Por
Ana Maria Carrano
Atendendo a sugestões de amigos, tentei fazer o balanço de
minha vida e me livrar de coisas materiais, sentimentos e lembranças.
Não deu muito certo. Minha vida começou há 69 anos e muitos
meses, o que, obviamente, me deixou um monte de recordações, trastes e emoções.
Descobri que preciso de algum tempo, uns 36 meses, para que possa levar a cabo
esta tarefa com eficiência.
Mesmo assim dei um mergulho dentro de mim, de armários e
gavetas. Joguei muita coisa fora.
Não pude escutar os discos de vinil, pois não tenho o
equipamento necessário. Descobri que isso não importa pois já havia desapegado
deles faz tempo. Aliás, não sei o que o meu irmão faz com aquelas
“preciosidades” que incluem Taiguara, Joanna, Eydie Gorme, Gal Costa, no mesmo
balaio das óperas e dos trinados da Yma Sumac. Na vida dele ainda deve ter
espaço.
Descartei roupas que não me servem; outras que comprei por
impulso, nunca usei e conservava nem sei porque. Rasguei quilos de papel.
Esboços de textos e versos, contas antigas, correspondência trocada com amigos,
receitas de culinárias e extratos bancários, cuja cor vermelha dava um colorido
aos meus arquivos.
Relembrei fatos, mágoas e sentimentos negativos e fui jogando, um a um no lixão que mantenho
à direita do cerebelo para possível reciclagem.
Entrei 2015 quase zerada. Sem lembranças ou sentimentos
negativos. Abri espaço na estante e no
coração para poder acumular tudo outra vez. Desculpem, mas é da minha natureza.
Na verdade, não fiquei bem. Estou um pouco oca, vazia.
Sinto falta da implicância que tinha com os flamenguistas e
com os pais com imensos carrinhos de bebe. Estou vulnerável sem a desconfiança
que tinha de estranhos simpáticos e amigos invejosos.
Perdi parte de minha história. Estou zen demais.
O que fazer agora?
Vou esperar um próximo
post de um caçador de sonhos ou acumulador de esperanças.
Bom 2015 pra nós. Que seja tão cheio de bênçãos que não nos
deixe espaço para a mágoa e para o ódio.
Desejo a todos um ano de amor e paz e harmonia.
Namastê.
Nota do editor: Ana Maria e Alessandra são amigas. Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, os posts são complementares.
21 comentários:
Bom tê-la de volta, Ana Maria.
Aqui somos muitos "acumuladores" de esperanças.
Já que os sonhos morrem primeiro, já disse alguém (Harold Robbins?).
Bj.
Gente! Estou bestificado, a tal de Eydie Gorme existe mesmo. Achei no YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=UQ4FN95B8Og
Nunca havia ouvido falar dela. Morreria sem saber,não fosse essa senhora risonha que assina a postagem (rárárá)
Senhora risonha é muito bom. Acabas de ganhar uma assinatura do blog, pela tua ingenuidade. Não sabes com quem estás a mexer.(rsrsrs)
Jovem anônimo. Para sua informação, a "tal" de Eydie Gorme fez muito sucesso lá pelos anos 50. A dita cuja foi crooner da orquestra de Glen Miller (procure no youtube) e seu filho David é o autor do musical Hight Scool Music, que certamente vc deve conhecer. Feliz Ano Novo para vc, com votos que seja, no futuro,um(a)senhor(a) risonho(a).
Não fica assustando os visitantes Jorge. Sou uma senhora risonha (apesar da política) e calminha. rs
Ficou barato, viu "Anônimo"?
Confesso que também nem lembrava dela, e sou mais velho do que a senhora risonha da foto, minha irmã caçula.
Ah!
Ele ou ela, já esteve no YouTube, Ana Maria. Até colou um endereço eletrônico que já acessei.
Vamos botar ordem nos comentários, que acabaram se cruzando no cyberespaço.
Não lembrava da Eydie Gorme, a cantora, porque de Ana Maria, a mana, eu nunca esqueço. (rsrsrs)
Rá rá rá rá
ADOREI!!!!
MAS EYDIE GOME... NÃO É DO MEU TEMPO...LOL QUAL A MÚSICA QUE ELE (OU EOA) CANTAVA??
BETH
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!!!
Ôoo! Beth,
A Ana Maria só faltou dar o CPF dela em comentário lá no alto. Contando de cima para abaixo, no quarto comentário.
