30 de agosto de 2010

Pelos esportes

Golfe

Custou ao Tiger Woods, americano, astro do golfe, no divórcio da (bela) sueca Elin Nordegren, uma indenização de 100 milhões de dólares.

Tênis

Por falar em beldade sueca, desde o aparecimento da argentina Gabriela Sabatini, não tínhamos um elenco tão bonito, no tênis, como o que está brilhando agora nas quadras. Vejam que lista: Maria Sharapova (russa), Nicole Vaidesová (tcheca), Elena Dementiva (russa), Maria Kirilenko (russa), Martina Hingis (suíça) ou Caroline Wozniacki (dinamarquesa). Estou certo ou errado? E as russa, hein?!

Basquete masculino

Sabe que temos que torcer para o sucesso de um argentno? Pois é, o nosso técnico é um portenho: Rubén Magnano.

Basquete feminino

No basquete feminino, o técnico é espanhol: Carlos Colinas. Pelo visto é preciso que apareçam, no basquete, um Bernardinho e um José Roberto Guimarães.

Futebol I

Como já disse aqui neste blog, o Zico ainda nos dará muitas alegrias.

Futebol II

Do Mano Menezes em recente entrevista: “O objetivo maior é ganhar. Depois vem, se possível, o espetáculo.” Os nostálgicos e românticos terão que mudar de diversão. Sugiro Cirque du Soleil, Ringling Brothers Circus, patinação no gelo ou os Harlen Globetrotters.

Fórmula Um

Coitado do Schumacker. Não soube parar. Como souberam Pelé, Michael Jordan e outros gênios imortais. A história só se repete como farsa.

Por falar em Pelé e em Fórmula Um, termino com uma associação de idéias, a partir do comentário de um antigo colega na Fiat Lux, já lá se vão 38 anos. Dizia ele que, ganhando muito dinheiro na Loteria Esportiva (anos 1970), contrataria o Pelé para ficar fazendo embaixadinhas para o filho dele, no jardim de sua casa. Eu, de minha arte, aproveitando a deixa, contrataria o Barrichelo para meu motorista particular. E alinho as razões básicas: não corre; não faz ultrapassagens perigosas nas estradas (corre há vinte anos num trânsito louco, e jamais teve um acidente sério); é educado; entende de mecânica, o que facilita em casos de defeito no automóvel; fala inglês e italiano com fluência. Perfeito.

29 de agosto de 2010

Roteiros das novelas

Fantástico mundo da ficção, onde as coisas acontecem com uma celeridade e uma facilidade de nos levar a crer em Parsagada, no Eden, em Paraíso. Ou na mula sem cabeça, no lubisomem, no saci pererê.

Pelo menos no que respeita aos aspectos legais, por exemplo. Se o mundo jurídico real, no Brasil, fosse com as novelas o apresentam, os advogados morreriam de velhice e não de enfarto.

Não teriam estresse, nem úlcera, nem problemas periodontais e nem hemorróidas.

Já notaram como as pessoas são interditadas em dois capítulos, que representam uma passagem de tempo de no máximo uma semana?

Já perceberam como os controles acionários das empresas mudam de mãos como num passe de mágica?

As diligências de citação são efetuadas por Oficiais de Justiça trajando bons ternos e engravatados.

Os processos tramitam com uma celeridade, que parece haver serventuários e magistrados especialmente designados para aquela causa. Juízes decidem. Deus do céu, juízes decidem nas novelas.

Outras coisas absurdas acontecem, como, por exemplo, as pessoas irem a casa umas das outras, para fazerem uma pergunta simples, banal. Acho que o celular deveria ser mais bem utilizado nos enredos novelísticos. E as pessoas se visitam sem avisar. Ultimamente, nos diálogos, o personagem tenta justificar o fato de ter ido à casa do outro sem avisar por telefone, de maneira tão absurda, que seria melhor deixar sem explicação, como faziam há anos nas novelas.

Mas o que mais me incomoda são as coincidências que tornam possível desenvolver a trama. Todo mundo freqüenta os mesmos lugares e todo mundo se encontra nos lugares mais improváveis.

Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, parece haver um só bar, um só restaurante um só hotel os quais todos os personagens freqüentam.

Por que eu sei destas coisas. Porque é impossível deixar de assistir pelo menos episódios esparsos das novelas.

E, confesso, se a história é absurda assumidamente, sem ficar escravo, até assisto. Numa história de humor escrachado, seja nos diálogos seja nas situações (Ti ti ti), eu topo assistir. Se a própria história não se leva a sério, torna-se divertida.

Todavia, quando o enredo tem pretensões dramáticas ou pretende discutir problemas sociais, valha-me Deus!

Essa Passione, por exemplo, é uma sopa minestrone que tem como ingredientes a dependência química pelas drogas; a avó que é cafetina;  bigamia; prostituição da vilã para obter recursos financeiros que a levassem até a Itália; a infidelidade à moda bela da tarde, ou do dia ("Belle de jour", lembram do filme?), com uma personagem que sai a caça de rapazes fogosos; mãe que foi amante do namorado da filha; filho ambicioso que é capaz de trapacear contra a mãe; pedofilia; personagem que casa com uma, mas está de olho em outra, que por sua vez é casada com o que seria, pelo menos no início da trama, "seu melhor amigo", enfim, um festival de mazelas sociais de fazer inveja aos programas do Ratinho.

De causar espanto o fato do autor - Sylvio de Abreu - já ter escrito comédias interessantes (por vezes com enredos chupados de filmes americanos), como por exmplo "Feijão Maravilha".

Saiu de sua praia e estrepou-se. Que desperdício de elenco, hein!!!

26 de agosto de 2010

Virtudes e defeitos

Parecer título de filme de Woody Allen. Mas não é não. No caso, são as minhas qualidades e meus defeitos.

Já falei, à exaustão, em posts publicados, das minhas excelsas virtudes, meus feitos gloriosos, minhas conquistas, minha inteligência, meu reto caráter e minha lealdade.

É óbvio que não falei, ou pelo menos não dei destaque, de meus fracassos, de meus defeitos e idiossincrasias.

Como pretendo que neste blog fique registrado um perfil tão próximo quanto possível de quem sou, ou fui, para os pósteros, peço ajuda de meus parcos leitores, para que façam seus comentários sobre o meu lado, digamos, negativo.

