23 de dezembro de 2020

As dificuldades e carências na década 1950/1959


Pico do Itabira

 

Já mencionei em postagem anterior que a Rodovia Amaral Peixoto, de acesso ao vizinho Estado do Espírito Santo, nem era inteiramente asfaltada.

Assim, uma viagem que poderia ser feita em 5:30h , ou 6:00 como hoje, dependendo do tempo de parada para toilette e cafezinho, em Campos dos Goytacazes, era completada em quase oito horas.

Afinal são apenas 383 Km que separam Niterói de Cachoeiro de Itapemirim.

Tempo um pouco menor do que no trem "maria-fumaça" da Leopoldina, que cobria percurso em 12 horas, em outro traçado.

E a dificuldade de comunicação? Cachoeiro não tinha rede telefônica domiciliar. Havia um posto da Companhia Telefônica, onde era possível, com ajuda da telefonista, fazer ligação para o Rio de Janeiro e Niterói, por exemplo. Tempo de espera? Poderia chegar a duas horas dependendo de dia e horário.

Mas minha maior dificuldade era a financeira. Sem trabalho e sem mesada do papai, ir namorar era uma gincana. Uma graninha da mamãe, o mais das vezes, e do papai mais raramente, era tudo o que conseguia juntar para a viagem.

Ficava hospedado em uma pensão que distava confortáveis vinte metros da casa da Wanda (era defronte, na Rua 25 de março). Era lá que me hospedava; em face da proximidade? Nananinanão! Era pelo custo.

Pensão de caixeiros viajantes, basicamente, abrigava dois ou três por quarto, e o banheiro era coletivo. O café matinal estava incluso na diária. O pão era fresquinho posto que a pensão funcionava sobre uma padaria.

As refeições - almoço e jantar -  se o caso, eram pagas em separado.

Quando comecei  a trabalhar o que passou a ser mais escasso foi o tempo. Bancário trabalhava aos sábados até as 12 horas.

Ao ficar noivo, ao cabo de dois anos de namoro, basicamente epistolar (uma carta por semana, de parte a parte), passei a ser convidado, vez ou outra, pela futura sogra, para almoçar em sua casa. Economizava dinheiro e dispunha de mais tempo junto a noiva.

Em compensação meu afastamento da política estudantil, privou-me das cortesias da Viação Itapemirim, via DER, por injunção do governador Roberto Silveira.

O nosso vínculo com a citado governador do Estado do Rio, antes da fusão com o Estado da Guanabara, era muito bom. E nós, da diretoria da FESN, tínhamos prestígio junto governo.

Ele era receptivo, até porque éramos ou seríamos bons cabos eleitorais. Ele tinha ambições de galgar funções mais elevadas na administração pública, no âmbito federal. Tinha tudo para ocupar, no PTB, a posição de candidato à vice-presidência. Fez um bom governo no Estado do Rio.

Alternativamente seria eleito com facilidade deputado federal. 

Segue outro dia, ou não.

3 comentários:

Jorge Carrano disse...


As formações rochosas nas fotos são pontos de atração turísticas da cidade.

E locais e passeio, trilha, para moradores,

RIVA disse...

Como amanhã com certeza será um dia muito ocupado, deixo hoje aqui, para todos do PUB da BERÊ, nossa mensagem de um NATAL de muitas alegrias, juntos ou distantes dos seus, mas unidos em energia e esperança de um futuro próximo de muita saúde e paz espiritual.

Fiquem bem !

Riva & MV

Jorge Carrano disse...


Valeu, Riva!!!

É o que devemos estimar uns aos outros, em especial saúde.

Que tenhamos de volta o velho normal, que nos foi subtraído por um vírus danado de nefasto.