Na verdade esta denominação violenta a língua, pois contraria até mesmo o significado idiomático, segundo o pai da matéria, o tio do Chico, o popular Aurélio.
Vejamos: ambulante
[Do lat. ambulante.]
Adjetivo de dois gêneros.
1.Que anda:
Parece um defunto ambulante.
2.Que não permanece no mesmo lugar; que vai de terra em terra, ou de rua em rua; ambulativo, errante, erradio: músico ambulante;
ator ambulante.
3.Que funciona em local não fixo:
biblioteca ambulante. ~ V. cabide — e vendedor —.
Substantivo de dois gêneros.
4.Vendedor ambulante (q. v.)
E a atividade é perniciosa, pois lamentavelmente, se por um lado pode ser a alternativa para, por exemplo, deficientes físicos exercerem alguma atividade rentável, por outro lado abriga uma gama variada de atividades ilegais, muitas das vezes com o beneplácito da fiscalização. Assim é que vendem produtos roubados, por vezes falsificados e muitas vezes fruto de contrabando.
Rua do Ouvidor, centro do Rio de Janeiro |
Emporcalham as calçadas, atravancam o trânsito dos pedestres, sonegam impostos e prejudicam o comércio legalmente estabelecido com uma concorrência desleal.
Na verdade estamos falando dos camelôs, denominação que é um galicismo.
Um camelô ou vendedor ambulante – inadequadamente - é o nome comum dado aos vendedores de rua, do comércio informal ou clandestino, com banca improvisada, em especial nas grandes cidades. A denominação é inadequada pois se ficam em pontos fixos nas calçadas, então não seriam ambulantes, pois como vimos no Dicionário, ambulante é exatamente o oposto, ou seja, aquele que NÃO permanece no mesmo lugar.
A palavra, como dito, é um galicismo, que provém de camelot, (em francês, vendedor de artigos de pouco valor). E também neste particular a denominação não condiz com a realidade de nossos camelôs que vendem até aparelhos eletrônicos.
Sei que a legislação se refere a camelô como se ambulante fosse, mas quem disse que as leis estão sempre corretas?
Pessoalmenete coloco a tividade, que entendo predadora, que só contribui para o caos urbano não agregando nenhum valor, no mesmo patamar de outras coisas que me irritam, tais como motocicletas e mochilas.
Dos irmãos March (não confundir com Marx)*, porque amigos tolero, de um, o gosto por motos, do outro, o gosto por mochilas.
Filho caçula e irmã também estão liberados para uso de mochila, porque educados. O Carlos também é.
Quem compra de camelô está contribuindo para a receptação de mercadoria roubada, contrabando e sonegação fiscal para dizer o menos.
* http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Marx
Fotos: Google imagens
2 comentários:
Eu não compro em camelô. Além de tudo vendem mercadorias ordinárias fabricadas na China.
Quase tudo contrabando mesmo.
Abraço
Gusmão
Pois é, Gusmão. E quem compra sem Nota Fiscal não tem nem como reclamar e trocar coisas defeituosas.
Camelôs são uma praga a ser combatida e não estimulada comprando deles.
Valeu!
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