Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
(Freddy)
Nos textos anteriores (ver rodapé do post) eu abordei o que poderia ser uma novidade à época, mas hoje em dia 1 ano é uma vida! Drones, apelido usado na mídia para UAV (Unmanned Aerial Vehicle) ou em português VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), já são feijão com arroz nas manchetes. Seja por conta de desacertos de seu uso militar pelos americanos no Oriente Médio, com erros de trajeto e morte de civis, seja pela sua aplicação civil no comércio ou lazer.
Já
falei demais nos grandes drones militares nos posts anteriores, não mudou muito
desde então. Em termos civis, as aplicações mais alardeadas têm sido a
utilização do modelo tipo helicóptero de 4 ou mais rotores, relativamente
pequeno. Um deles, denominado "Drone do Amor", foi usado para imagens
em ângulos inusitados do Rio de Janeiro durante o Carnaval. Para melhor apreciar os resultados, pode-se
acessar o link
https://www.facebook.com/dronedoamor
https://www.facebook.com/dronedoamor
Drone do Amor |
Modelo
similar, no sentido de ser um pequeno helicóptero de 8 rotores, tem sido
anunciado pela Amazon, a mais famosa loja de venda virtual do mundo, como
veículo a ser extensamente usado no futuro próximo para entrega principalmente
em locais de difícil acesso. A simulação de uso e entrega pode ser apreciada no
link já disponibilizado pelo nosso blog manager no post "Pombo-correio
& drone" de 13/03/2014, muito interessante:
Um dos modelos de drone da Amazon |
A Amazon prevê o uso dos seus drones já a partir de 2015, mas o maior empecilho para
tal é sua liberação legal nos EUA. Não apenas pelos meandros jurídicos
comerciais, mas também pelo fato de que essas coisinhas vão ficar transitando
pelo espaço aéreo indiscriminadamente caso não haja uma rígida legislação a
respeito. Podem esperar acidentes aéreos, principalmente em países onde não
haja regulamentação.
Simulação de entrega pelo drone da Amazon |
Bom,
o que me resta? Para não cansar o leitor com fatos já conhecidos e abordados, escolhi
abordar o futuro dessa tecnologia. Como sempre acontece, as aplicações
militares principalmente em época de guerras (quentes ou frias) têm sido o
motor do progresso tecnológico da humanidade - abro aqui espaço para debates,
podem jogar pedras!
Exemplos?
Radar, penicilina, comida enlatada, energia atômica, avião a jato, motor
refrigerado a ar (o motor do bom e velho Fusca nasceu de necessidades no
deserto), satélites em nuvem, mísseis e
aviões teleguiados, GPS, raio-laser, pesquisa biológica e química, podem ir
acrescentando mais centenas de itens.
A
coqueluche do momento nas pranchetas dos engenheiros militares e seus
acadêmicos aliados nas universidades de ponta são os chamados MAV (Micro Aerial
Vehicle). São essencialmente microdrones. Coisa de ficção científica, eu jamais
imaginaria um "brinquedo" desses fora das telas. A maior novidade
tecnológica, afora a miniaturização dos mecanismos e uso de software de automação
de voo de última geração, é a maneira deles voarem.
Desde
que nascemos, de Santos Dumont e Irmãos Wright pra cá, duas coisas são fatos
considerados irrefutáveis: avião voa com asa fixa e pássaros e insetos batem
asas para voar. Hmmm. Houve quem discordasse, ou Igor Sikorsky não teria
inventado o helicóptero. Daí pensemos: se a Natureza dotou seus seres alados de
asas que batem para que eles se desloquem, porque o homem ainda não tirou
partido disso no projeto de suas aeronaves?
Em
parte pela dificuldade prática, tendo em vista o tamanho das aeronaves. Fazer
um avião voar à maneira dos pássaros, batendo asas, envolveria mecanismos de
difícil execução, fáceis de serem alvo da famigerada fadiga de material. Mas em
contrapartida, fazer um minúsculo aeromodelo do tamanho de um pardal, ou menor,
voar de maneira controlada e estável também é muito difícil!
Ornitóptero baseado em modelo de Da Vinci |
Este
brinquedinho foi apresentado na CES 2008 (Consumer Electronic Show, feira
realizada anualmente em Las Vegas) e é baseado no famoso modelo desenhado por
Leonardo Da Vinci. Confirmando o que disse, é apenas um brinquedo, mas não
deixa de ser um começo...
