É possível que já tenha contado aqui, mas a falta de
inspiração e ânimo para falar de futebol, política e religião forçam-me a falar
mais do mesmo.
Na Alemanha dois episódios. Caminhando calma e lentamente, em Berlim, bela
e arborizada cidade, diferente daquela que os americanos me levavam a supor,
via visão hollyoodiana, ouvi uma imprecação ininteligível, ao tempo em que
uma mão acenava nervosamente.
Longe de mim estar cometendo alguma infração para ser alvo de
tanta ira e impaciência. A alemã estava realmente braba e pedalava com energia.
Como saber que em plena calçada eu estava sobre a faixa denominada ciclovia?
Aqui em Niterói nem havia esta delimitação de exclusividade
para ciclistas. Aquela estreita faixa de piso diferenciado, que a mim parecia
mais coisa estética, era uma faixa para ciclistas.
Bem, se eu estivesse atento àquele detalhe, de piso
diferente, feito de pequenos ladrilhos
de cerâmica, volto a dizer, se eu estivesse atento ao fato, pensaria se tratar
de trilha para deficientes visuais. Na verdade eu pensaria se tratar de passarela
para ceguinhos. Bem errado politicamente.
Mas o episódio não me serviu de lição. No dia seguinte, em
outra calçada, uma estridente campainha de bicicleta (quem se lembra delas ?)
alertou-me que estava caminhando em local proibido a pedestres. A diferença é
que agora, escolado, saltei de banda, juntei as mãos como numa prece e balbuciei
“sorry” (não tinha a menor ideia de como
falar em alemão).
Esta alemã (de novo uma mulher), magra, alta, loura e com
largo sorriso, acenou com a cabeça. Foi assim que aprendi que em cidades
civilizadas cada coisa tem seu lugar e há um lugar para cada coisa.
Alguns anos antes, em Londres, já fora alertado, por pequenas
placas indicativas, que na escada rolante, se não estivesse apressado deveria
me manter à direita deixando espaço para os mais atrasados poderem galgar os
degraus. Ou seja, atitude educada, civilizada, que os brasileiros não sabemos o
que é.
Este foi o primeiro episódio, com replay. O segundo foi,
ainda em Berlim, numa churrascaria argentina.
Enjoado e não muito amante de eisbein ou saurerkraut, queria
comer carne de boa qualidade e um restaurante argentino me pareceu o lugar
adequado, estando na Alemanha.
Alguém me indicou, acho que o concierge, se bem me lembro,
dando o endereço, por sinal bem próximo ao hotel.
Entrada do restaurante, minha mulher esperando eu fazer a foto |
Agora vejam só o que aconteceu de curioso, estranho,
inusitado.
Logo na porta, uma recepcionista pergunta se queremos
cardápio em die deutsch sprache ou
castelhano. Isto foi fácil entender.
E a resposta curta e objetiva foi: castelhano.
Fomos conduzidos a uma mesa e em alguns poucos minutos
aproxima-se uma garçonete, com um menu
em castelhano. Só que a garçonete só falava alemão. Se fosse em Portugal seria compreensível,
mas na Alemanha?
Rindo discretamente perguntei se não havia alguém que falasse
espanhol ou português. Sim havia, mas tive que aguardar um pouco por que apenas uma das atendentes falava a língua
de Messi (para os futebolistas), Sabatini (para os tenistas), Fangio (para os automobilistas), Borges (para
os literatos) e Mauricio Macri (não Antônio Magri).
O perfume também é bom |
Esse texto me leva a 39 anos atrás, quando morei em Munique. Sim, de fato a cidade era cortada por ciclovias e lá em geral eram de cimento ou asfaltadas. Obviamente demorou para que a gente aprendesse que ali não era lugar para pedestres caminharem distraidamente.
ResponderExcluirQuanto a estacionar do lado esquerdo em escada rolante, os alemães (em geral alemãs idosas) não tinham muita educação e cutucavam a gente com guarda-chuva nas costas. Como também não éramos bem educados, seguia-se curioso e raivoso debate em alemão/português. Custava pedir licença?
Outra coisa que alemão detesta é o hábito brasileiro de caminharmos pela calçada, devagar, 3 ou 4 lado a lado. Obviamente tranca o fluxo. E haja guarda-chuva nas costas! Um vez, acho que já contei isso, um desavisado resolveu nos cutucar numa calçada, mas estávamos em 4 e cercamos o cara. Garanto que ele pensará algumas vezes antes de repetir o gesto quando se deparar com brasileiros...
Quanto à diferença de língua, o mais adequado era a gente declarar que era brasileiro e que não falava alemão, antes de sair perguntando tudo em inglês. Sim, eles entendiam inglês, mas DETESTAVAM americanos. Então a tática era um breve diálogo, ou gestos, para que ficasse estabelecido que, se não falávamos alemão e eles não falavam português, o jeito era tentar se comunicar em inglês mesmo. E funcionava.
Não na França. Eles argumentavam que deveríamos ter estudado como segunda língua o francês e não o inglês. E ainda querem que eu goste de Paris... Paris é como o Rio de Janeiro: linda cidade, desde que vazia, sem a população nativa. Parêntese: parece que os franceses mudaram de opinião nesses 39 anos e agora aceitam conversar em inglês, mas na época, não!