Vale ironia, acidez, crítica contundente, verdade nua e crua, como queiram. Só não garanto publicar (rsrsrs).

Para facilitar e refrescar a memória, vou dar algumas pistas.

Sou chegado ao ócio. Entretanto, por sentimento de culpa, não consigo ficar a toa se tenho obrigações a cumprir. Então, para poder me liberar dos meus encargos, entrego-me de corpo e alma aos mesmos, procurando resolver da melhor maneira possível, no mais curto espaço de tempo.

Todavia, como os compromissos, obrigações, encargos, são muitos e constantes, nunca consigo dar conta, acabando com eles. Vence-los. Para poder me deliciar com o dolce far niente.

Quem me vê sempre trabalhando, pensa que sou um workaholic, mas não sou não. Estou sempre em ação para poder me livrar das obrigações. Para poder vagabundear.

Outro defeito é que sou muito apegado às tradições. Em geral rejeito as inovações. Sou conservador ao extremo.

A menos que sejam inevitáveis, os modismos não me seduzem. Coisas como fazer tatuagem e usar brinco, por exemplo, nem pensar. Se um dia me virem tatuado ou de brinquinho, me internem; pelo amor de Deus!

Ligado a isto, tem também o aspecto de não gostar de arriscar. Sou medroso e covarde. Porque detesto perder. Como sou de touro, que dizem ser signo ligado a terra, gosto sempre de sentir meus pés no chão. Isto pode ser um defeito, na medida em que posso ter perdido oportunidades. Ou posso vir a perder.

Sou herege, herético, o já declinado ímpio da apresentação no blog. Será um defeito? Por certo será para algumas pessoas que conheço.

Para quem disser que isto é um contrasenso, muito pior ainda declara-me agnóstico, na medida em que me proclamei um devoto de São Jorge, contesto dizendo que se pode ser agnóstico teísta ou ateísta. Como não sou filósofo e nem tampouco teólogo, recomendo a quem se interesse pelo tema, que busque se informar sobre a divisão que existe no agnosticismo.

Não consigo gostar de funk, punk et caterva. Desculpem-me este defeito, mas a questão é de sensibilidade auditiva. Meus ouvidos doem como os dos cães quando ouvem agudos penetrantes. O efeito é o mesmo nos meus ouvidos, ou seja, de desespero. Se me ouvirem ganindo, pode ser por causa de um bate estaca deste gênero funqueiro.

Podem me imputar o defeito de não ser solidário. Mas cá entre nós, acho uma babaquice alguns movimentos sociais. É outro tipo de situação na qual eu sendo flagrado, devo ser imediatamente internado. Gente, abraçar um prédio para que não seja demolido; fincar cruzes na praia de Copacabana para chamar atenção das autoridades contra a violência urbana; bater panelas em protesto contra qualquer coisa, estou fora.

A menos que seja contra o Flamengo (rsrsrs). Aí talvez seja capaz de aderir. E isto, não gostar do time que tem o urubu como símbolo, para alguns amigos, certamente, é um defeito meu. Perdão, mas como diria o Paulo Francis, sou a favor da causa dos menos favorecidos, mas não quero nenhuma proximidade com eles. Não me venha dizer que existem torcedores do Flamengo que são abastados e bem sucedidos. Eu estou me referindo, também, ao desfavorecimento mental.

Em família, sou tido e havido como teimoso. Pode ser. Eu, todavia, me acho persistente. O que está à alguns passos da teimosia. Como sou fiel aos meus princípios, em geral mando as favas a incongruência e a contradição que são apregoadas como virtudes humanas. Até o poeta popular endeusou que é melhor ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Bem, dei pistas. Agora é com vocês. Critiquem, apontem erros, defeitos, manias. Se as criticas forem honestas e bem intencionadas eu publico.

24 de agosto de 2010

Icaraí II

Comentário ao post Icaraí, de morador do bairro, acusa-me praticamente de ser um profeta do apocalipse.

Outro, também morador, em e-mail, achou meio nostálgico o texto.

Preferiria que ele tivesse tachado de saudosista. No conceito de saudosismo está embutida a idéia de superestimação. Pode ser que eu tenha dado importância exagerada aos aspectos positivos que mencionei.

Quanto às previsões sombrias em relação ao inexorável destino de bairro comercial, vou fazer um paralelo com o centro da cidade.

Nos idos de 1940 até 1960, era chic morar no centro da cidade. Se não era chic, era, pelo menos, distinto.

Situando o centro como o trecho entre a Av. Feliciano Sodré e a Rua XV de novembro, e a direita e a esquerda limitado entre a Rua Visconde de Rio Branco e a Rua Barão do Amazonas, podemos dizer que sim, havia comércio neste quadrilátero. Mas era um comércio nobre, de casas comerciais tradicionais, que davam aos moradores deste mesmo centro da cidade, a comodidade de atender suas necessidades, sem depender de condução.

Cinemas eram 6: Rio Branco, Eden, Odeom, Central, Imperial e Rink. Colégios, além dos públicos, Liceu Nilo Peçanha e Instituto de Educação (que formava as normalistas), e as escolas Raul Vidal e Pinto Lima,  tinha os particulares Plinio Leite e  José Clemente. Padarias, confeitarias, lanchonetes e restaurantes, como a Esportiva, Casa Central, Leiteria Brasil, Modelo Pão Quente e o Monteiro, sendo que neste último estabelecimento citado, um restaurante, era onde faziam suas refeições os jornalistas, os empresários e até mesmo políticos do nível de governador, deputados estaduais e prefeito.

Vale lembrar que Niterói era a capital do originariamente Estado do Rio de Janeiro e a cidade do mesmo nome, do outra lado da Guanabara, era a Capital Federal.

Na Av. Feliciano Sodré, por exemplo, na primeira quadra a partir do mar, só havia casas térreas, de bom padrão de construção, nas quais moravam profissionais liberais, empresários, e pessoas de classe média.

Morei ali durante parte de minha infância/adolescência, no pequeno edifício, primeiro a ser construído naquele pedaço da avenida.

As tais casas, hoje, estão ocupadas por comércio e firmas prestadoras de serviços. Com a construção da Estação Rodoviária, a local se degradou de vez.

