Noutro dia impliquei com a Proclamação da República,
festejada até hoje, em nome da preservação da história e culto a heróis.
Foi uma das empulhações, tidas e havidas como benéficas e necessárias para o país, em nome da melhoria das condições de vida da população. Como mais recentemente, por exemplo, uma assembleia constituinte, para alterar o texto constitucional.
Às folhas tantas a Constituição de 1946 acabou por se transformar na vilã dos problemas nacionais. O pais estava emperrado porque as normas fundamentais estavam superadas. Aí aprovaram um texto tabelando os juros, juro! Alguém se deu conta da bizarrice a na revisão, mais tarde, suprimiram a insensatez.
Ressalto que a Proclamação da República foi obra de uma revolução militar, que nem o PT, PSTU e PSOL ousam
questionar.
Assim como os oportunistas da época, os que tiraram vantagens
pessoais, também não o fizeram. Deram um xeque-mate, e os militares, embora não fossem exatamente as vacas fardadas a que aludiu o Gal. Mourão Filho (em 31 de março de 1964), não souberam conduzir os peões.
Hoje colocarei na berlinda Cabral e Anchieta.
Quem lucrou com a descoberta deste pedaço de continente,
quase virgem, onde seus habitantes viviam bem, com liberdade, água com fartura,
sol durante todo o ano, com um solo rico e produtivo, onde se plantando tudo
dá?
Gozavam de boa assistência médica, eis que pajés experientes,
observadores e inspirados, conheciam todas as propriedades terapêuticas
contidas nas florestas. Atualmente são necessários milhares de pesquisadores, graduados em química, farmácia, biologia, etc., para identificar e desenvolver medicamentos para diferentes doenças, a partir dos mesmos princípios ativos da mata.
Alguém irá dizer que algumas tribos guerreavam entre si. E
dai? Abel matou Caim lá atrás.
E hoje, nos morros e favelas, facções criminosas se matam
pelo controle do tráfico, causa muito menos nobre, convenhamos.
No título indaguei para quem foi bom a descoberta (?) da enorme área de terra banhada pelo oceano, habitada por povos indígenas, considerados selvagens.
Só para os portugueses, claro, que saquearam boa parte de nossas
riquezas minerais, ouro e pedras preciosas, e transformaram o país que criaram
numa “casa de mãe joana”, abrindo os portos às nações amigas. Até hoje
continuam abertas para venezuelanos famintos e maltrapilhos porque deram
ouvidos aos bolivarianos que arrasaram com a economia do país deles. Bem feito!
E a monocultura petrolífera ainda não mostrou sua face mais perversa,
posto que os dias do petróleo, substância oleosa e inflamável, como fonte de geração de energia estão contados. Os caras pensam que a produção, em escala mundial, de candidatas a miss, era uma forma de diversificação da economia.
Acho que devemos vender nossos campos de petróleo, em especial
as reservas do pré-sal (não deveria ser pós-sal?) para os primeiros otários que
aparecerem. De minha parte já vendi minhas poucas ações da Petrobrás na época do
boom (em 1971) da Bolsa de Valores do
Rio de Janeiro que, por sinal, já virou pó, desapareceu em 2002.
Tudo agora pertence a Bovespa Holding.
Voltando ao tema e a nossa terra (deixando para trás Venezuela), outra figura que questiono pelas
intenções e benefícios oferecidos aos índios, é o jesuíta espanhol José de Anchieta,
que se homenageou dando seu nome a cidade que fundou no Espirito Santo.
Notem que espanhóis e portuguesas dividem entre si a Península Ibérica, assim como dividiram, através do Tratado de Tordesilhas, a vasta extensão de terras que acabou remembrada sob a denominação de Brasil.
Catequese? O que na verdade significava isso? Ser emprenhado
pelos ouvidos na existência de um único Deus, mais poderoso do que o sol e a
lua, que eles veneravam, sabiamente?
Os índios conheciam a importância do sol e da lua, para suas
vidas e para a existência e preservação dos rios e florestas que habitavam.
Aprender a usar garfo e faca? Bobagem, os japoneses não aprenderam
até hoje e ninguém pensou em catequiza-los.
Os silvícolas pintavam seus corpos e enfiavam pedaços de
madeira e ossos nas narinas e orelhas? E daí?
O que fazem os jovens de hoje em dia? Cobrem seus corpos com
tatuagens, enfiam piercings, nas
orelhas, narizes e até nas sobrancelhas e língua.
Santo deus! Que regressão, quanta involução.
O idioma que nos impuseram também está sendo aviltado. É um
tal de tb ou vc, ou mt, que nos deixa sem entender o que querem dizer ou
escrever. De todas as abreviações tão utilizadas, a única que me permito usar é
PQP, em geral para maldizer os Twitter e Facebook da vida moderna.
Já o tupi-guarani, embora vilipendiado, e em desuso como o
latim dos romanos, ainda se impõe aqui em minha cidade: Icaraí, Itacoatiara,
Imbuí, Itaipu, Piratininga, e outros nomes do nosso dia-a-dia, aqui e no resto
do país. Menos catamarã, caro leitor, que tem origem na polinésia.
Cabral e Anchieta, seu cúmplice, acabaram com o paraíso na
terra.
Vejam vocês que as índias andavam com as suas vergonhas (no
dizer das portuguesas) a mostra, sem timidez, o que não era, para os invasores
da terra, de bom tom.
Hoje, passados tantos anos, as mulheres se despem por tudo e
por nada, promovem marchas e concentrações de topless e todos os homens ficam só apreciando, e imaginando coisas, conjecturando fantasias.
Se as mulheres quisessem mesmo protestar, e não exibir suas mamas,
usariam burca. Isso sim seria um
protesto que nos levaria a pensar nas causas delas.
As últimas manifestações (com
nudez) que lembro foram contra a Copa do Mundo e contra o machismo.
Antes tivesse surtido algum efeito o protesto contra a copa
de futebol. Teríamos sido poupados do vexame dos 7X1. Vexame que acaba de ter
uma versão italiana, eliminada na fase de classificação, jogando em casa. Eles chamaram de apocalipse!
E olha que algumas destas que hoje, desinibidas, exibidas,
oferecidas, se despem a todo o instante, sob alegação de protesto, têm as mamas
tão caídas quanto a de algumas índias velhas, retratadas em gravuras e aquarelas, sendo as mais conhecidas as do francês Jean-Baptiste Debret e do alemão Johann Moritz Rugendas.
E que aparecem em danças ritualísticas do Globo Repórter.
Não terminei, voltarei ao tema. Fico a apensar num país sem Câmara e Senado, sem STF, sem Joesleys e Cunhas.
E sem Cabral, o ladrão safado, sem caráter, resultante da aventura e da incompetência do outro Cabral. Aquele que não conseguiu, com pouco vento, chegar às Índias.
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Rugendas |