Nos tempos idos d’ O Pasquim, hebdomadário com viés humorístico
que fazia contestação política, não sei porque a equipe (não todos) pegava no
pé do Jorge Amado, então nosso escritor mais afamado (sem trocadilho) e autor nacional campeão
de vendas de romances (não havia Paulo Coelho).
A critica de Millôr, Jaguar, Ziraldo, Henfil, Tarso, Sergio
Cabral, Francis, Lessa e outros apontava que Jorge Amado era repetitivo. Seus romances estavam
sempre ambientados na área do cacau, os personagens de cada romance tinham
perfis semelhantes aos dos anteriores, enfim era tudo igual.
Lembro que quando da publicação de “Teresa Batista” saiu uma
notinha tipo “não li e não gostei” numa alusão a que seria igual aos demais.
Tenho um amigo, intelectual, escritor, que não considera
Amado boa literatura. Regionalismos só admite o de Guimarães Rosa, quiçá o de
Érico Veríssimo. Que preconceito, não?
Bem, esta introdução foi para preparar o terreno para o que
vou escrever agora: já ví esta novela que começou na segunda-feira, chamada “Salve
Jorge!”.
Nela estão e estarão presentes todos os ingrediente
tradicionais do gênero e da espécie, que trata de cultura diversa da nossa,
como esta do caso em tela, ambientada parcialmente na Turquia, que exibirá cenários
exóticos para nós.
Haverá (já há) triangulo amoroso, encontros e desencontros de
casais, núcleo de samba/pagode, abordagem de crítica social, no caso representado
pelo tráfico de mulheres e crianças, aquelas para fins de exploração sexual, doses cavalares de palavras e
expressões estrangeiras que serão repetidas ad
nauseam e músicas típicas, que no caso serão as turcas; e certamente muita
dança do ventre porque afinal sensualidade faz parte da fórmula vencedora.
A gastronomia com certeza será enfatizada. E quem prestar atenção aprenderá um pouquinho de geografia.
Já falei das mulheres gostosinhas (mesmo sem provar, só de
aparência) que povoarão a trama, quando admiti haver assistida ao primeiro capítulo.
Nanda Costa |
Mariana Rios |
Bem já vi o suficiente.
Fui informado por minha irmã de que os evangélicos estão
contra a novela sob considerar a presença de Ogum, que eles rejeitam. Se prevalecer
a campanha, a novela perderá muitos
acompanhantes porque os evangélicos formam um enorme contingente que já
ultrapassa o número de católicos.
Com ou sem novela, Salve Jorge!
N do A: o amigo, seguidor e colaborador do blog - Gusmão - já teve um post aqui publicado abordando uma receita de novela, com mais propriedade.
Um comentário:
Já que não assistirei a novela, resta-me comentar que há algum tempo atrás as meninas eram bem mais fornidas que hoje em dia.
Abraços
Freddy
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