Mas para você não ter que ir até lá, reproduzo:
"Para sua informação, a "tal" de Eydie Gorme fez muito sucesso lá pelos anos 50. A dita cuja foi crooner da orquestra de Glen Miller (procure no youtube) e seu filho David é o autor do musical Hight Scool Music, que certamente vc deve conhecer. Feliz Ano Novo para vc, com votos que seja, no futuro,um(a)senhor(a) risonho(a)."
A Eydie Gorme não fez muito sucesso no Brasil, Beth. Sua projeção se deveu ao LP gravado com o Trio Los Panchos, todo de bolerões cantados em espanhol.
Apesar de norte americana, Eydie tinha ascendência espanhola, chegando a ser intérprete nas Nações Unidas, antes de se dedicar a música.
http://youtu.be/0Uz6ZDJjXvE
Quando vi o título do post pensei ser um complemento da Alessandra, até entrar no link e ver o desapego (doloroso) da Ana Maria.
Caramba, como tenho coisas antigas aqui em casa - vintage ? é isso ? rsrsrs.
Ana, ainda tenho minha "vitrola" Technics no armário, mas dá tanto trabalho instalar para ouvir os discos que desisto da empreitada. Ainda tenho meu gravador de rolo AKAI, receiver da década de 70, etc...
Tenho até video-cassete instalado na sala ! rsrsrs ... carro e motocicleta 2003 ...torço pelo FLU desde 1959 ...coleção de canetas tinteiro da década de 50-60 ....
Nos desfizemos há pouco tempo da nossa TV Philco a válvulas que compramos em 1976, antes de casar.
Nossa geladeira de Friburgo é a 1ª que compramos, na década de 70, Brastemp com motor francês ... rsrs
E minha biblioteca ?
Se já li, por que guardo tudo se não vou reler ?
E minha enciclopédia Delta Larousse na estante da sala ?
Por aí vcs imaginam quanta coisa devo ter para "desapegar".
Mas prefiro ficar perto delas, sentir sua presença, até seu cheiro ....
Hoje fomos dar nossa tradicional voltinha pelo bairro e esbarramos com amigo da década de 60 e ..... soubemos de 3 falecimentos recentes de pessoas da maravilhosa tchurma do Pé Pequeno ! Todos com 60 e poucos anos ... é o desapego da vida, mas isso é assunto para outro post - que até gostaria de escrever .... criando coragem rsrs.
Coragem Riva! Vai Riva! Yes you can!
Avante Riva! Só os bravos atingem seus objetivos, Riva! Mostre sua fibra, Riva! Você consegue, cara!
E o que há de mal em se conservar lembrança, amigos, amores ou objetos?
Tenho 2 Tvs aqui em casa, da década de 80;também um refrigerador (rs) Brastemp modelo "Pequena Notável" dos anos 70 e um pequeno fogão de 3 bocas que parece fabricado quando se descobriu o fogo. rs
Por orientação de uma sobrinha que dizia que meus trastes seriam descartados sem dó nem piedade após a minha morte, me desfiz de livros, discos, correspondência antiga e objetos de decoração. Minha coleção de chaveiros se perdeu numa das mudanças. Eram mais de 500 fixados em um painel.
Vez ou outra lembro de algum item mas depois de alguma reflexão acabo reconhecendo que passei meses ou anos sem vê-los ou tocá-los.
Acho que a beleza da vida está na diversidade. As cores e feitio das manifestações da Natureza provam isso.
Cada um no seu cada qual.
Coleções .... tinha as minhas também e não sei quando me desfiz delas ... provavelmente quando me casei e nos mudamos para nosso 1º lar.
- de maços de cigarro importados
- de bolas de gude
- de adesivos plásticos (para colocar no vidro do carro)
Mas o que mais lamento ter "perdido" foi o diário da minha 1ª viagem aos EUA em 1969. Sim, escrevi um diário na viagem, e não sei como o perdi ...
E que venha 2015, com a parte oculta do iceberg ...
O assunto desapego não se esgotou, com os posts da Alessandra e da Ana Maria.
O Carlos Frederico (Freddy), enviou um texto com sua visão, que será publicado amanhã.
Aguardem!
Como faço para esse calor infernal desapegar de mim ?
Muda para a Inglaterra (rs)
Tem frio intenso, mas tem Red Label também (rs).
Já estou separando uma boa parte da aposentadoria para pagar a conta de luz desses meses que vêm por aí... Haja ar condicionado!
=8-/
Ah, sim, e cerveja, espumante...
<:o)
Descartes de velharias, inservíveis e desapegos, no blog:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2010/07/descarte-de-alfarrabios-lixo-impresso-e.html
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2010/09/preparando-para-morte.html
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/02/faxina-nos-arquivos.html
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