Nelson Rodrigues implicava com “os padres de passeatas”.
A grande vítima de seu teclado e sua verve foi Helder Câmara,
cardeal da igreja católica.
Alias a CNBB também se posicionava sim politicamente.
A Igreja – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - dava
pitacos, mas não agia nos bastidores, que tivesse sido apurado, em negociatas, fraudes e favorecimentos.
Agora o que vemos é a consagração de uma corrente religiosa, composta
de grupos que adotam diversas denominações, oficialmente privilegiada: a dos
evangélicos. Num Estado laico!
Segundo o capitão-presidente, era necessário nomear para
integrar o STF, um magistrado tremendamente evangélico. Assim como é apoiado
pela “bancada evangélica” do Congresso.
A atuação dos evangélicos, respaldados pelo governo,
extrapola o âmbito da fé religiosa e se estende à intermediação de benesses.
Como vimos na área da saúde, em relação a compra de vacinas,
tudo apurado na CPI, assistimos agora, estarrecidos, a interveniência deles
(bispos e pastores), com chancela presidencial, negociando verbas do FNDE com prefeitos de
todo o país.
O que pedem em troca? Coisas de pouca monta, como 1 kg de
ouro; R$ 30.000,00 de doação para sua igreja, essa coisas pequenas que o presidente
não classifica como crime porque são de modesto valor.
Foi com este tipo de avaliação, estabelecendo teto para
qualificação de corrupção ou fraude que
o presidente se justificou no caso da Wal do açaí.
Ela ganhava “apenas” R$ 1.400,00 por mês.
Nota do autor: O ministro, por quem não morria de amores, ficou como bode expiatório eis que os dois pastores pivôs do escândalo são ligados a família Bolsonaro há anos, e frequentavam o palácio do governo antes do Milton Ribeiro ser nomeado ministro.