20 de março de 2017

Paradoxos, descompassos

Publico em seguida texto recebido por e-mail. Reproduzo tal e qual chegou em minha caixa de entrada, inclusive o crédito de autoria ao final.

"Imagine um país onde é proibido ter saleiros em mesas de restaurante porque o governo está preocupado com a saúde dos cidadãos, mas cuja carne é podre com a anuência de agentes governamentais. 


Isto é muito mais que mera contradição ou piada fácil: é um símbolo da nossa condição. Construímos ciclovias para brincar de Holanda em cidades com esgoto a céu aberto.

Nosso sistema de saúde faz cirurgia de mudança de sexo enquanto temos epidemias de doenças para as quais há vacina barata e pessoas morrem por falta de atendimento médico. Somos recordistas mundiais de homicídio e estamos preocupados com uso de nome social de trans.

Temos a legislação trabalhista mais protetora do mundo e uma economia informal maior que a formal. Nossa constituição garante todos os direitos conhecidos pelo homem e o cidadão sai de manhã sem saber se voltará vivo de noite.

Os paralelos poderiam continuar indefinidamente. A inversão de prioridades, o comer angu e arrotar peru, o fazer tudo para inglês ver é um modo de vida para o Brasil.

É como se disséssemos: já que somos incapazes de resolver os problemas mais básicos da existência, pelo menos vamos vestir uma roupa chique para elevar os ânimos. Somos como quem deixasse de comprar comida para gastar o dinheiro em tranquilizantes. Somos o João Gostoso do poema de Manuel Bandeira, que bebe, canta, dança e depois se mata."

Texto de Eduardo Levy (Facebook)

8 comentários:

Jorge Carrano disse...

O primeiro parágrafo em fundo branco não é destaque para o trecho. Trata-se de recurso automático que denuncia plágio, clonagem, já que selecionei e colei.

Jorge Carrano disse...

Sobre a confiança do mercado na recuperação da economia, o Cláudio Paiva, como sempre muito inspirado, publicou uma charge na qual aparece um mendigo - morador de rua - dizendo para o transeunte que aceita pré-datado.

Isso é que é ter confiança no futuro (rsrsrs).

Ana Maria disse...

Texto interessante. Reflete bem nossa incoerência.
Afinal somos de um país onde, se um crime está sendo investigado, o Congresso procura rapidamente torna-lo legal.

Riva disse...

Não sei quantos leram o livro 1808, do Laurentino. Está tudo lá.

Então é uma questão de ....

1 quero ficar, ou,
x não quero ficar mas não tenho condições de ir, ou,
2 não quero ficar e vou embora

Coluna 1, Coluna do meio, e Coluna 2.

Eu estou na do meio.
Se fosse bem mais jovem, certamente seria a Coluna 2.

E VOCÊS ?

Jorge Carrano disse...

Caro Riva,
De minha parte gostaria de ter nascido no início do século XX, na Inglaterra, numa família aristocrata.

Riva disse...

Eu gostaria de ter nascido na California ....

Jorge Carrano disse...

Pois é, nós britânicos colonizamos vocês americanos, mas a independência tão festejada estragou tudo que havíamos ensinado em termos culturais, educacionais, e de tradições (rsrsrs).

Vocês poderiam ter uma rainha e têm um tramp, ops!, um Trump.

Jorge Carrano disse...

No dizer de Tim Maia, conhecido cantor já falecido:

“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”