradem jogadores e torcidas.
Aos 83 anos de idade recebo como uma benesse ter a memória
preservada em um AVC sofrido aos 70.
E valho-me dela.
Lembro, sem maiores detalhes, um fato ocorrido entre os anos
de 1948 e 1950, anteriores, portanto à fatídica Copa de 1950.
A Federação Metropolitana de Futebol, antecessora da
Federação Carioca, contratou um pequeno grupo de árbitros ingleses para apitarem,
aqui no Rio, a temporada de 1948.
Se me não falha a memória (já exaltada acima) que já
apresenta sinais de desgaste, havia uma razão especial: adequar/harmonizar a
arbitragem europeia à sul-americana.
Afinal a Copa seria realizada aqui e havia divergência de
interpretação em lances faltosos, impedimento, e bola na mão ou mão na bola.
O que me recordo é que os clubes que deram parecer favorável
e incentivaram a contratação dos ingleses, antes do término do campeonato já
exigiam a rescisão dos contratos com eles.
E assim foi. A partida final daquele ano, entre Botafogo e
Vasco da Gama, vencida pelo “clube da estrela solitária”, foi apitada pelo
brasileiro Mario Vianna.
Eu já era vascaíno e lamentei a derrota, claro. Mas o título
ficou bem em General Severiano. Eram dois grandes times na época.
Vejam abaixo dados agora obtidos em pesquisa na rede mundial:
BOTAFOGO 3x1 VASCO DA GAMA
Gols: Paraguaio, Braguinha e Otávio
(Botafogo); Ávila (contra) (Vasco da Gama)
Competição: Campeonato Carioca Data:
12.12.1948
Local: Estádio General Severiano
Escalações: Botafogo: Osvaldo
Baliza, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio,
Geninho, Pirilo, Otávio e Braguinha. Técnico: Zezé Moreira.
Vasco da Gama: Barbosa, Augusto e
Wilson; Eli, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir Menezes, Dimas, Ipojucan e Chico.
Técnico: Flávio Costa.
https://mundobotafogo.blogspot.com/2011/02/botafogo-campeao-carioca-de-futebol.html
Fontes:
Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Blogue do Marcão (2008-2011)
Alceu Mendes de Oliveira Castro (1951): O Futebol no Botafogo (1904-1950). Rio de Janeiro: Gráfica Milone.
7 comentários:
As estatística apontam ampla vantagem do Gigante da Colina sobre o Clube da Estrela Solitária.
São 134 vitórias do Cruz-maltino, 95 empates e 88 vitórias do Botafogo, representando a maior disparidade entre os clássicos nacionais. Pelo Carioca, são 222 jogos e 63 vitórias do Botafogo, além de 65 empates e 95 vitórias do Gigante da Colina.
E ontem o Vasco venceu por 4 X 2, pelo Carioca 2024.
Preciso fazer estes registros por causa da referência, na postagem, à final de 1948. Rsrsrsrs
Consegui pinçar, na internet, os árbitros ingleses que atuaram no Campeonato Cario entre 1948 e 1950.
A Federação Gaúcha também contratou alguns deles, na mesma época.
Cyril John Barrick, Harry Dykes, A. C. Williams, J. E. Miller, Harry Hartless, George Leslie Eliffe, Alwin Bradley, George Dickens e Walter Williard
Dois comentários, caro BM :
1
Lendo as escalações postadas, me explica, por exemplo no Vasco, as posições de cada um em seu time.
Hoje em dia quando se lê uma escalação vem :
goleiro
lateral direito zagueiros(2) lateral esquerdo
meios de campo
atacante(s)
Ou Nilton Santos era zagueiro ? Pra mim era lateral.
2
A solução para a arbitragem passa pela profissionalização, ou seja, árbitro de futebol ser uma profissão, com curso regulamentado, atualização, treinamentos teóricos, físicos, etc.
Enquanto isso não ocorrer aqui, continuemos convivendo com tudo que vc escreveu e que não escreveu.
FLUi
Riva,
Neste período - 1948 a 1950 - houve um jogo importante, internacional, do seu Fluminense.
Fluminense 4 X 0 Southampton
Domingo 16/5/1948 às 16:00
Pesquise!
Esse jogo ocorreu um ano após o Vasco derrotar o Arsenal, por 1 X 0.
Foi naquele momento que me tornei vascaíno.
O sistema tático e de armação das equipes, então vigente, era o WM, traduzido pelo Flávio Costa que aqui o implantou.
Voei no W M !! vou pesquisar
E vc não opinou sobre a profissionalização dos árbitros.
PS : vc acha que "seu" goleiro falhou no gol do PORTO ?
Não, não culpo o goleiro. Que alias é fraco.
O jogador do Porto, teve uma enorme felicidade. Não vou creditar ao acaso porque ele teve a intenção. Era a última coisa a fazer. Eram decorridos três e meio minutos antes do encerramento posto que o árbitro determinou 4 de acréscimo.
A felicidade foi ele acertar a força do chute, o que propiciou o efeito e a altura necessários para entrar onde entrou.
Centímetros para a direita a bola iria colidir com a trave; centímetros para a esquerda o goleiro tocaria na bola com a ponta dos dedos.
A altura que a bola tomou também foi fundamental. Tudo perfeito.
O WM foi um sistema simples. O nome deriva do posicionamento que os jogadores adotavam em campo.
Ficavam distribuídos de tal sorte que o ataque ficava como um W e a defesa como um M.
Experimente a simulação com botões, por exemplo.
Disponha da seguinte modo: três defensores em linha; dois meios campistas defensores e a frente deles mais dois meios campista atacantes. Finalmente três atacante em linha.
Observe que a figura forma um W na frente e um M atrás.
O Flávio Costa não inventou, ele trouxe para o Brasil.
Sim, sobre a profissionalização da arbitragem. O significado seria mais amplo. Não basta ser profissional.
Conheço advogados picaretas, médicos negligentes e engenheiros irresponsáveis: todos profissionais.
Gosto do modelo adotado na Premier League. Trata-se de uma espécie de ONG.
A PGMOL (Professional Game Match Officials Limited), foi criada para “melhorar os padrões de arbitragem inglesa”. Atualmente, a organização treina, desenvolve e orienta 109 árbitros e 206 árbitros assistentes, e é dirigida por Mike Riley (ex-árbitro) e uma equipe de gerentes e outros treinadores.
Pesquei na internet, inclusive para confirmar o que já ouvi a respeito.
Postar um comentário