Tive um amigo, de boa família, filho do proprietário de uma das mais conhecidas joalherias/relojoarias da cidade, chamada Pendula Fluminense, que morava numa boa e confortável residência na Rua São Padro.

Outro amigo e colega de bancos escolares, filho de professor, morou num edifício na Av. Amaral Peixoto. Num bom apartamento, antes de mudar para São Frnacisco.
Este edifício onde morou meu amigo, hoje é eminentemente comercial, assim como é aquele onde mantenho meu escritório, que já foi de ocupação mista. Atualmente o Regimento Interno proíbe expressamente o uso residencial.

O próprio comércio existente, no passado, no centro da cidade, mudou de cara, e se vulgarizou, como regra geral.

As ruas centrais estão tomadas pelos camelôs, cheiram mal.

A rua da Conceição, que tinha um comércio pujante e selecionado, tem mais da metade de suas lojas fechadas. E algumas em funcionamento abrigam atividades secundárias.

A Rua Visc. de Rio Branco, que chamávamos simplesmente de rua da praia, antes do aterro que fizeram no quebra-mar, é uma calamidade. Tem todas as mazelas urbanas que se possa imaginar: mendicância, meretrício, venda ambulante de alimentos fritos e assados a céu aberto, assaltantes e tudo o mais que possa assustar e afugentar os transeuntes após as 19 horas.

E dizer que íamos à sessão das 22 horas nos citados cinemas, sem qualquer receio, voltando a pé para casa à meia noite.

Onde está, agora, o comércio mais sofisticado? Em Icaraí.

E a ocupação dos espaços pelas atividades comerciais, irá transformar a cara do bairro.

Este processo, que vai transformar o bairro de residencial por excelência, hà 4 ou 5 décadas, num bairro com vocação comercial, ainda demora. Mas será inevitável.

A título de curiosidade, informo aos mais jovens que até mesmo a natureza está modificando a paisagem do bairro.

Certamente a maioria dos que me lêem (3 de um total de 5), não têm idéia da razão do nome da “pedra do índio”, sempre presente nos cartões postais da praia.

Não tem nada a ver com Araribóia. É porque de um determinado ângulo, quem da calçada olhava a dita pedra, via claramente o perfil de um índio, com penacho.

Hoje, com a erosão, pouco se percebe. Só mesmo com muito boa vontade, alertado, o observador irá identificar o tal índio que deu nome a pedra.

Coisas abomináveis

Minha ojeriza às motocicletas vem de longa data. Agora, finalmente, uma notícia alentadora vem da cidade de São Paulo. Está proibido, durante os sete dias da semana, nas vinte e quatro horas do dia, o tráfego de motos nas faixas expressas das marginais.

Ainda é uma medida tímida, mas já é um começo. Quem sabe um dia a proibição será de uso nas vias públicas de todo o país, ficando a pilotagem restrita às pistas de corridas.

Nas pistas, em competições, os malucos podem matar-se a vontade, sem riscos para os demais cidadãos.

As motos só têm inconvenientes. São responsáveis por mais da metade dos acidentes de trânsito, com vítimas fatais, nas cidades. São veículos poluidores, barulhentos, até porque muitos dos condutores trafegam com a descarga aberta. O mais das vezes são estacionados nas calçadas, atravancando a livre circulação dos pedestres. Um horror!

Minha ira, na verdade, não está voltada contra as motos, mas sim contra 99% dos motoqueiros que conduzem seus veículos ziguezagueando no trânsito, de forma temerária, arrancando os retrovisores dos carros enfileirados nos engarrafamentos, e pondo em risco não apenas suas vidas, mas também dos terceiros.

Quase ouso dizer, parafraseando o Jefferson, que a bicicleta já foi um erro.

Mais recentemente, há cerca de 4 anos, um novo transtorno virou moda entre adultos e crianças, homens e mulheres, estudantes e profissionais liberais. Trata-se das mochilas.

É certo que elas existem desde há muito. Todavia, seu uso estava restrito às viagens (daí a expressão mochileiros, para designar andarilhos, e viajantes de menor poder aquisitivo), e aos estudantes de ensino fundamental, em substituição às frasqueiras do jardim de infância.

Por que minha birra contra as mochilas? Se você utiliza elevadores e anda de ônibus sabe muito bem a razão.

Alguns mochileiros parecem carregar nas costas todos os seus pertences, tal o tamanho da traquitana. Quando entram num elevador, de frente, como todo mundo, viram-se para ficar de frente para a porta de acesso, que será a de saída no andar desejado. Nesta virada, dentro do elevador cheio, o mochileiro já deu safanões nos demais usuários.
No outro dia presenciei, numa dessas viradas, a mochila arrancar do pescoço, onde estava pendurado, os óculos de uma senhora idosa. Assim como já assisti, num ônibus, passando de lado pelo corredor, para desembarcar, o mal educado portador de mochila, dar um safanão no rosto de um bebê, no colo da mãe, que por infelicidade estava sentada no banco junto ao corredor.

E quando o mochileiro encontra lugar vago é quer sentar? Já notaram a manobra que fazem? Sai de perto.

À bem da verdade o que alguns mochileiros trazem às costas são cangalhas. Porque é este o apetrecho que os burros carregam.

No prédio onde tenho o escritório, tem um cidadão que deve pesar uns 110 quilos, distribuídos em mais ou menos 1,80 metros de altura, que carrega, sempre, uma enorme mochila. Quando ele entra no elevador, a lotação fica esgotada. E a manobra que ele faz, quando tem que desembarcar, é de altíssimo risco para os demais passageiros. E o idiota, se me permitem adjetivá-lo, leva sempre a mochila às costas, não se dignando segura-la em uma das mãos, como se fosse uma pasta.

Assim como no caso das motos, não são as mochilas que incomodam, até porque têm sua utilidade, em momentos, localidades e destinação bem específicos. O negócio é a falta total de educação dos mochileiros. Ou da maioria deles.

Por último neste post, mas sem esgotar minhas rabugices, minhas impertinências, está o tal do horário político obrigatório nas emissoras de rádio e TV. Que nos custa muito dinheiro, porque o governo dá uma contrapartida aos veículos pela perda de receita publicitária.