<:o)
Como disse, moramos 7 meses em Munique. A única coisa que jamais procuramos foi uma churrascaria. Havia, claro, e argentina, claro de novo. Muito boa, segundo os apreciadores. Mas eu e Mary só vamos a churrascaria quando convidados para eventos como aniversários, festas de fim de ano, almoços de excursão, coisas assim. Nunca por vontade própria.
ResponderExcluirAcostumamo-nos (gostar é forçar barra) a comer salsichas com chucrute e saladinha de batatas, mais pão preto. Era (é) o acompanhamento ideal para uma cervejada alemã. Forra o estômago e não ficamos enjoados. Muita da ressaca que temos por aqui é porque junto com a cerveja (ruim) comemos salgadinhos, pizza, petiscos, batatas fritas...
Aliás, na época (sempre bom frisar) o que menos se achava em Munique era fritura. Os caras comem tudo cozido, vez por outra algo assado. Por isso são tão saudáveis, creio! Já não acontece o mesmo em pseudo restaurantes alemães por aqui. Acabam se adaptando ao nosso paladar e salsichas, salsichão branco, kassler e até eisbein são fritos.
Prosit!
Freddy,
ResponderExcluirComo se pode ver no letreiro, trata-se de um steakrestaurant, e pedi e como um suculento "T bone steak" no ponto exato.
Freddy e Carrano, esqueçam a Paris que conheceram.
ResponderExcluirEstá exatamente igual a NY. 300.000 etnias nas ruas, nas lojas, em qualquer lugar.
E pelo que tenho conversado com Breno, a maioria das capitais dos países da Europa está assim. TUDO MUDOU.
O BRASIL também mudou nesse período : assaltos, assassinatos, estupros, falta de educação, violência extrema, corrupção em todos os segmentos, e ai de você se tentar ser correto ou tentar consertar algo que veja errado.
Para quem não curte, olhem o Big Brother da GLOBO para ver uma amostra do que é essa geração de hoje, nosso futuro !!
UM PAíS DE MERDA !
Seguem-se, nos próximos dias:
ResponderExcluirParlez-vous français?
Do you speak English?
Você fala português?
Casos de viagens.
Por falar em viagem, adivinha quem pagou aquela viagem da Dilma para visitar o comparsa em São Paulo ? Avião, helicóptero e van.
ResponderExcluirAdivinha !!
Pelo que já conheço da Justiça Brasileira, por conta de anos acompanhando de longe como os ritos evoluem, já antecipo que os donos (legais) do sítio de Atibaia serão presos por desvio e receptação de itens pertencentes ao Palácio do Planalto e outros órgãos governamentais.
ResponderExcluirLula? Não tem nada no nome dele ali...
E a vida continua...
Nova farsa de Lula revelada em documento oficial da operação da 6ª feira. O delegado da PF Luciano Flores de Lima declara por escrito que, depois de recebido pelo ex-presidente em sua casa, convidou Lula a se dirigir à Polícia Federal em Congonhas para um depoimento reservado, para sua própria segurança. Lula,contudo, resistiu e disse que só sairia de casa algemado! Insistiu que só faria o depoimento dentro de seu próprio apartamento.
ResponderExcluirEntão o Delegado Flores lhe informou que tinha em mãos o tal mandato de condução coercitiva. Lula, instruído por seu advogado, consentiu enfim em acompanhar o delegado a Congonhas, desde que em carro descaracterizado e sem algemas (mudou de opinião rapidinho).
Lembrem-se de que Lula alardeou que o mandato de condução coercitiva foi um exagero da PF, uma agressão velada, e que, se convidado pelas autoridades, compareceria a uma audiência para depor sem problema algum!
Mentiroso! Farsante!
Até tu, Maria?
ResponderExcluir... e ninguém comenta porque comprou uma passagem aérea da Dilma pra visitar o Lula em São Paulo .....
ResponderExcluirCompraram e ficaram quietos ???w
Pois é, Freddy, ela toma o remedinho há 10 anos. A substância ativa não estava incluída, até o ano passado, entre as de uso proibido para desportistas.
ResponderExcluirContinua musa, em fim de carreira e estrelato aqui no blog, até que apareça uma sucessora a altura.
Aconteceu quando a Gabriela Sabatini perdeu o cetro e a coroa, exatamente para a Sharapova.
Riva,
Nâo entendi. Explique-se melhor. Será que cochilei nesta sequência do filme?
Ué, quem vc acha que pagou o avião, helicóptero e limousine para a Dilma visitar o comparsa em São Paulo ..... todos nós !
ResponderExcluirE ninguém comentou nada sobre isso ...
Os comentários desviaram-se da Alemanha para Lula e Dilma. Mas, Carrano, a bicicleta, em alguns países da Europa, é quase uma instituição. Em Amsterdam acho que praticamente toda a população usa esse veículo. Na Bélgica e Alemanha também. Menos na França, Itália e Inglaterra. Portugal e Espanha, vi poucas.Lá, os ciclistas realmente sãp respeitados, mais que os carros, o que não acontece no Rio.
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