22 de agosto de 2019

Palavrões


Inconstitucionalissimamente, é um palavão, mas não é deste gênero que vou tratar aqui hoje.

Desde sempre, e falta pouco para inteirar dez anos, este blog manteve a norma rígida de não publicar palavrões, palavras ou expressões de baixo calão, ou obscenas.



Remando contra a maré, claro. Meninos e meninas de 13 ou 14 anos falam clara a abertamente que um determinado tênis é foda ou que a nova música da Anita é do caralho.

Para mim, aos 80 anos, heterossexual convicto, não fica bem andar por ai com caralho na boca. Mas a palavra anda solta no sentido de adjetivo qualificativo.

Deixei de publicar comentários de amigos,  e internautas eventuais leitores, que continham uma ou outra palavra mais pesada, que pudesse ferir as mais pudicas de minhas leitoras.

Até mesmo a presidência da República incorporou ao vocabulário oficial a palavra chula, inapropriada para assuntos oficiais de governo. Segundo o Lauro Jardim, em sua coluna dominical, Bolsonaro recomendou urgência ao Secretário de Desestatização (Salim Mattar), à guiza de acelerar os processos de privatização, nos seguintes termos: "Ô Salim, tá muito devagar isso daí, Quero uma fodinha por semana, tá OK?"

Agora estou capitulando. Folheando, noutro dia, uma revista no consultório do cardiologista, deparei-me com uma crônica, assinada por Martha Medeiros, sob o título “Artista é tudo porra-louca”.

Lendo o texto, logo no primeiro frase ela menciona porrada e esporro. Para quem criado sob severo controle do palavreado não podia falar sacanagem, e refiro-me a própria palavra sacanagem julgada chula, é chocante ouvir das crianças este vocabulário.

Quando muito, era aceitável a gente falar safadeza, mas jamais sacanagem. Isto diante de mais velhos, pais, tios, professores e vizinhas.

Basta passar diante dos colégios nos horários de saída e constatar se o que digo não é verdade. Bem, a TV está aí mesmo, com humoristas e apresentadores abusando do direito de proferir palavrões.




E eu aqui, um Quixote enfrentado não moinhos, mas os usos e costumes correntes.

No dizer de um de meus filhos eu já nasci velho. 😂😂😂 

Imagens: via Google.

3 comentários:

  1. Carrano, embora ainda não estejamos com 80 anos, mas a caminho, concordo com você que somos do tempo em que não se falava palavrão com a naturalidade de hoje em dia. Cá para nós não sou afeito a pronunciá-los,embora um ex-vice-presidente da república, Pedro Aleixo, após perder o voo, tenha dito alguns e, censurado por um jornalista, respondeu:"filho, tem horas em que um palavrão tem a sonoridade do hino nacional".
    Abs
    Alódio

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  2. Caro Alódio,
    Que bom tê-lo aqui comentando.
    Obrigado.
    Abraço

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  3. Lembro que não falava "porra" nem "sacanagem" na frente de muitas pessoas.
    "Caralho" então ..... nem pensar.
    Também não fumava (Souza Cruz) na frente dos meus pais.

    E por aí vai ....

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