Que coisa mais absurda. E somos forçados (quem tem TV por assinatura pode se livrar) a ouvir as besteiras, as mentiras e as vãs promessas de candidatos tão bizarros quanto os abaixo listados*:

No Esporte:

Acelino Popó Freitas (PRB-BA)- O boxeador concorre a deputado estadual

Maguila (PTN-SP)- Ex-boxeador,quer ser deputado federal

Marcelinho Carioca (PSB-SP)- Ex-jogador, concorre a deputado federal

Romário (PSB-RJ)- Ex-jogador, busca uma vaga na Câmara Federal

Vampeta (PTB-SP) - Ex-jogador, concorre a deputado federal

Fabiano (PMDB-RS) - Ex-atacante do Inter, é candidato a deputado estadual

Danrlei (PTB-RS) - Ex-goleiro do Grêmio, concorre a deputado federal

Na Música:

Gaúcho da Fronteira (PTB-RS) - Músico concorre a deputado estadual

Kiko (DEM-SP) - Membro do grupo KLB, concorre a deputado federal

Leandro (DEM-SP) - Integrante do KLB, concorre a deputado estadual

Netinho (PCdoB-SP) - Cantor do grupo Negritude, concorre a senador

Reginaldo Rossi (PDT-PE) - Cantor, concorre a deputado estadual

Renner (PP-GO) - Integrante da dupla Rick&Renner, concorre ao Senado

Sérgio Reis (PR-MG) - Cantor e ator, concorre a deputado federal

Tati Quebra-Barraco (PTC-RJ) - Funkeira, concorre a deputada federal

Na Televisão:

Ronaldo Esper (PTC-SP) - O estilista quer ser deputado federal

Pedro Manso (PRB-RJ) - Humorista, disputa na vaga na Assembleia Legislativa

Dedé Santana (PSC-PR) - Humorista, quer ser deputado estadual

Tiririca (PR-SP) - Humorista, disputa uma vaga na Câmara Federal

Batoré (PP-SP) - Humorista, quer uma vaga na Câmara Federal

No Pomar:

Mulher Melão (PHS-RJ) - Cristina Célia Antunes Batista concorre a deputada federal

Mulher Pera (PTN-SP) - Suellen Aline Mendes Silva quer ser deputada federal

N.A: recebi esta lista através de um e-mail

22 de agosto de 2010

Visuais das novelas

Algumas novelas não deveriam ter textos. Apenas imagens que, por vezes, justificam assisti-las.

Querem exemplo? A Mariana Ximenes, que na novela Passione já apareceu na cama, seminua, com diferentes parceiros como o Gianichini, o Cauã e o Tony Ramos, os quais, como alguém já disse, ainda ganham para roçarem seus corpos na aparentemente deliciosa pele da Mariana. Eu já tinha visto a atriz em outras obras televisivas. Mas nunca como ela nos deleita nesta novela citada.

Não desconfiava que pudesse ter o corpinho bem desenhado e apetitoso (com todo o respeito) que ostenta.

Esta referida novela, além da já saudada Ximenes, mostra um visual primoroso da Toscana, uma das regiões mais bonitas da Itália. Quem conhece sabe. Quem não conhece deve procurar conhecer. Além do que a natureza dadivosamente concedeu, as mãos do homem colaboraram. Na zona rural, com o cultivo de azeitonas e uvas, para tornar mais belas as paisagens naturais dos campos cobertos de giestas, e na zona urbana, de suas principais cidades, com uma arquitetura fantástica.

E as mãos humanas, via celebrados artistas plásticos, tornam obrigatória a visita àquela região. Firenze, por exemplo, além das obras de Michelangelo, tem uma das arquiteturas mais ricas do mundo civilizado. Sonho e destino obrigatório de estudantes de arquitetutura, justificadamente.

E os vinhos? São um capítulo à parte. Sejam os mais populares Chianti, de Firenze, sejam os mais nobres Brunello di Montalcino, de Siena, são deliciosos.

Fabricados com castas nativas, Sangiovese (predominantemente) e Canaiolo, entre as tintas e Trebbiano e Malvavia, dentre as brancas nos Chiantis e Sangiovese Grosso, 100% nos melhores os Brunellos.

Bem, sim, as novelas, algumas delas, sem som, valem a pena que se lhes dediquemos alguns minutos.

Viva a Toscana, viva Mariana Ximenes!

20 de agosto de 2010

Icaraí

A praia já não é a mesma há muitos anos. A água é poluída, embora as autoridades digam em contrário. O trampolim foi demolido e já não se veem partidas de bola pesada disputadas entre os coroas.

A avenida litorânea mudou de nome, perdeu o nome indígena da praia, e as casas térreas desaparecerem, dando lugar aos edifícios.

As meninas já não desfilam no calçadão, nos finais de tarde, princípio de noite, para serem paqueradas pelos lambreteiros.

Roberto Durão pegava emprestado com o pai o enorme Packard, e ficávamos queimando gasolina, andando vagarosamente junto à calçada, na vã tentativa de conquistar algumas meninas de pele dourado do sol. É porque nós tínhamos também as nossas Garotas de Icaraí.

Devo salientar que o calçadão não existia. O que havia era uma calçada de dimensões normais, mais tarde alargada, e que ganhou, em pequeno trecho, a ciclovia.

Lambreteiros também não mais existem. E, acreditem, Elvis morreu mesmo.

Faziamos “vaquinha” para abastecer o beberão do Packard, que tinha oito cilindros em V, e terminávamos a noite de sábado, quase que invariavelmente, comendo uma pizza brotinho na Gruta de Capri.

Bons tempos.

Icaraí ainda é, disparado, o melhor bairro da cidade para se morar, não obstante o descaso das autoridades com a desordem urbana que vem grassando em suas ruas. São camelôs que obstruem as calçadas e as emporcalham, são pedintes, calçadas esburacadas e outras mazelas.

O trânsito, santo deus!, ficou caótico. Imagina se hoje seria possível transitar vagarosamente, quase que acompanhando as meninas que desfilavam a pé pela calçada da praia.

Uma das coisas mais admiradas pelos moradores do bairro, é que lá se encontra de tudo. Não é necessário se deslocar para outros pontos da cidade para comprar de um tudo.

O que é tido como virtude, vai se transformar, não demora, num enorme problema, que vai descaracterizar o bairro como residencial.

O comércio vem tomando conta das casas ainda existentes no miolo, no quadrilátero entre a praia propriamente dita, e a Av. Roberto Silveira, paralelas maiores, e as laterais formadas pela rua Miguel de Frias e Av. Ari Parreiras.

