3 de outubro de 2020

De sabiás a saxofones

 



 Por

RIVA



Depois de sete meses de confinamento, resolvemos subir a serra e matar a saudade da nossa casinha em Friburgo. 

Viagem tranquila, sem nenhuma parada estratégica. Combinamos de levar tudo para nossos cafés da manhã e delivery para almoço e jantar nos nossos restaurantes preferenciais, a Pensão da Mariquinha e o La Bamba. 

Estava tudo Ok , energia, água, gás, interfone, menos a … Sky ! Estava quase enlouquecendo, mas o técnico veio no dia seguinte e constatou uma desconexão no vizinho de baixo. Ufa !! Mas perdi o fantástico debate Trump x Biden (rs). 

Vocês não podem ouvir, mas não sei como essas sabiás conseguem cantar o dia inteiro sem parar. Chega às raias da irritação kkkkkkkkkkkkk. E tem realmente alguma luta por territórios, porque é uma sinfonia delas contra maritacas escandalosas e bem-te-vis, tudo na mesma mata. Podiam arranjar outra mata ! 

A comida aqui é maravilhosa, já escrevi que é o único lugar no planeta onde se faz algo parecido com a cozinha da minha avó Carolina. A Mariquinha ! Feijão, tutu, arroz, bifinhos batidos acebolados, couve refogada, bolinhos de batata baroa, pastéis de boi ralado e camarão, pudim de tapioca e de doce de leite, abobrinha refogada, filé de linguado a milanesa, etc, etc…. 

Preço imbatível ! Hoje, por exemplo, pagamos 64 reais para almoço, lanche da tarde e jantar para um casal. E ainda ganhamos Guaravitas de brinde. 

A cidade está “estranha”. O Country Club só recebe sócios, visitantes não entram, o clube do nosso condomínio está fechado, e a passarada está que está. Já tínhamos percebido esse fenômeno em Nikity, com o retorno de andorinhas, pardais, rolinhas, abelhas atrevidas, imaginem então aqui em Friburgo. O dia inteiro sob o canto das sabiás, com o saxofone de um jazz ao fundo, que é o que tenho ouvido ultimamente, sem saber nomes de músicas e de artistas. 

Meu home office é diário, reuniões financeiras, com meu celular roteando o sinal para o meu laptop, pois não tenho wifi aqui. 

Não sabemos quando desceremos a serra, mas tudo indica domingo. 

Até lá, então !





 



6 comentários:

Jorge Carrano disse...


Quando você retornar vai se dar coNta do que perdeu aqui em Niterói, neste interregno ... NADA. A não ser um calor absurdo, até para tribos nômades do deserto.

RIVA disse...

Voltamos hoje, domingo, e sabem qual a causa do retorno ?
Acabando o nosso plano de dados, pois não tenho wifi em Friburgo.

Sim, tivemos que retornar devido ao alto consumo de dados com as longas reuniões diárias por video, e por nossa própria utilização mesmo, navegando.

Ganhamos uma nova companhia diária, a partir das 20h ... uma coruja resolveu pernoitar na viga do nosso telhado, pequenina, piando lindamente. Uma benção ! A essa hora o "barulho" fica por conta dos grilos.

O blackout de 3 horas que ocorreu há 3 dias nos proporcionou uma visão noturna do céu e do luar simplesmente notáveis, além da dança dos vagalumes. Espetacular o blackout !

Enfim, depois de 7 meses, retornamos à nossa casinha, do jeito que mais gostamos - comidinha caseira da Mariquinha, um bom livro, música, costuras da MV,Sky, natureza total ... aliás, hoje 4 de outubro é o Dia Mundial da Natureza. Tudo isso entre 17º e 29º ...

Johnnie também gostou muito da estada.

Sabiás, Bem-Te-Vis, maritacas, corujas, grilos, vagalumes, nos aguardem em breve.

Infelizmente, a carruagem virou abóbora ..... Segue o jogo !! (rs)

Ana Maria disse...

Como você comentou, as aves estão se apresentando até mesmo nas cidades barulhentas e agitadas.
Pois é. O mavioso trinar está se banalizando e você anseia pelo silêncio da cidade do interior. Rs. Nós humanos somos eternos insatisfeitos.
Bem. Aproveite Friburgo. Fique por aí, degustando a comidinha caseira da Dona Maria. E ouvindo o sax e passarinhos.

RIVA disse...

Olha, Ana Maria, ainda bem que sou um eterno insatisfeito. Na verdade sou movido pela insatisfação, no sentido de achar que sempre dá para fazer melhor.

Por exemplo, nas dezenas de pesquisas de satisfação que respondemos para diversos serviços, NUNCA dou a nota máxima, exatamente por acreditar que sempre falta alguma coisa a ser descoberta, sempre haverá o que aprimorar, melhorar.

O dez acomoda ... faz entrar na zona de conforto, da satisfação. Da enganosa visão de que tudo está perfeito. E nunca estará .... The wheel keeps turning, forever (rs).

Acho que por isso me recuso a crescer, o tal Complexo de Peter Pan que Freddy dizia eu ter. Crianças estão em eterno aprendizado, ou até nos ensinando, eternamente.

Das sabiás e dos saxofones, perceba, estamos falando de ... música.

Sim, meu mundo é movido pela música. Se você me perguntar sobre qualquer fase da minha vida, eu imediatamente vou buscar nos meus registros que música eu adorava/escutava/me marcou nessa época.

Já escrevi demais.
James, mais um, on the rocks !!


Jorge Carrano disse...


A indignação e insatisfação não podem ser o fim, Riva.

Devem ter consequências gerar ações.

Lembro um boa piada, sobre o sujeito que urinava nas calças e recomendaram que ele procurasse um analista.

Passado algum, indagado se procurou um psicanalista respondeu que sim. A pergunta seguinte, inevitável, foi: e então está curado?

Resposta: Não, continuo mijando nas calças, só que agora já não me incomoda.

Ana Maria disse...


Perfeito, Riva. Só a insatisfação nos leva ao progresso. Também tenho uma boa dose dela.
Veja só. Em plena pandemia vc se mantém ocupado e procurando aprender; creio também que se organiza financeiramente, para poder usufruir de coisas que lhe dão prazer.

Mas  não é assim que agem os outros brasileiros.

Nesta pandemia vc encontra adultos em casa, à toa, jogando games ou bebendo cerveja. Aliás o aumento do consumo da cerva surpreendeu os fabricantes. 

Gastam o auxílio emergencial (muitas vezes indevido) em carne para churrasco e bebida.

Muitos cursos online foram oferecidos pela internet, muitas plataformas disponibilizaram conteúdo educativos, com adesão apenas , dos seguidores habituais. 

Empregos estão sendo recusados simplesmente porque as pessoas se conformam com os 600,00 reais.

Mas vou parar por aqui. O ser humano é tema para livros.