Vocês já ouviram falar de “comissão dos deveres humanos" ?
Certamente que não. Salvo engano.
Ora, se a cada direito corresponde uma obrigação, havendo
comissões que defendem os direitos humanos deveria haver umas quantas que policiassem os deveres.
Não me venham com alegações de que as legislações dos estados
democráticos de direito já penalizam os
que descumprem com seus deveres humanos, porque por outro lado existem leis que asseguram
e reforçam os direitos humanos.
São comissões e ou organizações nacionais e internacionais,
tais como, por exemplo, a “Human Rights Watch”, a “Comissão Interamericana de
Direitos Humanos” e, entre outras, aqui no Brasil, a “Comissão de Direitos Humanos
e de Minorias”, da Câmara dos Deputados.
O que me leva a escrever sobre isso é a tal “comissão da
verdade”. Sem querer entrar no terreno filosófico, no qual me atolaria, mas não
podendo esquecer da crítica nitzscheriana ao conceito de verdade, que se pretende universal e calcada em
investigação cognitiva NEUTRA e ISENTA.
Ora, essa "Comissão da Verdade", da verdade de um lado, está levando Nietzsche a fazer cambalhotas em seu túmulo.
O que se constata, desde sua criação, com os objetivos e
participantes escolhidos, é que a tal comissão quer legitimar procedimentos e
valores de ativistas políticos, condenando outros, não analisando claramente a razão, sem a qual não se chega a verdade e
ao bem. Trata-se de exemplo claro do que
Nietzsche chamou de “vontade da
verdade”. Parcial.
Não vejo a
vontade de apurar a verdade sobre a atuação politica de grupos armados, e dos
que sequestraram e até mataram em nome
de uma ideologia ocasional, utópica e contrária a índole de nossa sociedade. Que nós repelimos.
Não vejo a analise da razão. A busca e entendimento da razão.
No caso, na outra ponta, estavam (então) jovens, rebeldes
manipulados, embriagados com a fama e sucesso de Fidel Castro, e, ainda, outros
tantos trabalhadores braçais de instrução limitada, sem perspectiva para
competirem numa sociedade que valoriza a qualificação e o mérito individual. Ou
seja, nada a perder.
Sonhavam transformar nosso país numa Cuba continental. A
qualquer preço. Até de vidas humanas. E praticando TAMBÉM outros atos criminosos
tais como assaltos a bancos e sequestros.
Os paredões de Fidel seriam modelo a ser utilizado caso, hipoteticamente, tivessem saído vencedores?
Perdedores, pela vontade popular manifestada nas ruas, alimentada por
editoriais da imprensa livre, e reação de iniciativa de lideranças civis, com apoio
das forças armadas, a ideologia se transformou em fisiologia. Esta tal comissão caolha, que só enxerga um
lado, promove uma caça as bruxas fora de contexto e intempestiva. As absurdas
indenizações e pensões hoje pagas a alguns ativistas e/ou seus familiares são
uma excrecência estarrecedora.
Algumas pensões têm valores tão discrepantes que fica
impossível aceitar como direito. Mesmo com a boa vontade de admitir, só para
argumentar, reparação pecuniária para derrotados políticos.
Um estivador, engajado no movimento populista de esquerda,
teria que trabalhar mais de mil anos para ganhar o montante arbitrado a titulo
de pensão em alguns casos.
Longe de mim defender a tortura, embora a prática não seja
novidade em conflitos e usada à larga pelos absolutistas desde priscar eras na
busca de confissões.
E por contendores dos dois lados do balcão. Os que venceram e
os que perderam em conflitos domésticos ou internacionais. É parte das guerras.
Mas e os crimes praticados por esta esquerda fisiológica?
Estão anistiados? Vale o que está na lei? A lei de anistia que querem revista, para punir os militares ?
A sociedade que rejeitou a ideologia que pretendiam impor na
força e não nas urnas, agora paga uma salgada conta de indenizações e pensões.
Na contramão, o cidadão que trabalhou 35 anos, contribuindo para a previdência
social e com seu esforço físico e/ou mental para o enriquecimento do país, tem
que viver com benefício de aposentadoria sujeito a uma regra odiosa como a
aplicação do tal “fator previdenciário”.
Enquanto as indenizações e pensões dos guerrilheiros e que
tais atingem cifras astronômicas, as aposentadorias dos trabalhadores encolhem.
Quem recebia o equivalente a cinco ou seis salários-mínimos, está recebendo o
correspondente a dois ou três no máximo. E sem nenhuma “comissão” levantando as
condições de vida deles, as dificuldades que enfrentam para se alimentar e
cuidar da saúde. A “verdade” dos aposentados é que estão entregues a própria
sorte.
Voltando aos aventureiros perdedores, não são levados em consideração os atos ilícitos, imorais e
antiéticos praticados por estes mesmos beneficiários destas benesses
instituídas pelo governo de orientação socialista.
Na história da humanidade sempre houve vencedores e
perdedores, escravos e senhores, sempre com verdades confrontando verdades.
Dependendo do lado de colocação de cada qual, com resultado justo ou injusto. Com quem estava a razão? Falta a esta comissão o viés da analise da razão, que conduz ao bem e a
verdade.
As guerras religiosas, ou decorrentes de disputa territorial
ou politico-ideológica já resultaram em milhões de mortes e continuam fazendo
vítimas aos milhares. Os noticiários televisivos e as manchetes na imprensa dão
a dimensão da estupidez humana.
Cairia bem uma “comissão da estupidez humana”.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/senior/RESUMOS/resumo_3135.html
http://revistas.ufg.br/index.php/philosophos/article/view/9084#.VAYZBfldWu8
http://pauloqueiroz.net/critica-da-vontade-de-verdade/
http://www.humanrights.com/pt/voices-for-human-rights/human-rights-organizations/non-governmental.html