Prédios comercias estão sendo levantados, shoppings e centros de compras e prestação de serviços surgem a cada dia.

Todavia, isto é assustador, pois os habitantes do bairro estarão expulsos não demora.

Lembro que há alguns anos, num domingo ainda muito cedo, pois já atingira a idade de não pegar muito sol, estava sentado na minha cadeirinha apreciando o mar e vendo um desfilar de ambulantes oferecendo de tudo: bronzeadores, cerveja, chapéu de palha, água mineral, coco, biscoito e coisas do gênero. Eram tantos que passavam apregoando seus produtos, e tão poucos os banhistas já presentes, que me ocorreu a seguinte situação: os vendedores deveriam escolher um ponto, pousar suas traquitanas e guloseimas sobre a areia, e ali ficarem fixos, enquanto os poucos banhistas que éramos, passearíamos pela praia gritando: consumidor, consumidor, olha o consumidor aí!

Sim porque éramos uma minoria diante daquele batalhão de ambulantes. E fazia mais sentido que nós fossemos os caminhantes pois pelo menos não portávamos tanto peso.

Imaginem caminhar na areia, que força muito a musculatura da perna, e já começando a esquentar, carregando aqueles isopores cheios de refrigerantes, latas de cerveja e picolés.

Bem, é mais ou menos assim que vejo o futuro de Icaraí, o bairro. Só prédios comerciais, e consumidores, moradores ou não da região, percorrendo as ruas em busca de produtos e serviços.

Pena.

19 de agosto de 2010

Seleção e futebol brasileiro

Meu amigo Mario Castelar, em seu blog, no dia 12 último, postou um texto, sob o tíitulo “O Brasil voltou”, tecendo loas à seleção brasileira de futebol. Exagerou ao afirmar que foi o melhor futebol que viu nos últimos 40 anos. Quem dera, amigão.  Há 40 anos, tinhamos Pelé, Rivelino, Gerson, Tostão, Clodoaldo e Carlos Alberto Torres. Tirante, talvez, o Ganso, nenhum outro jogador da atual seleção, a do Mano Menezes, se aproxima daquele seleção campeã invicta.

Também o Fernando Calazans, comentarista e colunista esportivo de O Globo, fez referências elogiosas a atuação da seleção brasileira, no amistoso contra a seleção americana, traçando paralelo entre a do Mano Menezes e a do Dunga.

Quase toda a crítica esportiva saudou, cantando em rosa e verso, à excelente exibição do selecionado.

O grande Luis Fernando Veríssimo, mais comedido, sob o título “Outras caras”, publicado na edição do dia 15, domingo, também enaltece a seleção, sobretudo o jogador Ganso, mas nem crucifica o Dunga e nem endeusa o Mano Menezes.

Fico mais próximo do Veríssimo. O Dunga estava arrogante? Estava. Foi turrão não admitindo que o Paulo Roberto Ganso estava por merecer a convocação? Foi.

Tem mais, lealdade com o grupo não se compatibiliza com os interesses e responsabilidades da seleção brasileira numa competição como a Copa do Mundo. Afinal somos 190 milhões de torcedores apaixonados. Coerência, muitas vezes, é sinônimo de turrice de intransigência.

Todavia, quem acredita que o Mano Menezes vai montar uma equipe ofensiva e partir para o ataque jogando sempre bonito para a platéia? Quem acredita é muito ingênuo ou não acompanhou a carreira do treinador.

É fácil jogar “p’ra a frente” num amistoso contra os Estados Unidos, quando a equipe americana estava com ressaca da Copa do Mundo e o jogo não valia nada. Para os jogadores brasileiros, quase todos descansados, tinha a importância de mostrar ao treinador que mereciam ou merecem estar na lista de convocação. Precisavam mostrar serviço. Mas dai a dizer que encontramos a tática ideal e o melhor elenco, vai uma distância enorme.

O Felipe Melo, quando convocado, causou surpresa junto aos torcedores e também à crítica especializada. Mas depois das primeiras partidas nas quais atuou, acabou convencendo a maioria. Basta consultar os jornais da época. Elogiavam seu porte físico, sua vitalidade e sentido de cobertura.

No dia da malsinada partida contra a Holanda, ele foi o Dr. Jekill e o Mr. Hyde. Como criador, fez um passe vertical, agudo, chamado de metida de bola, como um Gerson ou um Didi, para o Robinho, que deixou este na cara do goal para marcar.

Para depois, encarnando a criatura, fazer a pataguada que fez.

O erro do Dunga, segundo minha visão, foi não substituí-lo pois estava evidente o descontrole do Felipe; e a probabilidade de acontecer o que aconteceu era visível.

O então considerado melhor goleiro do mundo – Julio Cesar – falhou no lance do goal da Holanda mais do que o Felipe Melo. E ninguém admite isto. Ou pelo menos alivia  o goleiro.

Pior do que escalar o Felipe Melo, foi escalar Robinho. Este, para mim, não passa de uma foca amestrada.

E como aconteceu com o Robinho, seja na Espanha (Real Madrid) ou seja na Inglaterra (Manchester City), vai acontecer com este Neymar. Se for para a Europa vai desaparecer com seu futebol moleque, et pour cause, irresponsável e ineficiente.

Nota do autor: foi divulgada hoje a notícia de que o Neymar renovou seu contrato com a Santos e não irá, pelo menos agora, para a Europa. Melhor para ele. Lá não se criaria. Como não se croiu o Denilson, opodeRobinho e outros dribladores inconsequentes. Aqui pode enganar por algum tempo.

15 de agosto de 2010

Vendi o automóvel

Nunca fui muito ligado em automóvel. Claro que durante um tempo a posse de um facilitou um pouco as coisas.

Quando disse posse, é porque não implica, necessariamente, propriedade.

Assim, quando era adolescente, mendingava o empréstimo do carro de meu pai, mesmo que por tempo restrito. Com horário para estar de volta em casa.

Era um Austin A70, carro inglês, não muito comum em Niterói, onde a maioria deles era de fabricação americana.

Também curti muito meu primeiro Fusca. Era confortável poder ir a praia de Itacoatiara, para que meus filhos pudessem ficar na prainha, sem grande risco de afogamento.