DelFly Explorer |
O
DelFly é um conceito em estudo pela Delft University of Technology, na Holanda.
O objetivo do programa é o estudo da dinâmica do bater das asas de insetos no
voo de MAV's.
Tudo começou com o DelFly
Micro, mas já existe o DelFly Explorer, mais avançado e com alguns circuitos
adicionais como microcâmera para detecção de obstáculos e desvio automático.
DelFly Micro |
Os
departamentos de defesa têm aplicado bastante dinheiro no desenvolvimento de
alternativas que possibilitem aeronaves (vamos chamá-las assim) entrar
sorrateiramente em becos e edifícios, ficar à espreita fotografando segredos,
seguir suspeitos, quiçá atacá-los com microdardos...
O modelo a seguir, em desenvolvimento pelo Laboratório de Micro-robótica da Universidade de Harvard também baseado no movimento das asas de insetos, tem objetivos muito mais ambiciosos. É o embrião teórico para construção de pequenos MAV's de espionagem.
O futuro de veículos aéreos não tripulados é promissor do ponto de vista científico, mas preocupante do ponto de vista prático. Os grande drones já são realidade, em uso militar pelos Estados Unidos. Os de pequeno porte o serão, visando mais o uso em lazer e comércio. Já estão à venda em sites de compras, e nem são tão caros.
Como lembrete, já levantado, há que aguardar legislação a respeito de seu uso no espaço aéreo das grandes cidades, pois que serão obstáculos reais em rotas de helicópteros e até de grandes aeronaves próximas aos aeroportos.
Créditos adicionais:
Drone do Amor: https://www.facebook.com/dronedoamor
Drones da Amazon: divulgação no Google
Ornitóptero Da Vinci:
http://www.techdigest.tv/2008/01/ces_2008_da_vin.htmlDelFly: http://www.delfly.nl/
DGI Phantom: mercadolivre.com.br
Posts anteriores sobre Drones:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/03/drones-parte-2.html
21 comentários:
Neste carnaval houve mais do que utilização de drones para filmagens aéreas.
A escola de samba Portela, utilizou um drone em formato de águia, sua ave símbolo, que sobrevoou a passarela.
Surpreendeu o uso de tal tecnologia numa agremiação tão tradicional.
Não tem muito a ver com o espírito de uma escola de samba, mas o resultado foi interessante, pois águia estava bem construída.
Quero saber o peso que suporta uma geringonça destas. Minha ideia é entregar minha sogra numa tribo indígena da amazônia.
Ela deve estar com uns 85 quilos. Será que aguenta?
O peso máximo no projeto atual da Amazon é de 5 libras (aprox. 2,3 kg). Mas existem drones clássicos como o Predator. Inclusive vários deles já têm aposentadoria prevista e seu destino pode ser justo a América Latina. Quem sabe o Anônimo não aluga um deles para o "servicinho"?
http://www.sienteamerica.com/posts/3249-estados-unidos-planea-enviar-drones-militares-a-latinoamerica
<:o)
Freddy
Anônimo,
Só não deletei seu comentário por causa do espírito de humor.
Alguns esteriótipos precisam ser revistos e atualizados.
As sogras, mães dos maridos, são mais implicantes do que as sogras das noras.
Tive exemplo na família. Com o tempo e o convívio tudo se acertou, mas o início foi difícil.
Mas a questão do peso suportado numa carga também me interessa, por mera curiosidade. Imagino que esteja vinculada a questão do porte do VANT e potência do motor (ou turbina, sei lá)do drone.
Gente, a velocidade com que a tecnologia avança pode ser medida pelo primeiro comentário do post Drones - I (endereço mostrado no final do texto). Logo no 1º comentário nosso blog manager Carrano afirmava que jamais tinha ouvido falar de drones em 25/03/2013. Essencialmente um ano depois temos drones até em desfile de escola de samba... Fantástico, não?
=8-) Freddy
Antes dos UAV (Unmanned Aerial Vehicle), eu conhecia, da infância: os aviõezinhos que fazia com folhas de caderno e sob os quais não tinha nenhum controle a respeito de direção e atingimento de alvo. As cafifas (pipas, pandorgas) sobre as quais exercia um pouco de controle; dando ou recolhendo linha controlava a distância, e a direção era controlada com dibiques.
Se você não sabe o que é dibique esquece, você não teve infância.
