25 de julho de 2020

Cadê o candidato ideal?




Li, há anos, como uma espécie de bonificação, apêndice de um livro sobre administração, no qual o foco era a Lei de Parkinson, uma tese interessante sobre o sistema de seleção em um pais oriental.

Bem, antes de chegar lá na citada tese interessante, devo esclarecer aos não iniciados que a Lei de Parkinson, festejada e referida por consultores, gestores, palestrantes e profissionais em geral da área administrativa, tem o seguinte enunciado:
“O trabalho se expande de modo a preencher o tempo disponível para sua realização.”

Voltando ao enxerto na obra sobre administração, a interessante tese pode ser entendida, pouco mais ou menos como, na minha livre interpretação:

Necessitando selecionar e nomear um representante diplomático junto a um país importante, reuniram-se os notáveis do país, reconhecidos e respeitados no mundo acadêmico e também político.

Cada um deles usando da palavra aventava um nome e defendia as credenciais do escolhido, enaltecendo seus méritos e virtudes.

Um tinha ancestrais famosos na área, outro além de conhecer em profundidade a história do país dominava três idiomas, um terceiro era de linhagem militar, neto de alta patente da Marinha ... e assim foram os cinco membros da comissão de seleção expondo suas opiniões e argumentando favoravelmente.

Todos os mencionados eram aceitos como bons candidatos pelos demais selecionadores, até que um deles, diante do impasse e da necessidade de solucionar de vez a questão propôs um nome que ainda não havia sido cogitado: - e fulano, não seria o ideal?

Em uníssono todos concordaram, mas alguém obtemperou: - mas ele não é candidato.

- Pois é, exatamente por isso ele é o ideal, não tem ambições pessoais, é simples e humilde a despeito de sua elevada cultura e experiência profissional e de vida.

- Verdade! Por isso precisamos convencê-lo a aceitar a  nobre missão.

Resumo da história: o melhor nome para uma função pública não é necessariamente um dos postulantes, mas o mais qualificado, tendo ele ou não interesse na sua escolha.

Onde quero chegar? Alguém consegue enxergar um nome que seja (em tese) o ideal para assumir a presidência da República no próximo pleito?

Alguém que precisássemos convencer a se candidatar? Não vejo no horizonte.

Abro parêntesis para aduzir que seria necessário alterar, preliminarmente, o melhor mas falho sistema de eleição pelo voto popular.

O povo, no qual logicamente me incluo, não sabemos votar. Votamos por simpatia pessoal, por interesse corporativo, por um sanduíche de mortadela, como paga por um favor recebido ou esperado, por indicação do vizinho, por protesto,  e outras razoes menos defensáveis.

Não tenho candidato e certamente não terei um que me cause respeito e admiração.  Mas preciso de um para não ter que, de novo, sufragar o Bolsonaro. Reeleição está descartada. Ele serviu para apear o PT do poder, mas neste fato esgotou seu valor, sua utilidade, sua aceitação.

Para encerrar e trazer o tema para a compreensão de todos, exemplifico: Jorge Jesus, técnico português, fez um bom trabalho no Flamengo. Sua saída, por iniciativa própria, unilateral, foi lamentada pela torcida, pela direção do clube e por boa parte da imprensa. Ou seja, foi sucesso de público e crítica.

Tentaram convencê-lo a ficar no Brasil e no clube.

Cadê o político, ou não, mas bom gestar, que queremos convencer a ser o nosso dirigente máximo? 

Notas:

7 comentários:

Jorge Carrano disse...


A dificuldade, no Brasil, seria selecionar cinco notáveis. (KKKKK)

Vá lá, escolhamos três, então. (KKKKK).

Melhor deixar tudo como está, com o povo votando a troco de uma dentadura, do jogo de camisas para o time de futebol do bairro, da promessa de emprego na Clin, e coisas do gênero.

Já fui decepcionado, inconformado,indignado, agora estou na fase desesperançoso.


RIVA disse...

Acho que já me expressei sobre isso.

Não tem solução, está no DNA da nossa população a bandalheira, a vantagem em tudo, a roubalheira, o dane-se o povo, a impunidade, e por isso candidatam-se. Qualquer com boa índole que lá chegar, se corrompe. E isso na esfera manunicipal e estadual também. Metástase !!

Só haveria, a longo prazo, uma chance de reversão, caso a quantidade de pessoas boas superasse a de pessoas más, o que não é o caso. E mesmo que fosse, as pessoas boas não usam armas, não matam/aniquilam o inimigo, se encastelam ou se escondem embaixo da cama.

Já tivemos soluções, se esqueceu ? Collor, o caçador de marajás, Lula o trabalhador honesto e simplório, Bolsonaro, que enfrentou a Grobo, sem partido, militar incorruptível.

Resolveu ?? Está resolvendo?
Percebe as forças desesperadas para tirá-lo de lá ?
Se tirarem, o que virá ?

Você, tenho certeza, conhece bem o evento A QUEDA DA BASTILHA, o que levou/motivou
àquelas ações (com crase, não é, Profª Rachel?) ...... todos os movimentos e suas lideranças até a invasão da Bastilha, e o depois da queda ....

Alguma semelhança - na fase "antes da queda" ?

RIVA disse...

Ah !! para registro no GE .... vai que acerto rsrsrsrs

Hoje enxergo a seguinte polarização para a presidência em 2022:

Bolsonaro x Chapa Mandetta com Moro

O resto é o resto ...

Jorge Carrano disse...


Está em gestação a chapa Doria X Mandetta.

RIVA disse...

Doria morreu ... eu aviso ou vcs avisam ele ?

Não comentou NADA sobre a analogia da Queda da Bastilha .....

PS: será que o Pub da Berê está sendo monitorado pelo STF ????? ..... estranha a "participação" e envolvimento nos debates ..... não era assim .... receio de algo ?

Jorge Carrano disse...


Prezado Amigo,

Silenciei porque a única analogia que identifico, refere-se ao papel das milícias. Depois da Queda da Bastilha, a "Milícia de Paris" se fortaleceu. Segui-se a fase do terror.

Os Bolsonaros estão muito associados às milícias: um às físicas integradas pela escória da polícia, e o outro às virtuais que disseminam fake news e atentam contra as instituições.

Quem seria a Maria Antonieta? rsrsrs


Riva disse...

Qual seria o verdadeiro Luis XVI ?