Meus sogros moravam em Cachoeiro de Itapemirim e, sem automóvel, seria um transtorno visitá-los com os filhos, de ônibus.

Anos mais tarde, morando em São Paulo, tendo que percorrer 17 quilometros até o local de trabalho, seria uma loucura depender de transporte coletivo. Morava no Brooklin (depois no Campo Belo) e trabalhava na Via Anhanguera.

Até mesmo para passear o automóvel ainda era uma boa pedida. Tive disposição para fazer a viagem São Paulo/Salvador durante férias. Em três dias, viajando somente com luz do sol.

Enfim, tendo filhos pequenos, com um carro na garagem sempre nos sentimos mais seguros.

Mas agora, não faz nenhum sentido possuir um automóvel. Os filhos, casados, já não moram mais comigo. E moram perto de minha casa. Meus sogros faleceram, o que me dispensou de viajar para Cachoeiro. Viagem de passeio, de automóvel, nem pensar. Minha irmã morava em Maricá e já era para mim um sacrifício voltar de lá numa estrada ruim e com trânsito congestionado. Não tenho mais paciência.

No dia-a-dia de trabalho o carro em nada me favorece. Antes pelo contrário.

Pense comigo. Se você é despido de vaidade, vai concordar que um carro, a menos que você esteja num daqueles casos que mencionei acima, ou seja, usa o carro para conquistar as meninas, como fazia na adolescência; tem filhos pequenos sujeitos a contratempos de acidentes e febres altas na madrugada; tem parentes e/ou amigos que moram em lugares nem tão distantes que deva ir visitá-los viajando de avião, mas distantes o suficiente para necessitar de um automóvel que lhe permita escolher horário de ida e volta e poder parar para esticar as pernas quando entender necessário, o automóvel, volto ao ponto, mais atrapalha do que ajuda. Para que serve? Para fazer inveja ao vizinho, como insinuam certos comerciais de TV? Ou para se embrenhar por estradas elameadas utilizando a força da tração nas 4 rodas?

Imagine um carro médio, digamos de R$ 40.000,00, e as despesas que ele lhe dá. Coloque na ponta do lápis o seguro anual, os abastecimentos de combustível, as lavagens, a manutenção, troca de óleo, etc. Calcule o que você gasta com estacionamento, inclusive nas ruas, sem qualquer segurança.

Imagine ter que renovar a carteira de habilitação a cada 3 anos, como já é o meu caso. Anualmente levar o carro para vistoria de licenciamento. Ter aborrecimentos na garagem do condomínio, porque nem todos os moradores são educados e respeitosos com relação ao direito alheio.

Me arrepio só de pensar em enfrentar os congestionamentos cada vez piores nas ruas de Niterói. Dirigindo, claro. Se pudesse manter um motorista, não tendo que me estressar e podendo aproveitar todo o tempo perdido engarrafo no trânsito lendo um livro, ou fazendo palavras cruzadas ou trabalhando no laptop, ainda vá lá. Mas sem motorista, só masoquista.

Então fiz as contas, pesei os prós e os contras e vendi o carro.

Acompanhe meu raciocínio. Se ao invés do carro, no meu exemplo, de valor comercial de R$ 40.000,00, você aplicasse esta importância numa poupança, rendendo os 0.6% mensais, isto renderia qualquer coisa como R$ 240,00 por mês. Some-se a isto o que você gasta com estacionamentos.

Agora faça a seguinte operação: pegue o valor do seguro anual, mais o que você gasta com manutenção do automóvel por ano. Mais as lavagens, mais o custo de abastecimento anual (gasolina, álcool), estimado.

Pegue o total anual destas despesas e divida por 12. O resultado será uma média mensal de despesas.

Agora some o rendimento da poupança, com o valor médio de despesas. Você não está surpreso com o resultado?

Pois é. Se você tiver mesmo necessidade de condução, pois o local onde vai é distante, ou se você está muito apressado, pegue um taxi.

Aquele dinheiro que você vai economizar não tendo o carro, será mais do que suficiente para suas despesas de taxi durante todo o ano.

Com as seguintes vantagens: o trânsito está congestionado, faça alguma coisa útil, pois não é você que está ao volante; é como se tivesse seu próprio motorista.

Quando você chega ao seu destino, seja um restaurante, seja na empresa onde terá uma reunião, ou, horror dos horrores, vai a um Shopping Center, não se preocupe com local do estacionamento ou o tempo perdido para encontrar um. O taxista vai deixá-lo na porta e pronto.

Considere que nem sempre o automóvel resolve. Meu caso por exemplo. Meu escritório e meus locais de trabalho ficam no centro da cidade (Fórum, Cartórios), e as distâncias são curtas. Andar a pé, além de fazer bem a saúde, economiza tempo porque se cortam caminhos.

Além de tudo isto, você contribui com o meio ambiente, pois será menos um carro a poluir. Você concorre para diminuição de veículos atravancando o trânsito. Você não terá que brigar com o motociclista que arrancou seu retrovisor numa manobra perigosa entre os carros. Não terá que ouvir ofensas a sua mãe e nem ofender a do próximo.

Bem, ademais, quanto ao valor do automóvel, há que considerar que os R$ 40.000,00, preço hipotético que arbitrei, quando você tira as quatro rodas da concessionária, já se transformaram em R$ 35.000,00. Perda patrimonial. E que ao cabo de 3 anos, no máximo, você terá de trocar de carro, novamente com perda financeira.

Bem, se você mora em Niterói e trabalha na Barra da Tijuca, alguma coisa está errada nas suas opções. Como castigo terá que possuir um automóvel.

Já informei aqui repetidas vezes que cheguei aos 70 anos e sou hipertenso. Não poderia ter feito coisa melhor do que vender o carro.

9 de agosto de 2010

Eleições 2010 - Parte II

Tive que mudar meus hábitos nos finais de semana. A caminhada ao longo do calçadão da praia de Icaraí tornou-se impossível.

É uma profusão de bandeiras que, agitadas, atingem nossos rostos. São dezenas de distribuidores de panfletos que nos abordam, impedindo o livre trânsito e atrapalhando o ritmo da caminhada.

Então, se você é uma das pessoas que escolhe seus candidatos com base nas promessas que os mesmos veiculam em seus panfletos, algumas das quais risíveis, você está no blog errado. Por favor, continue sua navegação pela rede. Siga em frente.