Eu sei o que é dibique, que só tinha relação com cafifas de rabo (rabiola).
Quanto a aeromodelos, eu ainda vi a classe U-control, onde o cara ficava girando feito um louco no meio da pista circular, realizando acrobacias com o modelo preso a um par de arames...
Velhos tempos...
Freddy
E já que falamos de coisas que voam o Freddy poderia confessar que em tempos politicamente incorretos, fabricava e soltava balões (rs).
Isso será abordado em meus posts sobre o Pé Pequeno, provavelmente no parte II.
;-)
Freddy
Predator
http://www.youtube.com/watch?v=TH2Zbo0KCxE#t=43&aid=P9nPQ7iEcaY
Copy and paste the link into the address line of your browser.
Link muito interessante.
Assustador.
Estamos acostumados a que os aviões de combate têm pilotos embarcados, que em tese (a não ser kamikazes) prezam suas vidas.
No caso dos Predators, não. Seus operadores estão comodamente instalados, bem longe da ação.
Já estamos na era da ficção científica!
=8-)
Freddy
De tudo o que li, o que mais me chamou a atenção é a questão da natureza não prover os seres alados de um mecanismo que não seja .... bater as asas.
E essa o homem não vai conseguir para transportar o que transporta hoje ... uma sogra de 85 kilos (leve, por sinal), então nem pensar !!
Obs : a minha sogra, falecida em 82, era uma pessoa maravilhosa - fica o registro. Nada a comentar sobre a sogra da minha esposa ...ela que comente.rsrs
Freddy, esse papo me levou, não sei porque, ao nosso famoso paquiderme voador, das Aventuras de Anette !! #prontofalei
Aventuras de Anette? Isto está cheirando a pornografia (rs). Querem me contar em off?
kkkkkkk não ....
Acho que já mencionamos isso alguma vez, mas vamos lá ....
Há muitos anos, início da década de 90, enviei um email para Freddy com uma história muito louca e sem sentido, sobre uma formiga chamada Anette.
Incrivelmente, ele deu asas à imaginação, e respondeu o email !
Essa história rendeu 924 páginas em A4, com inúmeros personagens, dentre eles, um paquiderme voador, que Freddy pode explicar melhor, pois foi ele quem o criou .... rsrsrs
PS : há 9 jogos sem vencer o Vasco ...
Drone provoca tumulto e briga em estadio de futebol.
"O que ninguém esperava era que, no final da etapa inicial, um drone conseguiria sobrevoar as arquibancadas do estádio, invadindo o campo com uma bandeira da Albânia. Gudelj e Mitrovic, jogadores da Sérvia, foram retirar o objeto do campo, o que irritou os rivais.
Sérvios tentam retirar drone do gramado.
Após o gesto, jogadores albaneses começaram uma briga com os sérvios, que acabou com invasão da torcida, bombas e conflito com policiais. A tensão entre os países se deve à independência do Kosovo, de maioria albanesa, na década de 90.
O juiz Martin Atkinson não enxergou condições para seguir com o jogo, que foi suspenso com o placar de 0 a 0."
Leiam em:
http://esportes.terra.com.br/futebol/internacional/eurocopa/drone-invade-campo-e-servia-x-albania-tem-briga-generalizada,79416383c4019410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
Monitorando baleias:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/12/imagens-aereas-mostram-baleias-no-mar-entre-o-rio-e-marica.html
A comissão técnica do Vasco da Gama está utilizando um drone para filmar o treinamento coletivo da equipe. Assim podem depois analisar a movimentação de cada jogador em campo.
Assim como podem ser usados para ajudar na captação de belas imagens aéreas, como no caso deste sobrevoo em Roma, (acesse o endereço abaixo), podem ser usados para transportar material radioativo até o prédio onde reside o primeiro ministro japonês, como aconteceu na sema passada.
https://www.facebook.com/qleggo/videos/10152971557994011/?fref=nf
Leiam para onde o futura aponta:
http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/drone-origami-que-pode-ser-dobrado-guardado-no-bolso-veja-video-16222289
Revisitando o post ... repare que Freddy não deu continuidade ao assunto Anette rsrs.
Revisitei o post ontem, em razão de notícia do uso de drones para entregas de encomendas (comida e medicamentos), devidamente regulamentado e em expansão, na Virgínia, USA.
O Freddy já previa este uso, acima e além do militar.
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