As atividades
artísticas e esportivas não deveriam ser contaminadas por guerras, por divergências
políticas e menos ainda por discriminações em razão de etnia, sexo ou religião.
Na realidade arte e esporte
são atividades, por suas essências, inclusivas, aglutinadoras.
Quando nasci, em pena
II Guerra Mundial, os clubes brasileiros Palmeiras (em São Paulo) e Cruzeiro
(em Minas) tinham como nome de batismo “Palestra Italia.
Quando o Brasil, então
governado por Getúlio Vargas, declarou guerra aos países do Eixo (Itália,
Alemanha e Japão), proibiu a utilização dos nomes destes países, direta ou
indiretamente, em agremiações.
Ainda bem que não implicou com as pizzas.
Mais recentemente,
tivemos um Ministro da Justiça, autor intelectual, ou mentor do famigerado Ato
Institucional nº 5, chamado Armando Falcão, nos anos 1960, que censurou a
transmissão, para o país, de “Romeu e Julieta”, de Prokofiev, encenado pelo festejado
Balé Bolshoi.
Quem foram os punidos?
Os russos?
Esta bizarra e atrasada
medida, que privaria os brasileiros do enriquecimento cultural através da troca,
está sendo adotada agora, em função do conflito Rússia/Ucrânia, até em países
mais adiantados em matéria de estágio civilizatório, como o País de Gales, por exemplo,
cuja Orquestra Filarmônica de Cardiff excluiu o compositor russo Tchaikovsky da
sua programação.
E estamos falando de
país integrante do Reino Unido e não de Uganda. Com todo o respeito ao país africano
que é santuário dos gorilas-das-montanhas e ainda mantém o inglês como língua oficial,
ao lado do suaíli.
No campo esportivo, foi
alterado o local onde será disputada, em maio, a grande final da UEFA Champions
League a mais importante e atraente competição futebolística do planeta. Programada
para São Petersburgo, na Rússia, foi agora transferida para Paris, no Stade
France.
A julgar pelo que li, de
autoria de um critico e tradutor de Tolstói e Dostoiévski, os responsáveis pela
programação da Filarmônica de Cardiff, são analfabetos em matéria de música
clássica, igualmente de música folclórica ucraniana, de história e geografia.
Segundo Irineu Franco
Perpétuo, e não tenho porque discordar, a Sinfonia nº 2, de Tchaikovsky, autor
que como supramencionado foi excluído da programação da Filarmônica de Cardiff,
emprega melodias tradicionais ucranianas.
Quem pretendeu punir o “palpiteiro”
que determinou a exclusão das peças de Piotr Ilitch do repertório da orquestra filarmônica
da capital do povo galês?
Puniu aos ucranianos,
aos galeses, aos britânicos e também aos russos que não têm Putin como um de
seus líderes e mestres de fama e respeito planetário.
Acho que Nelson
Rodrigues endossaria que idiotas germinam em toda parte. Brotam como cogumelos.
ResponderExcluirProibir manifestação artística, ou acesso a ela, não é o mesmo que restringir fornecimento de commodity.
ResponderExcluirPor falar em arte, hoje completam-se 10 anos desde que ficamos privados da arte de Chico Anysio.
Escritor, compositor, redator e ator, que transitou em todas estas atividades com enorme brilho.
A ele o título de artista era bem empregado.
Somos tão pequenos e insignificantes, e ainda queremos repartir o que tem por aqui.
ResponderExcluirClaro que o fim dessa novela não é coisa boa, é o fim da raça humana na Terra.
Que assim seja !
ResponderExcluir“A beleza salvará o mundo”, de Fiódor Dostoievski.
Escritor, filósofo e jornalista russo, considerado um dos maiores romancistas da história. Viveu em Moscou no século XIX.