Se você vota no candidato não pelo panfleto, mas porque o conhece, o que tenho a dizer é que o panfleto torna-se desnecessário, não é? Só serve para emporcalhar as vias públicas e entupir os bueiros, porque a maioria das pessoas que os recebem, descartam-nos de imediato, sem se darem ao trabalho de procurar uma lixeira.

Então vamos combinar o seguinte. Se existem candidatos que imaginam seduzi-lo e são capazes de conquistar seu voto pelo perfil maquiado que publicam nos malsinados panfletos, então um dos dois é idiota. Ou você ou o candidato. Vá lá, como sou tolerante com o ser humano, e não quero ser injusto, concedo em que os dois compartilham a idiotice.

Quando se aproximam as eleições é que me dou conta da imperfeição da democracia.

6 de agosto de 2010

Eleições 2010

Pela primeira vez na minha vida, irei exercer meu direito de voto. Sim, porque nas eleições passadas, desde 1958, portanto há 52 anos, votei porque era obrigado. Agora aos 70, estou alforriado.

Então, vou exercer minha cidadania, como dizem os analistas políticos, de minha livre e espontânea vontade, porque confio no candidato que irei sufragar.

O voto é secreto, mas com a mesma ênfase que o presidente Lula afirma que irá votar na Dilma, eu reafirmo que votarei no Serra.

Acho que se trata do candidato mais bem preparado, de tantos quantos foram eleitos direta ou indiretamente nos últimos anos. Inclusive Juscelino que fez um bom governo, admito.

Desta feita não comparecerei às urnas com receio de não poder renovar o passaporte ou ter que pagar multa.

É uma sensação de efetivo exercício de um direito.

Aos poucos vou me livrando de aborrecimentos, obrigações, perda de tempo, tais como votar quando não se tem opções de nomes confiáveis. Comentarei num próximo post outras obrigações desagradáveis.

Lembro que, num dos cursos que fiz, relacionados à área de recursos humanos, aprendi sobre um sistema oriental de seleção*, que tinha por base escolher o melhor disponível, mesmo que este que seria o homem ideal não fosse candidato à posição. O trabalho da comissão de seleção seria convencer o homem talhado a que aceitasse a incumbência.

Se não me falha a memória, coitada, tão desgastada pelo uso contínuo, no caso tratava-se de escolher um embaixador para um país do ocidente.

Eram óbvias as premissa básicas: conhecimento e domínio do idioma do país onde comandaria a representação diplomática; conhecer bem a história do seu país e a do país onde serviria; regime de governo, formação étnica, religião, lendas e tradições locais, etc.

Examinando os curricula dos pretendentes, os membros da comissão selecionadora sempre identificavam restrições em relação aos candidatos. Até que um dos avaliadores mencionou que o Fulano teria o perfil ideal, pela cultura, inteligência, caráter, etc., ao que outro selecionador comentou: - mas Fulano não se inscreveu. Aquele que sugerira o nome então respondeu: - pois tratemos de convencê-lo a aceitar.

Bem que poderíamos, por outras vias, melhorar as casas do congresso, rejeitando de tal sorte os candidatos que se apresentam, de modo a que as instituições legislativas ganhassem respeito e credibilidade, e, como consequência, depuradas, passassem a atrair pessoas de bem para a política, e não, como hoje, apenas bandidos em busca e imunidades parlamentares e ganhos escusos.

*Será necessário conferir, mas acho que esta história é um apêndice introduzido na obra Parkinson's Law, or The Pursuit of Progress, C. Northcote Parkinson, 1957.

5 de agosto de 2010

Mulheres

Depois do surto de ontem, acho melhor falar de coisas mais amenas, mais agradáveis e menos complicadas. Por exemplo, mulheres. Como? Mulheres são complicadas? Não aquelas com as quais não convivemos e não temos acesso.


Atribuo à feijoada do jantar de anteontem, que certamente não caiu bem, o ter perpetrado tanta tolice em relação ao destino.

Vamos, então, às mulheres.

Que eu saiba e lembre, o primeiro cronista a dar espaço e importância às vedetes, atrizes, modelos e mulheres bonitas em geral, foi o Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do saudoso Sergio Porto. Em sua coluna no extinto jornal diário intitulado Última Hora, em meio a personagens que celebrizou, tais como a tia Zulmira e o primo Altamirando, ele publicava fotos de vedetes do teatro de revista, então em voga, e atrizes conhecidas, sempre trajando maiô, que era o máximo permitido.

Pela coluna desfilaram Carmem Verônica, Virginia Lane, Mara Rubia, Nélia Paula, Angelina Martinez, entre muitas outras. Eram chamadas de “as certinhas do lalau” e ao final do ano ele elegia as dez mais.

Algumas freqüentaram a coluna por um bom tempo, como a Carmem Verônica; outras tiveram passagem efêmera.

As mulheres não eram, necessariamente, bonitas, mas sim desejaveis, tipo gostosonas ou, se me permitem a linguagem mais chula, verdadeiros tesões. A Nélia Paula, por exemplo, nem tinha rosto bonito, mas tinha um par de pernas de deixar as minhas bambas.

Bem, entendam que eu tinha entre 16 e 20 anos de idade, e ia assisti-la no Teatro Recreio, em revistas musicais produzidas pelo Walter Pinto. Além de ter que enganar a idade (o Porteiro fingia que acreditava), eu precisei matar aula para asssitir à sessão da tarde de "Tem bububú no bobobó".

Minha vedete preferida, entretanto, foi a Rose Rondeli.

Mais adiante surgiram as chamadas revistas masculinas, tipo Playboy e Status. Em suas capas e páginas centrais, desfilaram lindas e cobiçadas mulheres. Casos típicos de Vera Fisher (na época nova ainda), Luma de Oliveira, Magda Cotrofe, Rose Di Primo, Cida Costa, Claudia Egito, Milla Christie, Joana Prado e muitas mais.

Vale ressaltar que as primeiras que fizeram os chamados ensaios fotográficos, não eram retocadas por photoshop, não eram turbinadas com silicone e, melhor ainda, não tinham piercings ou tatuagens. Era tudo natural e sem desnecessários enfeites que caem bem nas índias xavantes. Estas, com seus peitos caídos e barrigudas, precisam sim de colares, miçangas, espetos no nariz e nas orelhas, para melhorar o visual.

Algumas mulheres são inesquecíveis, tais como Alcione Mazeo, mãe do Bruno, que herdou todo o talento do pai Chico Anysio. Ela interpretava, entre outros papeis, nos humorísticos do ex-marido, a personagem Dadinha, que deixou saudade. Por onde, santo deus, andará a Alcione Mazeo?

Se estiver como a Kate Lyra, a quem com todo respeito e pedindo licença ao Carlos eu admirava, é melhor não voltar às mídias. O tempo foi cruel com a Kate, que reapareceu numa novela em exibição. Que marmanjo não se lembra do bordão “brasileiro é tão bonzinho” com a aquele gostoso sotaque ainda conservado. Pena que só o sotaque.

O padrão Playboy de qualidade caiu um pouco. Vejo um anúncio de que a próxima capa será com a atriz Cleo Pires. Acho que a atriz não deveria ir além das novelas, como o sapateiro não deveria ir além das sandálias*.

É verdade que a revista já deu (ou perdeu, eu acho) espaço para “celebridades” passageiras, como algumas ex-BBBs, e outras como a bandeirinha Ana Paula, ou a ex-lider dos sem-terra chamada Débora Rodrigues. Quem se lembra delas? Estou citando porque li esta semana, na revista dominical encartada nas edições  d’O Globo, uma matéria sobre a Playboy e suas musas.

Quanto ao futuro, parece haver uma unanimidade de que a Fernanda Lima deveria ser convidada, a qualquer preço, para posar. Estou incluído, claro, nesta unanimidade. Mas acrescentaria outros dois nomes que muito enriqueceriam a revista, aumentariam sua tiragem e seriam, estou seguro, um deleite para meus olhos: Patricia Poeta (apresentadora do Fantástico) e Luciana Villas Boas (apresentadora do Jornal da Band).

*Segundo Plinio, o Velho, a célebre frase: “Sapateiro, não vá além da sandália” [Ne sutor ultra crepidam [judicaret], é de Apeles, famoso pintor da Grécia. Apeles, que costumava expor suas pinturas na porta do ateliê para observar a reação dos passantes, notou que um sapateiro examinava o pé de uma figura. Ao indagar-lhe o que tanto atraiu sua atenção, foi avisado que tinha se enganado quanto à fivela da sandália. Apeles agradeceu o reparo e apressou-se a corrigir o erro. Porém, o sapateiro não conteve a vaidade e fez outras censuras ao quadro, mas Apeles o criticou com a frase que se tornou lapidar.

4 de agosto de 2010

Livre arbítrio? Balela!

Pode ser absurda e que tangencie a idiotice, mas a minha conclusão é de que nada é por acaso, nada é premeditado, nada é de livre escolha, todas as coisas ocorrem no exato momento em que deveriam acontecer, nem antes e nem depois, e todas as decisões, certas ou erradas, não tinham alternativa naquela hora em que foram adotadas.

Ou seja, lamentar o que passou não faz nenhum sentido. Ah! Se eu tivesse estudado mais, não teria sido reprovado. Se eu tivesse casado com Maria seria mais feliz. Se não tivesse perdido a hora, teria embarcado naquele avião que caiu, pois era o meu voo.

É óbvio que continuarei a nortear minha vida pelos meus valores, minhas crenças, mas não imputarei à falta de sorte, ao açodamento, à insensatez, os meus fracassos. Eu teria que conviver com eles, em razão disso agi segundo o que estava prescrito.

Assim, casei com a única mulher que poderia. Achei que estivesse usando minha margem de livre arbítrio, de livre escolha, mas o momento em que a conheci, o local onde nos vimos pela primeira vez, tudo, tudo mesmo, até a nossa convivência de 45 anos, é fruto de um roteiro adredemente traçado.

Quando fui parar na Fuculdade de Direito, foi em obediência ao destino. Para mim, era uma opção civil, já que minha vontade era ser militar da Marinha. Ou da Aeronáutica. Todavia, hoje, depois de viver 70 anos, de refletir, de ler, de estudar, estou seguro de que o que eu imaginara ser uma opção pessoal, bacharelar-me em Direito, nada mais era do que dar cumprimento ao que já estava estabelecido.

Então, o caminho percorrido, com todos os incidentes, teria que ser aquele. Assim, fiz o curso científico, e não o curso clássico, que havia na época para quem pretendesse carreira na área das ciências humanas. Porque queria ser militar. Ser possuidor de discromatopsia (daltonismo), perturbação de visão das cores, oficialmente foi o fator que me alijou da carreira militar que pretendia, mas na verdade minha reprovação nos examos médicos, teria que ocorrer.

A tal discromatopsia, de grau leve, no meu caso, que em nada mais infuiu na minha vida, aparaceu para colocar nos trilhos, contrariando meu desejo, minha jornada rumo a advocacia.

As oportunidades que perdi na vida eram inevitáveis. Não tem essa de pensar que se eu tivesse estudado com mais empenho, seu eu não tivesse dito não, naquele momento, as coisas seriam diferentes. Não seriam, porque as alternativas não existiam. Eu disse não porque não poderia dizer sim. Eu não me empenhei porque era assim que tinha que ser, para que se consumasse a minha história tal qual a estou vivendo.

Este texto está sendo escrito agora, porque não haveria outro momento para faze-lo. E sei que não escolhi este momento. Até para dizer que não escolhi este momento, estou cumprindo o que já estava determinado.

Mas a vida segue, e continuarei achando que tenho o privilegio da autodeterminação, e até de planejar meu futuro, fazendo as coisas que penso corretas, nas horas que imagino adequadas. E assim, como num jogo de espelhos, vou refletindo que esta minha tese tinha que ser exposta agora. Porque estava determinado que seria agora. Até este pensamento, que teria que ser agora, também já estava determinado. Assim como esta última frase. E assim num moto perpétuo.



N.A: em dezenas de canções encontramos versos com a afirmativa de que o que tiver que ser será. Eis alguns:

1) E o que tiver que ser será (música de André Aquino e Alexandre Castilho)
2) E do jeito que tiver que ser será (música de Jorge e Mateus)
3) I finally learned to say:
   Whatever will be will be (Composição: Carl Falk / Jake Shultze / Savan Kotecha
   Finalmente aprendi a dizer:
  O que tiver de ser será.